Economia

5 fatores para ficar de olho na próxima reunião do Fed

Além de definir se haverá variação na taxa básica de juros, o anúncio do banco central americano em 14 de dezembro será particularmente interessante

Fed: os sinais do Fed de uma política monetária um pouco mais restrita serão sutis – e com bom motivo (Kevin Lamarque / Reuters/Reuters)

Fed: os sinais do Fed de uma política monetária um pouco mais restrita serão sutis – e com bom motivo (Kevin Lamarque / Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 18h32.

Última atualização em 8 de dezembro de 2016 às 18h34.

O anúncio do banco central americano em 14 de dezembro será particularmente interessante, não só por definir se haverá variação na taxa básica de juros, mas também pelo que sinalizará para o futuro.

Listamos cinco fatores que poderão aparecer no comunicado do Comitê de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve e na subsequente entrevista coletiva da presidente Janet Yellen.

- O Fed vai subir os juros em 0,25 ponto percentual. Seria o segundo acréscimo em 10 anos, motivado pelo progresso adicional na direção de seu objetivo duplo – pleno emprego e inflação convergindo para 2 por cento --, pelo desejo de validar expectativas do mercado quanto aos juros e para responder à diminuição dos problemas representados pela situação externa (particularmente na Europa, apesar do resultado do referendo na Itália na semana passada).

- Quanto ao objetivo duplo, as deliberações do Fed serão influenciadas pela queda da taxa de desemprego para 4,6 por cento e pela lentidão na evolução da taxa de participação no mercado de trabalho, apesar da criação mensal de empregos estar sólida. Quando se trata de inflação, a inclinação a abraçar totalmente o aumento das expectativas do mercado será contrabalançada pela queda recente da taxa de crescimento do salário médio por hora trabalhada.

- Quanto à previsão futura (forward guidance), o Fed manterá aberta a possibilidade de diversos acréscimos nos juros em 2017. Isso se deve não só ao fato de a instituição antecipar uma base econômica sólida no ano que vem, mas também ao espaço para a alta do crescimento e da inflação em vista das políticas anunciadas recentemente pelo presidente eleito Donald Trump. É importante considerar aqui até que ponto uma política fiscal mais ativa – especialmente se puxada pelo gasto produtivo em infraestrutura – permitirá normalização mais rápida da política monetária.

- Pela primeira vez em muito tempo, os “pontos azuis” do FOMC – que indicam as expectativas individuais dos integrantes do comitê para a trajetória futura dos juros – não migrarão para baixo de modo significativo. É provável que fiquem praticamente inalterados, enquanto as expectativas do mercado continuarão convergindo para cima ao longo do tempo.

- Ainda assim, os sinais do Fed de uma política monetária um pouco mais restrita serão sutis – e com bom motivo. As autoridades preferem aguardar os detalhes sobre a política econômica do governo Trump antes de alterarem significativamente a previsão futura, que continua altamente “dependente dos dados”.

Como tantos outros, eu desconfio que os representantes do Fed estão começando a internalizar os inesperados desdobramentos na política e nos mercados ao longo do último mês.

Eles estão intrigados pela possibilidade de uma janela maior para normalizar uma postura de política monetária que, na forma atual, implica riscos perturbadores de efeitos colaterais e consequências indesejadas.

No entanto, como precisam saber como os anúncios de Trump serão implementados na prática, terão cuidado e não agirão prematuramente.

* Esta coluna não necessariamente reflete a opinião do conselho editorial da Bloomberg LP e seus proprietários.

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