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Dinheiro, casamento, empregadas e gestão de riscos

O assunto “dinheiro e casamento” é um dos que mais dão pano pra manga no mundinho das finanças pessoais. Não é para menos; afinal, a maioria das pessoas experimenta as angústias e as alegrias do dinheiro em um contexto familiar. Um dos objetivos do planejamento financeiro pessoal é nos preparar para os “grandes eventos” da vida. “Grandes eventos” são aqueles eventos que transformam a vida estruturalmente, como o casamento em […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2013 às 11h00.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h01.

O assunto “dinheiro e casamento” é um dos que mais dão pano pra manga no mundinho das finanças pessoais. Não é para menos; afinal, a maioria das pessoas experimenta as angústias e as alegrias do dinheiro em um contexto familiar.

Um dos objetivos do planejamento financeiro pessoal é nos preparar para os “grandes eventos” da vida. “Grandes eventos” são aqueles eventos que transformam a vida estruturalmente, como o casamento em si, ter filhos, comprar o primeiro imóvel, abrir um negócio próprio, se aposentar e por aí vai. Se seguirmos esses eventos na sequência que coloquei (e que tem uma certa lógica), constataremos que a maioria desses grandes eventos raramente impacta apenas uma pessoa, e sim o casal ou a família toda.

Como administrar as finanças do casal? É melhor manter as contas separadas ou juntar tudo? É aceitável que um dos cônjuges deixe de trabalhar para cuidar dos filhos e da casa? Essas perguntas estão entre as mais comuns que são feitas para os especialistas em finanças pessoais.

O que posso dizer é o seguinte: Ao menos em teoria, a coisa certa a fazer é juntar as contas, tratar o dinheiro do casal como se fosse um “caixa único” e priorizar o desenvolvimento profissional daquele cônjuge que tem maior potencial de obter retorno financeiro com o trabalho. Essa é a forma de conseguir a “máxima eficiência econômica” na família.

Só que esse é o mundo da teoria. No mundo da teoria, as pessoas são racionais e os modelos funcionam. Na prática, as coisas insistem em acontecer de um jeito diferente daquele que planejamos.

Tratar as finanças e a vida profissional da família como se fossem “uma coisa só” é o caminho lógico, que funciona maravilhosamente bem no mundo dos modelos econômicos. Porém, esses modelos acabam não levando alguns fatores em consideração. Um desses fatores é, simplesmente, que o casamento é um empreendimento onde as chances de fracasso são muito altas.

No Brasil, segundo o IBGE, tivemos mais de 350 mil divórcios em 2011, um número historicamente alto (tudo bem que houve um “empurrãozinho” graças a mudanças em nossa legislação) e preocupante. Nas economias desenvolvidas, alguns estudos apontam que as chances de um casamento terminar em divórcio estão entre 40 e 50% (ou seja, é quase a mesma coisa que jogar “cara ou coroa”).

Recentemente, tivemos a “PEC das domésticas”, que equiparou os direitos trabalhistas dos trabalhadores domésticos àqueles de outros setores da economia. É uma excelente notícia para esses profissionais, mas muitas famílias de classe média, que hoje desfrutam dos serviços de empregados domésticos, terão que abrir mão dessa comodidade por causa dos custos. Com isso, começam a surgir estudos indicando que, em muitos casos, vale a pena (economicamente falando) um dos cônjuges abandonar a carreira profissional para assumir as funções domésticas e de criação dos filhos em tempo integral, pois os custos combinados de babás, empregadas e afins superam a renda extra gerada por esse cônjuge (estou escrevendo “cônjuge”, de forma neutra, para ser politicamente correto, mas é obvio que na esmagadora maioria dos casos essa encrenca vai sobrar para a mulher…).

De novo, economicamente falando, faz todo sentido. Aliás, do ponto de vista econômico, mais do que nunca, a família ideal é aquela família de “comercial de margarina”, com o marido provedor e a mulher que vai levar os filhos na escola e cuidar do lar, todos sorridentes…

O problema é quando o “felizes para sempre” acaba e o casamento “vira estatística”. Nesse momento, a mulher que abandonou a carreira profissional – porque era a coisa mais “lógica” a fazer -, se vê na pior situação que alguém pode estar. Não se desenvolveu profissionalmente, perdeu a capacidade de gerar renda e provavelmente terá muita dificuldade em retornar ao mercado de trabalho. Tudo bem que existem mecanismos de proteção como pensões alimentícias e divisão de bens, mas isso proporciona uma segurança limitada, para dizer o mínimo. A mulher pode até sair do casamento com “uma boa grana”, mas o dinheiro um dia acaba.

Por isso, é importante que as mulheres entendam que, mais importante que o dinheiro em si, é a “capacidade de gerar dinheiro”. Isso é o que nos faz dar a volta por cima quando enfrentamos percalços. Muita gente de sucesso já perdeu tudo e se recuperou, exatamente por ter a capacidade de gerar dinheiro. As mulheres conseguiram grandes avanços no mercado de trabalho nas últimas décadas, conquistaram espaço e respeito. Essas conquistas não vieram facilmente e elas precisam ser defendidas.

Sempre esperamos que o casamento seja bem sucedido, mas em tudo na vida devemos seguir aquela máxima de “esperar o melhor, mas preparar-se para o pior”. Eu reconheço a lógica econômica por trás dessas ideias de “volta ao lar”, mas, se eu fosse mulher, jamais “compraria” uma história dessas. Para mim, é um daqueles casos onde o mais barato pode acabar saindo (muito) caro.

O assunto “dinheiro e casamento” é um dos que mais dão pano pra manga no mundinho das finanças pessoais. Não é para menos; afinal, a maioria das pessoas experimenta as angústias e as alegrias do dinheiro em um contexto familiar.

Um dos objetivos do planejamento financeiro pessoal é nos preparar para os “grandes eventos” da vida. “Grandes eventos” são aqueles eventos que transformam a vida estruturalmente, como o casamento em si, ter filhos, comprar o primeiro imóvel, abrir um negócio próprio, se aposentar e por aí vai. Se seguirmos esses eventos na sequência que coloquei (e que tem uma certa lógica), constataremos que a maioria desses grandes eventos raramente impacta apenas uma pessoa, e sim o casal ou a família toda.

Como administrar as finanças do casal? É melhor manter as contas separadas ou juntar tudo? É aceitável que um dos cônjuges deixe de trabalhar para cuidar dos filhos e da casa? Essas perguntas estão entre as mais comuns que são feitas para os especialistas em finanças pessoais.

O que posso dizer é o seguinte: Ao menos em teoria, a coisa certa a fazer é juntar as contas, tratar o dinheiro do casal como se fosse um “caixa único” e priorizar o desenvolvimento profissional daquele cônjuge que tem maior potencial de obter retorno financeiro com o trabalho. Essa é a forma de conseguir a “máxima eficiência econômica” na família.

Só que esse é o mundo da teoria. No mundo da teoria, as pessoas são racionais e os modelos funcionam. Na prática, as coisas insistem em acontecer de um jeito diferente daquele que planejamos.

Tratar as finanças e a vida profissional da família como se fossem “uma coisa só” é o caminho lógico, que funciona maravilhosamente bem no mundo dos modelos econômicos. Porém, esses modelos acabam não levando alguns fatores em consideração. Um desses fatores é, simplesmente, que o casamento é um empreendimento onde as chances de fracasso são muito altas.

No Brasil, segundo o IBGE, tivemos mais de 350 mil divórcios em 2011, um número historicamente alto (tudo bem que houve um “empurrãozinho” graças a mudanças em nossa legislação) e preocupante. Nas economias desenvolvidas, alguns estudos apontam que as chances de um casamento terminar em divórcio estão entre 40 e 50% (ou seja, é quase a mesma coisa que jogar “cara ou coroa”).

Recentemente, tivemos a “PEC das domésticas”, que equiparou os direitos trabalhistas dos trabalhadores domésticos àqueles de outros setores da economia. É uma excelente notícia para esses profissionais, mas muitas famílias de classe média, que hoje desfrutam dos serviços de empregados domésticos, terão que abrir mão dessa comodidade por causa dos custos. Com isso, começam a surgir estudos indicando que, em muitos casos, vale a pena (economicamente falando) um dos cônjuges abandonar a carreira profissional para assumir as funções domésticas e de criação dos filhos em tempo integral, pois os custos combinados de babás, empregadas e afins superam a renda extra gerada por esse cônjuge (estou escrevendo “cônjuge”, de forma neutra, para ser politicamente correto, mas é obvio que na esmagadora maioria dos casos essa encrenca vai sobrar para a mulher…).

De novo, economicamente falando, faz todo sentido. Aliás, do ponto de vista econômico, mais do que nunca, a família ideal é aquela família de “comercial de margarina”, com o marido provedor e a mulher que vai levar os filhos na escola e cuidar do lar, todos sorridentes…

O problema é quando o “felizes para sempre” acaba e o casamento “vira estatística”. Nesse momento, a mulher que abandonou a carreira profissional – porque era a coisa mais “lógica” a fazer -, se vê na pior situação que alguém pode estar. Não se desenvolveu profissionalmente, perdeu a capacidade de gerar renda e provavelmente terá muita dificuldade em retornar ao mercado de trabalho. Tudo bem que existem mecanismos de proteção como pensões alimentícias e divisão de bens, mas isso proporciona uma segurança limitada, para dizer o mínimo. A mulher pode até sair do casamento com “uma boa grana”, mas o dinheiro um dia acaba.

Por isso, é importante que as mulheres entendam que, mais importante que o dinheiro em si, é a “capacidade de gerar dinheiro”. Isso é o que nos faz dar a volta por cima quando enfrentamos percalços. Muita gente de sucesso já perdeu tudo e se recuperou, exatamente por ter a capacidade de gerar dinheiro. As mulheres conseguiram grandes avanços no mercado de trabalho nas últimas décadas, conquistaram espaço e respeito. Essas conquistas não vieram facilmente e elas precisam ser defendidas.

Sempre esperamos que o casamento seja bem sucedido, mas em tudo na vida devemos seguir aquela máxima de “esperar o melhor, mas preparar-se para o pior”. Eu reconheço a lógica econômica por trás dessas ideias de “volta ao lar”, mas, se eu fosse mulher, jamais “compraria” uma história dessas. Para mim, é um daqueles casos onde o mais barato pode acabar saindo (muito) caro.

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