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No dinheiro e na saúde, soluções pontuais são contraproducentes

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DR

Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2015 às 14h28.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h58.

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Meus leitores habituais sabem o quanto gosto de fazer analogias e associações entre dinheiro e saúde. Meu primeiro livro, MoneyFit (Editora Matrix) propunha um plano de “boa forma financeira”, inspirado em um programa de fitness. Meu terceiro e mais recente livro, “Dinheiro é um santo remédio” (Editora Gente) é ainda mais direto nesta associação, falando de coisas como “doenças financeiras” e seus tratamentos.

Vamos explorar um pouco mais esses paralelos. A medicina tradicional é muito criticada por tratar a doença (ou sintoma), e não o paciente. No mundinho do fitness e do bem-estar, também é muito facilmente observável uma orientação “não-holística”, onde não se considera a pessoa de forma integral, e sim questões pontuais como “perder uma gordura localizada no quadril” ou ganhar alguns centímetros em um grupo muscular específico.

Falando agora sobre finanças, praticamente não há um único dia em minha vida em que não seja abordado por alguém querendo saber sobre investimentos, muitas vezes em busca de algum ganho marginal, querendo saber onde ter uma vantagem de rentabilidade que, muitas vezes, está na segunda (ou mesmo terceira) casa decimal.

O mais curioso é que a maioria das pessoas que me fazem esse tipo de pergunta tem questões financeiras mal resolvidas muito sérias, como endividamento em variados graus e grande exposição a riscos que podem levar a uma cessação abrupta de renda.

Estamos (que novidade…) numa economia de crise. Em meu artigo anterior “ Começando uma nova carreira (por necessidade) ”, falei um pouco sobre a crise, o desemprego e outras coisas que, começo a acreditar, são apenas nosso “estado natural” (aqui no Brasil). Eu, por exemplo, que nasci no início da década de 70, não tenho memórias de já ter visto o Brasil em um estado de “não-crise”, exceto, talvez, por esse breve período de euforia delirante dos últimos anos, um ciclo econômico que, pelo visto, acabou de vez. Agora me vejo novamente batendo na mesma tecla…

Mais de 60% das famílias brasileiras têm dívidas. Daquelas que não têm dívidas, uma parcela considerável não tem nenhum patrimônio, ou tem um patrimônio irrelevante. São pessoas que vivem num equilíbrio perfeito (gastam tudo aquilo que ganham), não têm dinheiro guardado e, na primeira “escorregada”, passam para uma situação de devedoras.

Para essas pessoas, não faz nenhum sentido se preocupar com questões pontuais, como “Tesouro Direto é melhor que Poupança” ou “CDBs de bancos menores pagam mais que os de bancos maiores”. Questões “técnicas”, como essas, não passam de mera distração (na melhor das hipóteses) ou de uma tentativa de não enxergar o elefante na sala (na pior das hipóteses).

Até mesmo no caso das dívidas, algumas pessoas debatem se vale a pena pegar um crédito “menos caro” para pagar uma dívida mais cara – é óbvio que vale a pena! Mas não adianta nada fazer isso se a verdadeira causa do endividamento, que é o desequilíbrio financeiro, não for resolvida. Para uma pessoa que não está disposta a fazer mudanças de estilo de vida e enquadrar seus gastos às suas possibilidades financeiras, fazer arranjos para alongar ou baixar o custo das dívidas só fará com que ela leve um pouco mais de tempo para “quebrar”.

Da mesma forma que não adianta muito se preocupar em deixar o bumbum levantado, ou os bíceps saltados, se os indicadores básicos de saúde não estiverem perfeitamente “em ordem”.

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Meus leitores habituais sabem o quanto gosto de fazer analogias e associações entre dinheiro e saúde. Meu primeiro livro, MoneyFit (Editora Matrix) propunha um plano de “boa forma financeira”, inspirado em um programa de fitness. Meu terceiro e mais recente livro, “Dinheiro é um santo remédio” (Editora Gente) é ainda mais direto nesta associação, falando de coisas como “doenças financeiras” e seus tratamentos.

Vamos explorar um pouco mais esses paralelos. A medicina tradicional é muito criticada por tratar a doença (ou sintoma), e não o paciente. No mundinho do fitness e do bem-estar, também é muito facilmente observável uma orientação “não-holística”, onde não se considera a pessoa de forma integral, e sim questões pontuais como “perder uma gordura localizada no quadril” ou ganhar alguns centímetros em um grupo muscular específico.

Falando agora sobre finanças, praticamente não há um único dia em minha vida em que não seja abordado por alguém querendo saber sobre investimentos, muitas vezes em busca de algum ganho marginal, querendo saber onde ter uma vantagem de rentabilidade que, muitas vezes, está na segunda (ou mesmo terceira) casa decimal.

O mais curioso é que a maioria das pessoas que me fazem esse tipo de pergunta tem questões financeiras mal resolvidas muito sérias, como endividamento em variados graus e grande exposição a riscos que podem levar a uma cessação abrupta de renda.

Estamos (que novidade…) numa economia de crise. Em meu artigo anterior “ Começando uma nova carreira (por necessidade) ”, falei um pouco sobre a crise, o desemprego e outras coisas que, começo a acreditar, são apenas nosso “estado natural” (aqui no Brasil). Eu, por exemplo, que nasci no início da década de 70, não tenho memórias de já ter visto o Brasil em um estado de “não-crise”, exceto, talvez, por esse breve período de euforia delirante dos últimos anos, um ciclo econômico que, pelo visto, acabou de vez. Agora me vejo novamente batendo na mesma tecla…

Mais de 60% das famílias brasileiras têm dívidas. Daquelas que não têm dívidas, uma parcela considerável não tem nenhum patrimônio, ou tem um patrimônio irrelevante. São pessoas que vivem num equilíbrio perfeito (gastam tudo aquilo que ganham), não têm dinheiro guardado e, na primeira “escorregada”, passam para uma situação de devedoras.

Para essas pessoas, não faz nenhum sentido se preocupar com questões pontuais, como “Tesouro Direto é melhor que Poupança” ou “CDBs de bancos menores pagam mais que os de bancos maiores”. Questões “técnicas”, como essas, não passam de mera distração (na melhor das hipóteses) ou de uma tentativa de não enxergar o elefante na sala (na pior das hipóteses).

Até mesmo no caso das dívidas, algumas pessoas debatem se vale a pena pegar um crédito “menos caro” para pagar uma dívida mais cara – é óbvio que vale a pena! Mas não adianta nada fazer isso se a verdadeira causa do endividamento, que é o desequilíbrio financeiro, não for resolvida. Para uma pessoa que não está disposta a fazer mudanças de estilo de vida e enquadrar seus gastos às suas possibilidades financeiras, fazer arranjos para alongar ou baixar o custo das dívidas só fará com que ela leve um pouco mais de tempo para “quebrar”.

Da mesma forma que não adianta muito se preocupar em deixar o bumbum levantado, ou os bíceps saltados, se os indicadores básicos de saúde não estiverem perfeitamente “em ordem”.

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