Sacrificando a própria família no Natal
Você já assinou minha newsletter? Fique por dentro de meus artigos, vídeos e outras publicações. Cadastre-se clicando aqui. O título deste artigo pode parecer um pouco macabro (bem, talvez seja…), mas tem momentos que precisamos tocar em assuntos que são meio “tabus” e temos que chamar as coisas pelos seus verdadeiros nomes. No final do ano, especialistas em finanças costumam ser bastante requisitados pela mídia para responder perguntas sobre décimo terceiro, compras […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 09h50.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h49.
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O título deste artigo pode parecer um pouco macabro (bem, talvez seja…), mas tem momentos que precisamos tocar em assuntos que são meio “tabus” e temos que chamar as coisas pelos seus verdadeiros nomes.
No final do ano, especialistas em finanças costumam ser bastante requisitados pela mídia para responder perguntas sobre décimo terceiro, compras de Natal, despesas de início de ano, férias e coisas afins. Todo ano é a mesma coisa: as pessoas se sentem angustiadas e despreparadas, a despeito desses eventos se repetirem todo ano.
Este ano deverá ser um pouco diferente (para pior) e pode ser que o ano que vem seja pior ainda. Nossa economia está se enfraquecendo cada vez mais e o endividamento da população está bastante alto para os nossos padrões (e com os juros mais altos do mundo para complicar).
As pessoas precisarão aprender, “pela dor”, se preciso, a ter alguma disciplina financeira e a consumir de forma mais realista e consistente com suas possibilidades.
Vamos a uma das perguntas clássicas de final de ano: O que fazer com o décimo terceiro? (assumindo que a pessoa tenha esse benefício).
Se a pessoa tiver dívidas de consumo (como rotativo do cartão de crédito e cheque especial), deve direcionar 100% do valor para liquidar essas dívidas.
Aí a pergunta que, geralmente, vem na sequência: “Mas e os presentes de Natal? E as festas de final de ano? Não se deve reservar nada para a família?”.
Alguns especialistas falam em reservar “um pouquinho” para essas indulgências (sem definir o que é “pouquinho”). Eu não hesito um segundo antes de sugerir que a família (leia-se: festas de final de ano, presentes etc.) seja sacrificada. Eu sei que é “politicamente correto” sugerir que se comemore as festas de fim de ano de forma mais modesta, mas, sob certas circunstâncias, esse tipo de gasto deve ser sacrificado sem dó, mesmo que cause um grande stress e um grande desconforto na família.
Ou devo lembrar que a taxa de juros média do rotativo do cartão de crédito (368,27% ao ano – ANEFAC – pesquisa de outubro de 2015) é suficiente para fazer uma dívida de mil reais pular para um milhão em quatro anos e meio?
Existe uma velha rima do mundo das finanças que diz “sob pressão, diga não”. Se você está com dívidas e está sofrendo pressões da família, diga não. É duro, é dolorido, mas, no final, será para o benefício de todos. Não descuide da “sustentabilidade econômica” de sua família.
Cuidado com as armadilhas. Cuidado com as pressões consumistas. Cuidado com o simpático “bom velhinho”, de trenó e roupas vermelhas, que foi criado por uma grande corporação (que é um dos maiores símbolos de consumo do mundo).
Pare de jogar o jogo do comércio, das grandes empresas e das grandes corporações. Coloque a vida em ordem, organize as contas e livre-se da escravidão das dívidas.
Se você está com as contas em ordem e quer entrar na onda do final do ano, tudo bem. Quem fez a “lição de casa financeira” pode fazer o que bem entender. Mas se não é o seu caso, faça o sacrifício agora para não ter que fazer um sacrifício maior depois. E, se for para comemorar, comemore em seus próprios termos.
No final do ano passado, nesta mesma época, havia sugerido um Natal “diferente”, comemorado em janeiro, um mês em que o equilíbrio de forças pende para o lado do consumidor, e não do comércio (veja aqui o artigo Um desafio – Faça seu Natal em janeiro ).
As “dicas financeiras de final de ano” são fundamentalmente repetitivas. São as mesmas dos anos anteriores e serão as mesmas nos anos seguintes. Então, também serei repetitivo em minhas “dicas alternativas”. Sacrifique o Natal “sem dó”, se for preciso e, se houver a possibilidade, comemore em janeiro.
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O título deste artigo pode parecer um pouco macabro (bem, talvez seja…), mas tem momentos que precisamos tocar em assuntos que são meio “tabus” e temos que chamar as coisas pelos seus verdadeiros nomes.
No final do ano, especialistas em finanças costumam ser bastante requisitados pela mídia para responder perguntas sobre décimo terceiro, compras de Natal, despesas de início de ano, férias e coisas afins. Todo ano é a mesma coisa: as pessoas se sentem angustiadas e despreparadas, a despeito desses eventos se repetirem todo ano.
Este ano deverá ser um pouco diferente (para pior) e pode ser que o ano que vem seja pior ainda. Nossa economia está se enfraquecendo cada vez mais e o endividamento da população está bastante alto para os nossos padrões (e com os juros mais altos do mundo para complicar).
As pessoas precisarão aprender, “pela dor”, se preciso, a ter alguma disciplina financeira e a consumir de forma mais realista e consistente com suas possibilidades.
Vamos a uma das perguntas clássicas de final de ano: O que fazer com o décimo terceiro? (assumindo que a pessoa tenha esse benefício).
Se a pessoa tiver dívidas de consumo (como rotativo do cartão de crédito e cheque especial), deve direcionar 100% do valor para liquidar essas dívidas.
Aí a pergunta que, geralmente, vem na sequência: “Mas e os presentes de Natal? E as festas de final de ano? Não se deve reservar nada para a família?”.
Alguns especialistas falam em reservar “um pouquinho” para essas indulgências (sem definir o que é “pouquinho”). Eu não hesito um segundo antes de sugerir que a família (leia-se: festas de final de ano, presentes etc.) seja sacrificada. Eu sei que é “politicamente correto” sugerir que se comemore as festas de fim de ano de forma mais modesta, mas, sob certas circunstâncias, esse tipo de gasto deve ser sacrificado sem dó, mesmo que cause um grande stress e um grande desconforto na família.
Ou devo lembrar que a taxa de juros média do rotativo do cartão de crédito (368,27% ao ano – ANEFAC – pesquisa de outubro de 2015) é suficiente para fazer uma dívida de mil reais pular para um milhão em quatro anos e meio?
Existe uma velha rima do mundo das finanças que diz “sob pressão, diga não”. Se você está com dívidas e está sofrendo pressões da família, diga não. É duro, é dolorido, mas, no final, será para o benefício de todos. Não descuide da “sustentabilidade econômica” de sua família.
Cuidado com as armadilhas. Cuidado com as pressões consumistas. Cuidado com o simpático “bom velhinho”, de trenó e roupas vermelhas, que foi criado por uma grande corporação (que é um dos maiores símbolos de consumo do mundo).
Pare de jogar o jogo do comércio, das grandes empresas e das grandes corporações. Coloque a vida em ordem, organize as contas e livre-se da escravidão das dívidas.
Se você está com as contas em ordem e quer entrar na onda do final do ano, tudo bem. Quem fez a “lição de casa financeira” pode fazer o que bem entender. Mas se não é o seu caso, faça o sacrifício agora para não ter que fazer um sacrifício maior depois. E, se for para comemorar, comemore em seus próprios termos.
No final do ano passado, nesta mesma época, havia sugerido um Natal “diferente”, comemorado em janeiro, um mês em que o equilíbrio de forças pende para o lado do consumidor, e não do comércio (veja aqui o artigo Um desafio – Faça seu Natal em janeiro ).
As “dicas financeiras de final de ano” são fundamentalmente repetitivas. São as mesmas dos anos anteriores e serão as mesmas nos anos seguintes. Então, também serei repetitivo em minhas “dicas alternativas”. Sacrifique o Natal “sem dó”, se for preciso e, se houver a possibilidade, comemore em janeiro.
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