Exame Logo

O endividamento é uma droga (literalmente)

Nós vivemos uma epidemia de endividamento. Eu me lembro vividamente (agora é aquela hora constrangedora em que a gente entrega a idade…) de uma época em que cartão de crédito era uma coisa para poucos, um símbolo de status, em que não se parcelavam compras com tanta facilidade, em que empréstimos e financiamentos eram escassos e a modalidade de crédito mais popular (mas ainda assim não muito…) era o cheque […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2013 às 16h04.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h54.

Nós vivemos uma epidemia de endividamento. Eu me lembro vividamente (agora é aquela hora constrangedora em que a gente entrega a idade…) de uma época em que cartão de crédito era uma coisa para poucos, um símbolo de status, em que não se parcelavam compras com tanta facilidade, em que empréstimos e financiamentos eram escassos e a modalidade de crédito mais popular (mas ainda assim não muito…) era o cheque pré-datado.

Vivemos bastante tempo em um regime de abstinência forçada de crédito e, de alguns anos para cá, “liberou geral”! Os números mostram que estamos viciados em dívidas, verdadeiros “ junkies financeiros”. A última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio, referente ao mês de julho de 2013, mostra números preocupantes. Nos últimos meses, estávamos sempre ao redor de 60% de famílias com algum tipo de endividamento, apresentando pequenas oscilações para cima ou para baixo. Em julho, o número foi acima de 65% – um valor historicamente alto.

Falar que “endividamento é um vício” já não é mais uma coisa apenas metafórica, é literal. Vários estudos mostram que dinheiro, as compras por impulso e, consequentemente, as dívidas acabam estimulando as áreas de recompensa do cérebro, as mesmas que são afetadas pelo consumo de drogas.

Mas podemos colocar a relação entre drogas e endividamento de outra forma. Como já dizia a clássica frase de Paracelso, “é a dosagem que diferencia o remédio do veneno”.

Em um artigo anterior (que você pode ler clicando aqui ), falei que o endividamento era consequência do desequilíbrio financeiro e que esse desequilíbrio poderia ter causas extrínsecas ou intrínsecas.

Para aquelas pessoas cuja origem do endividamento é extrínseca ou externa (um evento negativo externo, um imprevisto), o endividamento é a “tábua de salvação”, é aquilo que precisam para se colocarem em pé de novo e arrumarem a vida. É, enfim, o remédio.

Já para aquelas outras pessoas (infelizmente a maioria), cujo desequilíbrio tem uma origem intrínseca (uma vida economicamente insustentável, onde sistematicamente se gasta mais do que ganha, ou então descontrole financeiro extremo), o endividamento é um veneno, uma droga no pior sentido, pois ele vira um estilo de vida, um “vício” mesmo, e não uma situação temporária para depois retornar ao equilíbrio financeiro.

Qual é a sua situação? Você está entre os 65% da população que, segundo a pesquisa, têm dívidas? Em caso afirmativo, o que é o endividamento para você: Remédio ou veneno?

Veja também

Nós vivemos uma epidemia de endividamento. Eu me lembro vividamente (agora é aquela hora constrangedora em que a gente entrega a idade…) de uma época em que cartão de crédito era uma coisa para poucos, um símbolo de status, em que não se parcelavam compras com tanta facilidade, em que empréstimos e financiamentos eram escassos e a modalidade de crédito mais popular (mas ainda assim não muito…) era o cheque pré-datado.

Vivemos bastante tempo em um regime de abstinência forçada de crédito e, de alguns anos para cá, “liberou geral”! Os números mostram que estamos viciados em dívidas, verdadeiros “ junkies financeiros”. A última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio, referente ao mês de julho de 2013, mostra números preocupantes. Nos últimos meses, estávamos sempre ao redor de 60% de famílias com algum tipo de endividamento, apresentando pequenas oscilações para cima ou para baixo. Em julho, o número foi acima de 65% – um valor historicamente alto.

Falar que “endividamento é um vício” já não é mais uma coisa apenas metafórica, é literal. Vários estudos mostram que dinheiro, as compras por impulso e, consequentemente, as dívidas acabam estimulando as áreas de recompensa do cérebro, as mesmas que são afetadas pelo consumo de drogas.

Mas podemos colocar a relação entre drogas e endividamento de outra forma. Como já dizia a clássica frase de Paracelso, “é a dosagem que diferencia o remédio do veneno”.

Em um artigo anterior (que você pode ler clicando aqui ), falei que o endividamento era consequência do desequilíbrio financeiro e que esse desequilíbrio poderia ter causas extrínsecas ou intrínsecas.

Para aquelas pessoas cuja origem do endividamento é extrínseca ou externa (um evento negativo externo, um imprevisto), o endividamento é a “tábua de salvação”, é aquilo que precisam para se colocarem em pé de novo e arrumarem a vida. É, enfim, o remédio.

Já para aquelas outras pessoas (infelizmente a maioria), cujo desequilíbrio tem uma origem intrínseca (uma vida economicamente insustentável, onde sistematicamente se gasta mais do que ganha, ou então descontrole financeiro extremo), o endividamento é um veneno, uma droga no pior sentido, pois ele vira um estilo de vida, um “vício” mesmo, e não uma situação temporária para depois retornar ao equilíbrio financeiro.

Qual é a sua situação? Você está entre os 65% da população que, segundo a pesquisa, têm dívidas? Em caso afirmativo, o que é o endividamento para você: Remédio ou veneno?

Acompanhe tudo sobre:Cartões de créditoCheque especialcredito-pessoalDívidas pessoaiseducacao-financeirafinanciamentos-pessoaisgastos-pessoaisplanejamento-financeiro-pessoal

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se