Um (falso) planejamento para a aposentadoria
Você já assinou minha newsletter? Fique por dentro de meus artigos, vídeos e outras publicações. Cadastre-se clicando aqui. Antes de qualquer coisa, quero avisar aos leitores habituais do “Você e o Dinheiro” que, depois de um relativamente longo hiato, estou de volta às “atividades normais”! Um de meus temas favoritos, no universo das finanças pessoais, é a previdência e, mais especificamente, a preparação financeira (e pessoal) para a fase da aposentadoria. Eu […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2016 às 13h08.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h36.
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Antes de qualquer coisa, quero avisar aos leitores habituais do “Você e o Dinheiro” que, depois de um relativamente longo hiato, estou de volta às “atividades normais”!
Um de meus temas favoritos, no universo das finanças pessoais, é a previdência e, mais especificamente, a preparação financeira (e pessoal) para a fase da aposentadoria. Eu sempre falo, seja na mídia ou nas palestras e workshops que ministro, que a “aposentadoria do futuro” será algo completamente diferente daquilo que temos atualmente, por conta de mudanças estruturais na economia, da perda de sustentação econômica dos esquemas de previdência e pensão (especialmente os públicos) e a questão do “risco da longevidade”, que é a nossa expectativa de vida exponencialmente ascendente, por conta de novos avanços nas tecnologias médica, nutricional e sanitária.
Esta semana, me chamou a atenção uma matéria que li no site de finanças americano Market Watch, chamada “ The coming train wreck for older workers ” (“A ‘trombada’ que está vindo para os trabalhadores mais velhos”, em tradução livre). A matéria faz menção a uma pesquisa realizada, nos anos de 2015 e 2016, pela Willis Towers Watson, uma das maiores empresas de consultoria de benefícios do mundo (e da qual, orgulhosamente, sou parceiro da subsidiária brasileira na realização programas de educação financeira, voltados principalmente para entidades de previdência fechada).
A pesquisa, chamada Global Benefits Attitude Survey (Pesquisa global de atitudes em relação a benefícios, em tradução livre) foi feita com aproximadamente 30 mil pessoas, sendo 5 mil nos Estados Unidos e 25 mil no resto do mundo.
E, antes de prosseguir, preciso fazer uma ressalva: Eu defendo (em grande parte, baseado nos pontos que mencionei no começo do artigo) a ideia de que as pessoas precisarão trabalhar por mais tempo e serem mais “agressivas” na preparação financeira para a aposentadoria. Eu enxergo trabalhar além dos 70 anos de idade como algo normal e esperado em um futuro próximo.
Mas, voltando à pesquisa, ela aponta que aqueles trabalhadores que têm a intenção de continuar trabalhando além dos 70 anos são exatamente aqueles que têm MENOS chances de conseguir isso. São, na própria definição da pesquisa, mais “vulneráveis”, têm saúde mais frágil, altos níveis de stress, renda menor e um menor grau de comprometimento com seus atuais empregos. Ou seja, uma receita para uma grande catástrofe financeira no futuro.
É algo irônico e trágico ao mesmo tempo: é bastante possível que, num futuro próximo, trabalhar além dos 70 seja a regra (e não a exceção). Mas os que mais precisarão continuar trabalhando serão, provavelmente, aqueles que menos terão condições (inclusive físicas).
Novamente, eu acredito (na verdade mais que isso, eu tenho convicção) que as pessoas precisarão trabalhar por mais tempo, mas ter apenas “trabalhar por mais tempo” como plano de aposentadoria não é sensato e, em alguns casos, pode nem mesmo ser viável. Muitas empresas e profissionais de recursos humanos também têm essa percepção.
Outra pesquisa, mencionada na mesma reportagem, desta vez feita pela consultoria Aon Hewitt com 250 empresas, mostra que 93% dessas empresas estão intensificando ações de educação financeira e planejamento financeiro para seus funcionários. O diretor da área de previdência da Aon Hewitt chegou a definir o planejamento e o bem-estar financeiro dos funcionários como “a próxima grande tendência em benefícios”.
De tudo isso, se eu puder dar algum tipo recomendação prática às pessoas, baseada nas pesquisas mencionadas e naquilo que venho falando há um bom tempo, diria o seguinte:
1) Trabalhar por mais tempo será quase obrigatório, melhor se conformar…
2) Porém, “trabalhar por mais tempo” não deve ser o principal plano para a aposentadoria. Além das questões associadas à saúde, existe o próprio estado da economia e o notório preconceito de uma parcela significativa das empresas em relação aos profissionais mais velhos;
3) Muitos empregadores estão acordando para a importância da educação financeira no ambiente de trabalho, mas não espere o seu empregador fazer algo para começar a “se mexer”. Comece a planejar agora!
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Esta semana, me chamou a atenção uma matéria que li no site de finanças americano Market Watch, chamada “ The coming train wreck for older workers ” (“A ‘trombada’ que está vindo para os trabalhadores mais velhos”, em tradução livre). A matéria faz menção a uma pesquisa realizada, nos anos de 2015 e 2016, pela Willis Towers Watson, uma das maiores empresas de consultoria de benefícios do mundo (e da qual, orgulhosamente, sou parceiro da subsidiária brasileira na realização programas de educação financeira, voltados principalmente para entidades de previdência fechada).
A pesquisa, chamada Global Benefits Attitude Survey (Pesquisa global de atitudes em relação a benefícios, em tradução livre) foi feita com aproximadamente 30 mil pessoas, sendo 5 mil nos Estados Unidos e 25 mil no resto do mundo.
E, antes de prosseguir, preciso fazer uma ressalva: Eu defendo (em grande parte, baseado nos pontos que mencionei no começo do artigo) a ideia de que as pessoas precisarão trabalhar por mais tempo e serem mais “agressivas” na preparação financeira para a aposentadoria. Eu enxergo trabalhar além dos 70 anos de idade como algo normal e esperado em um futuro próximo.
Mas, voltando à pesquisa, ela aponta que aqueles trabalhadores que têm a intenção de continuar trabalhando além dos 70 anos são exatamente aqueles que têm MENOS chances de conseguir isso. São, na própria definição da pesquisa, mais “vulneráveis”, têm saúde mais frágil, altos níveis de stress, renda menor e um menor grau de comprometimento com seus atuais empregos. Ou seja, uma receita para uma grande catástrofe financeira no futuro.
É algo irônico e trágico ao mesmo tempo: é bastante possível que, num futuro próximo, trabalhar além dos 70 seja a regra (e não a exceção). Mas os que mais precisarão continuar trabalhando serão, provavelmente, aqueles que menos terão condições (inclusive físicas).
Novamente, eu acredito (na verdade mais que isso, eu tenho convicção) que as pessoas precisarão trabalhar por mais tempo, mas ter apenas “trabalhar por mais tempo” como plano de aposentadoria não é sensato e, em alguns casos, pode nem mesmo ser viável. Muitas empresas e profissionais de recursos humanos também têm essa percepção.
Outra pesquisa, mencionada na mesma reportagem, desta vez feita pela consultoria Aon Hewitt com 250 empresas, mostra que 93% dessas empresas estão intensificando ações de educação financeira e planejamento financeiro para seus funcionários. O diretor da área de previdência da Aon Hewitt chegou a definir o planejamento e o bem-estar financeiro dos funcionários como “a próxima grande tendência em benefícios”.
De tudo isso, se eu puder dar algum tipo recomendação prática às pessoas, baseada nas pesquisas mencionadas e naquilo que venho falando há um bom tempo, diria o seguinte:
1) Trabalhar por mais tempo será quase obrigatório, melhor se conformar…
2) Porém, “trabalhar por mais tempo” não deve ser o principal plano para a aposentadoria. Além das questões associadas à saúde, existe o próprio estado da economia e o notório preconceito de uma parcela significativa das empresas em relação aos profissionais mais velhos;
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