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Renegociação de dívidas – comece “do jeito certo”

Para um grande número de pessoas, "dívidas" é sinônimo de "angústia". Por isso, muitos se apressam em renegociar as dívidas sem se preparar adequadamente.

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Andre

Publicado em 15 de junho de 2017 às 14h00.

Última atualização em 17 de outubro de 2018 às 15h47.

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O arsenal de ferramentas financeiras para quem quer renegociar e recompor dívidas vem aumentando. Até pouco tempo, o “caminho de menor resistência” para quem quisesse colocar a casa em ordem era o crédito consignado (ainda presente, mas que começa a ficar um pouco menos acessível à medida que mais pessoas perdem seus empregos). Recentemente, a liberação de saldos inativos do FGTS abriu mais uma possibilidade e tem, também, o crédito com garantia em imóvel ( home equity ), que começou a ganhar relevância há poucos anos, ainda de forma tímida, mas que vem se tornando mais popular.

O fato de termos mais opções de crédito não significa que elas estejam mais acessíveis. Pelo contrário, é notório que as instituições financeiras estão restringindo o acesso ao crédito, mas as ferramentas vão surgindo, e aumenta o número de pessoas que se conscientiza da necessidade de colocar a vida financeira novamente nos eixos.

Porém, renegociar uma dívida é algo que exige uma preparação que, frequentemente, é negligenciada. As pessoas se “apressam” em renegociar as dívidas (e isso é compreensível, dado o grau de angústia e stress que elas causam) e acabam não dando a devida atenção para duas coisas de suma importância:

Dívida não é um problema

A primeira delas é que o endividamento não é um problema. Ele é uma “consequência” – algo que resulta de um outro problema, que pode ser a perda do emprego (ou outra fonte de renda), decisões de consumo inconsequentes entre outras coisas.

Antes de renegociar uma dívida, é importante que se descubra qual é o “verdadeiro problema” - qual é a causa daquele endividamento. Tratar uma dívida como mero “problema financeiro” faz com que, na maioria das vezes, as pessoas resolvam “o problema errado”. Elas pegam uma linha de crédito, equacionam as dívidas e a vida segue “do mesmo jeito”. O resultado disso é que apenas se “empurra com a barriga” aquilo que iria acontecer, inevitavelmente. A pessoa está à beira da falência, porém, faz uma nova dívida, ganha um fôlego financeiro adicional e, assumindo que as verdadeiras causas não sejam resolvidas, ela vai falir do mesmo jeito, só que “um pouco mais tarde”.

Atenção à capacidade de pagamento

A outra coisa que costuma ser negligenciada é a real capacidade de pagamento da pessoa. Na pressa em “resolver” a situação (e também por conta da pressão dos credores), algumas pessoas se comprometem em renegociar uma dívida em condições pouco realistas, que elas não vão conseguir cumprir. Isso acaba levando a um “novo calote”, que frustra tanto o devedor como o credor, e pode acabar erodindo qualquer boa vontade da parte do credor em uma nova renegociação.

Por isso, é fundamental que a pessoa faça um estudo aprofundado das próprias finanças e simule todas as situações, para ter segurança de que poderá dar conta dos novos compromissos.

É fundamental que essa lição de casa (que consiste em identificar as verdadeiras causas do endividamento e qual é a real capacidade de pagamento) seja feita de forma cuidadosa e criteriosa, nem que isso tome um tempo e acabe postergando um pouco o processo de renegociação. Mas tem certas coisas em que é “melhor não facilitar”, especialmente quando se usa como “veículo” da renegociação, por exemplo, o crédito com garantia em imóveis.

Num caso assim, uma preparação “mal feita” pode significar apenas um alívio temporário do endividamento, seguido de mais endividamento e, em casos extremos, da perda (às vezes irreparável) de um bem de alto valor.

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O fato de termos mais opções de crédito não significa que elas estejam mais acessíveis. Pelo contrário, é notório que as instituições financeiras estão restringindo o acesso ao crédito, mas as ferramentas vão surgindo, e aumenta o número de pessoas que se conscientiza da necessidade de colocar a vida financeira novamente nos eixos.

Porém, renegociar uma dívida é algo que exige uma preparação que, frequentemente, é negligenciada. As pessoas se “apressam” em renegociar as dívidas (e isso é compreensível, dado o grau de angústia e stress que elas causam) e acabam não dando a devida atenção para duas coisas de suma importância:

Dívida não é um problema

A primeira delas é que o endividamento não é um problema. Ele é uma “consequência” – algo que resulta de um outro problema, que pode ser a perda do emprego (ou outra fonte de renda), decisões de consumo inconsequentes entre outras coisas.

Antes de renegociar uma dívida, é importante que se descubra qual é o “verdadeiro problema” - qual é a causa daquele endividamento. Tratar uma dívida como mero “problema financeiro” faz com que, na maioria das vezes, as pessoas resolvam “o problema errado”. Elas pegam uma linha de crédito, equacionam as dívidas e a vida segue “do mesmo jeito”. O resultado disso é que apenas se “empurra com a barriga” aquilo que iria acontecer, inevitavelmente. A pessoa está à beira da falência, porém, faz uma nova dívida, ganha um fôlego financeiro adicional e, assumindo que as verdadeiras causas não sejam resolvidas, ela vai falir do mesmo jeito, só que “um pouco mais tarde”.

Atenção à capacidade de pagamento

A outra coisa que costuma ser negligenciada é a real capacidade de pagamento da pessoa. Na pressa em “resolver” a situação (e também por conta da pressão dos credores), algumas pessoas se comprometem em renegociar uma dívida em condições pouco realistas, que elas não vão conseguir cumprir. Isso acaba levando a um “novo calote”, que frustra tanto o devedor como o credor, e pode acabar erodindo qualquer boa vontade da parte do credor em uma nova renegociação.

Por isso, é fundamental que a pessoa faça um estudo aprofundado das próprias finanças e simule todas as situações, para ter segurança de que poderá dar conta dos novos compromissos.

É fundamental que essa lição de casa (que consiste em identificar as verdadeiras causas do endividamento e qual é a real capacidade de pagamento) seja feita de forma cuidadosa e criteriosa, nem que isso tome um tempo e acabe postergando um pouco o processo de renegociação. Mas tem certas coisas em que é “melhor não facilitar”, especialmente quando se usa como “veículo” da renegociação, por exemplo, o crédito com garantia em imóveis.

Num caso assim, uma preparação “mal feita” pode significar apenas um alívio temporário do endividamento, seguido de mais endividamento e, em casos extremos, da perda (às vezes irreparável) de um bem de alto valor.

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