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O que você precisa saber para diversificar a sua carteira de renda fixa

Diversificar é mais do que, simplesmente, "sair espalhando"...

DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2016 às 12h35.

Última atualização em 17 de outubro de 2018 às 16h23.

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Diz a sabedoria popular que “não devemos colocar todos os ovos na mesma cesta”. Esse provérbio inocente é repetido ad nauseam no universo dos investimentos, especialmente quando se fala com pequenos investidores, de forma a tentar traduzir um conceito mais ou menos complexo em algo simples e inteligível.

A diversificação é uma das mais poderosas (senão a mais poderosa) ferramentas de gestão de riscos em investimentos, e “não colocar todos os ovos na mesma cesta” é uma coisa sábia, na maior parte das vezes.

Porém, as coisas passam a ficar meio estranhas no momento em que os investidores começam a diversificar simplesmente “por diversificar”, sem critério, sem seguir uma estratégia e sem se questionarem se aquela diversificação faz sentido. Muitos autores e “gurus financeiros” apresentam a diversificação como uma regra absoluta, inquestionável e que “não tem como dar errado”. Porém, como em tudo aquilo que é “absoluto”, absolutamente existem exceções!

Investidores não diversificam porque é “bonito” ou porque algum ditado popular bobo, de origem desconhecida, diz que devemos diversificar. Investidores montam portfólios diversificados com um objetivo: Este objetivo é maximizar os retornos diminuindo a volatilidade. Para atingir esse objetivo, é preciso combinar investimentos de classes diferentes, sem correlação entre si, ou então com correlação inversa. Desta forma, quando um investimento estiver passando por uma “fase ruim”, outros estarão num período bom e, assim, procura-se manter a estabilidade do portfólio. O objetivo é conseguir fazer um portfólio que apresente uma curva de crescimento do patrimônio estável, consistente e “sem sustos”.

A base para a construção de um portfólio são aqueles instrumentos considerados referência de baixo risco. Em praticamente todas as economias “sérias” do mundo, isso é sinônimo de títulos públicos emitidos pelo governo central. Aqui no Brasil, não é diferente: os instrumentos mais seguros são os títulos públicos federais.

Tudo aquilo que se adiciona ao portfólio, por ter (presume-se) um risco superior aos títulos públicos, precisa ter um retorno superior para compensar (o chamado “prêmio de risco”). Desta forma, se combinam vários instrumentos, com bom potencial de retorno e com riscos que, na medida do possível, “se anulam” nos diferentes cenários.

O “resumo da ópera” é o seguinte: Se você adiciona um instrumento mais arriscado ao seu portfólio, ele precisa ter um retorno potencial maior. Do contrário, é melhor ficar na máxima segurança, mantendo 100% em títulos públicos.

É neste momento que a gente questiona a metáfora da cesta de ovos. Se aquela cesta de ovos que você tem é acolchoada por dentro, blindada, com proteção radioativa, contra armas químicas, antibomba etc., é melhor deixar todos os ovos lá…

Muitos investidores que eu conheço, inclusive investidores com um conhecimento “acima da média”, que já estão saindo da nefasta Caderneta de Poupança e indo, por exemplo, para o Tesouro Direto, estão diversificando investimentos de uma forma “meio esquisita”, para dizer o mínimo…

Eles compram títulos públicos, mas não ficam totalmente confortáveis com eles (afinal, são títulos do governo e governos, em geral, não são lá muito confiáveis). Então, acabam adquirindo outros instrumentos para “diversificar”. O problema é que essa diversificação é feita com instrumentos de retorno potencial MENOR e risco MAIOR, como a própria Caderneta de Poupança e CDBs pós-fixados com taxas inferiores às que se obtêm, por exemplo, num “Tesouro Selic” (LFT).

Esse é o tipo de diversificação tecnicamente injustificável, não estratégica e que está sendo feita só porque “alguém disse que era importante fazer”.

A receita de uma boa diversificação em renda fixa é “começar certo”. Parta da “base”, que são os títulos públicos (aliás, este artigo aqui poderá ajudar: “ Na dúvida? Vá de Tesouro Selic! ”). A partir daí, adicione outros títulos, como títulos de bancos ou mesmo de empresas, mas sempre assumindo que são títulos de risco MAIOR, então o retorno potencial (“prêmio de risco”) também tem que ser significativamente MAIOR que o dos títulos públicos.

Adicionar porcarias a uma carteira “boa” de investimentos é algo que pode dar a falsa sensação de que se está “diversificando” de forma eficiente, mas, na verdade, isso só deixa a carteira de investimentos, como um todo, mais frágil e menos rentável.

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A diversificação é uma das mais poderosas (senão a mais poderosa) ferramentas de gestão de riscos em investimentos, e “não colocar todos os ovos na mesma cesta” é uma coisa sábia, na maior parte das vezes.

Porém, as coisas passam a ficar meio estranhas no momento em que os investidores começam a diversificar simplesmente “por diversificar”, sem critério, sem seguir uma estratégia e sem se questionarem se aquela diversificação faz sentido. Muitos autores e “gurus financeiros” apresentam a diversificação como uma regra absoluta, inquestionável e que “não tem como dar errado”. Porém, como em tudo aquilo que é “absoluto”, absolutamente existem exceções!

Investidores não diversificam porque é “bonito” ou porque algum ditado popular bobo, de origem desconhecida, diz que devemos diversificar. Investidores montam portfólios diversificados com um objetivo: Este objetivo é maximizar os retornos diminuindo a volatilidade. Para atingir esse objetivo, é preciso combinar investimentos de classes diferentes, sem correlação entre si, ou então com correlação inversa. Desta forma, quando um investimento estiver passando por uma “fase ruim”, outros estarão num período bom e, assim, procura-se manter a estabilidade do portfólio. O objetivo é conseguir fazer um portfólio que apresente uma curva de crescimento do patrimônio estável, consistente e “sem sustos”.

A base para a construção de um portfólio são aqueles instrumentos considerados referência de baixo risco. Em praticamente todas as economias “sérias” do mundo, isso é sinônimo de títulos públicos emitidos pelo governo central. Aqui no Brasil, não é diferente: os instrumentos mais seguros são os títulos públicos federais.

Tudo aquilo que se adiciona ao portfólio, por ter (presume-se) um risco superior aos títulos públicos, precisa ter um retorno superior para compensar (o chamado “prêmio de risco”). Desta forma, se combinam vários instrumentos, com bom potencial de retorno e com riscos que, na medida do possível, “se anulam” nos diferentes cenários.

O “resumo da ópera” é o seguinte: Se você adiciona um instrumento mais arriscado ao seu portfólio, ele precisa ter um retorno potencial maior. Do contrário, é melhor ficar na máxima segurança, mantendo 100% em títulos públicos.

É neste momento que a gente questiona a metáfora da cesta de ovos. Se aquela cesta de ovos que você tem é acolchoada por dentro, blindada, com proteção radioativa, contra armas químicas, antibomba etc., é melhor deixar todos os ovos lá…

Muitos investidores que eu conheço, inclusive investidores com um conhecimento “acima da média”, que já estão saindo da nefasta Caderneta de Poupança e indo, por exemplo, para o Tesouro Direto, estão diversificando investimentos de uma forma “meio esquisita”, para dizer o mínimo…

Eles compram títulos públicos, mas não ficam totalmente confortáveis com eles (afinal, são títulos do governo e governos, em geral, não são lá muito confiáveis). Então, acabam adquirindo outros instrumentos para “diversificar”. O problema é que essa diversificação é feita com instrumentos de retorno potencial MENOR e risco MAIOR, como a própria Caderneta de Poupança e CDBs pós-fixados com taxas inferiores às que se obtêm, por exemplo, num “Tesouro Selic” (LFT).

Esse é o tipo de diversificação tecnicamente injustificável, não estratégica e que está sendo feita só porque “alguém disse que era importante fazer”.

A receita de uma boa diversificação em renda fixa é “começar certo”. Parta da “base”, que são os títulos públicos (aliás, este artigo aqui poderá ajudar: “ Na dúvida? Vá de Tesouro Selic! ”). A partir daí, adicione outros títulos, como títulos de bancos ou mesmo de empresas, mas sempre assumindo que são títulos de risco MAIOR, então o retorno potencial (“prêmio de risco”) também tem que ser significativamente MAIOR que o dos títulos públicos.

Adicionar porcarias a uma carteira “boa” de investimentos é algo que pode dar a falsa sensação de que se está “diversificando” de forma eficiente, mas, na verdade, isso só deixa a carteira de investimentos, como um todo, mais frágil e menos rentável.

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