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Começando uma nova carreira (por necessidade)

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DR

Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2015 às 10h55.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h59.

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Os leitores mais antigos do blog e alguns amigos que acompanham minhas palestras sobre previdência (um dos meus temas favoritos) sabem que eu tenho uma visão bastante crítica e cética sobre o conceito clássico de “aposentadoria”. Inclusive, quero relembrar uma série de cinco artigos que eu fiz aqui no blog, em 2012, que chamei de “A Saga da Aposentadoria”. Aqui vão os links (na sequência):

Aposentadoria – o que o futuro nos reserva

Aposentadoria – a regra dos 4%

Aposentadoria – Por que eu não pretendo me aposentar

Aposentadoria – Tudo vai dar certo, exceto…

Aposentadoria – Faça como o Capitão Nascimento

Nesses artigos, eu falo um pouco de minha visão, de por que as pessoas não devem querer se aposentar e por que a aposentadoria não é, sequer, algo desejável.

Mas, agora, quero falar sobre um tema que vem preocupando praticamente todo mundo nesses últimos tempos, mas que tem um impacto especial sobre o pessoal um pouco mais “sênior”, que está chegando perto da tão falada aposentadoria: o desemprego.

Enfim, está começando a acontecer o óbvio. Nossa economia cresceu sem sustentação nesses últimos anos, apoiada em crédito fácil, conversa fiada e ufanismo barato, e agora a conta está chegando. Temos uma economia frágil, que não cresce, e o aumento do desemprego era só uma questão de tempo. Bem… o tempo passou  e o desemprego chegou – e tudo indica que, daqui pra frente, só vai piorar.

Os profissionais na faixa de 40 a 60 anos são particularmente vulneráveis em situações de crise. Costumam ser pessoas que têm um nível salarial mais alto e, por serem mais experientes, já não caem nas mesmas mentiras que o pessoal mais jovem cai… Além disso, apesar de muito se falar na valorização do profissional mais velho, a regra geral ainda é uma postura preconceituosa das organizações em relação aos mais experientes.

Esse tipo de público precisa começar imediatamente (se é que já não o fez) a se preparar para um cenário desafiador. Em circunstâncias normais, muitos profissionais de meia idade começam a pensar numa “segunda carreira”, por não se sentirem preparados para a aposentadoria ou por se sentirem frustrados com a “primeira carreira”. Mas não é disto que quero falar aqui. Quero falar de uma situação em que a segunda carreira não é uma opção, e sim uma necessidade.

Antes, quero fazer a ressalva de que não sou um expert em planejamento de carreiras (aliás, quero muito saber o que o pessoal da área tem a dizer), mas, como é um assunto que tem enorme impacto nas finanças pessoais, então está dentro da minha “jurisdição”.

Algumas sugestões para começar essa preparação:

Downgrade

Mesmo quando se trata de circunstâncias normais (e não um caso de crise), o mais comum é que a segunda carreira fique “abaixo” da primeira, nos quesitos dinheiro e prestígio. Por isso, é preciso se preparar para baixar o padrão de vida.

E, acredite, com algumas medidas de planejamento financeiro, é possível, sim, baixar o padrão de vida sem baixar a QUALIDADE de vida;

– Estudos

Falar da infinidade de coisas que podemos aprender hoje em dia, gratuitamente, na internet, é “chover no molhado”. Isso pode reduzir muito a distância em relação ao pessoal mais jovem, que saiu da escola recentemente.

Particularmente sou fã dos “MOOCs” (aqueles cursos online, geralmente gratuitos, feitos por grandes instituições de ensino).

Aliás, você sabia que eu sou instrutor de um curso desses, sobre finanças pessoais e investimentos, feito pelo Instituto Educacional BM&FBOVESPA? Confira clicando aqui.

– Usando o dinheiro a seu favor

Profissionais mais experientes costumam ter (ou pelo menos é o que se espera) uma situação financeira um pouco mais confortável que os mais jovens. Para alguns empregadores, uma postura mais serena (e não ser tão “desesperado” por dinheiro) pode ser uma vantagem.

– Usando as fraquezas da “geração Y” a seu favor

Hoje em dia, um dos esportes favoritos no mundo profissional é esculhambar a tal “geração Y”, dizendo que os profissionais mais jovens são egocêntricos, descomprometidos, emocionalmente frágeis e se acham a “última bolacha do pacote”.

Não cabe a este modesto blog fazer qualquer julgamento se isso tem ou não algum fundo de verdade, mas há uma forte visão negativa em relação à postura profissional dessa nova geração. Os profissionais mais experientes precisam identificar essas críticas feitas aos mais jovens para reforçarem seu próprio posicionamento, se oferecendo como “alternativas interessantes”.

– Considerando o caminho do empreendedorismo

Virar empreendedor é uma coisa tentadora, mas com muitos perigos. O problema de se lançar numa aventura empreendedorística em tempos de crise é que, se o plano falhar (e falha, na maioria das vezes), pode não haver um caminho alternativo.

Para a maioria das pessoas, o “plano B”, em caso de falha do projeto de empreendedorismo, é retornar ao mercado de trabalho. Mas e quando o mercado de trabalho está “fechado”?

A recomendação, para quem optar por essa via, é buscar negócios onde a necessidade de investimento financeiro seja a menor possível, como atividades de serviços profissionais, que demandam mais “tempo” e “trabalho” do que dinheiro.

Em tempos difíceis, se lançar em aventuras que podem comprometer a “poupança da família” é algo inaceitável, sob uma ótica do gerenciamento de riscos.

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Aposentadoria – o que o futuro nos reserva

Aposentadoria – a regra dos 4%

Aposentadoria – Por que eu não pretendo me aposentar

Aposentadoria – Tudo vai dar certo, exceto…

Aposentadoria – Faça como o Capitão Nascimento

Nesses artigos, eu falo um pouco de minha visão, de por que as pessoas não devem querer se aposentar e por que a aposentadoria não é, sequer, algo desejável.

Mas, agora, quero falar sobre um tema que vem preocupando praticamente todo mundo nesses últimos tempos, mas que tem um impacto especial sobre o pessoal um pouco mais “sênior”, que está chegando perto da tão falada aposentadoria: o desemprego.

Enfim, está começando a acontecer o óbvio. Nossa economia cresceu sem sustentação nesses últimos anos, apoiada em crédito fácil, conversa fiada e ufanismo barato, e agora a conta está chegando. Temos uma economia frágil, que não cresce, e o aumento do desemprego era só uma questão de tempo. Bem… o tempo passou  e o desemprego chegou – e tudo indica que, daqui pra frente, só vai piorar.

Os profissionais na faixa de 40 a 60 anos são particularmente vulneráveis em situações de crise. Costumam ser pessoas que têm um nível salarial mais alto e, por serem mais experientes, já não caem nas mesmas mentiras que o pessoal mais jovem cai… Além disso, apesar de muito se falar na valorização do profissional mais velho, a regra geral ainda é uma postura preconceituosa das organizações em relação aos mais experientes.

Esse tipo de público precisa começar imediatamente (se é que já não o fez) a se preparar para um cenário desafiador. Em circunstâncias normais, muitos profissionais de meia idade começam a pensar numa “segunda carreira”, por não se sentirem preparados para a aposentadoria ou por se sentirem frustrados com a “primeira carreira”. Mas não é disto que quero falar aqui. Quero falar de uma situação em que a segunda carreira não é uma opção, e sim uma necessidade.

Antes, quero fazer a ressalva de que não sou um expert em planejamento de carreiras (aliás, quero muito saber o que o pessoal da área tem a dizer), mas, como é um assunto que tem enorme impacto nas finanças pessoais, então está dentro da minha “jurisdição”.

Algumas sugestões para começar essa preparação:

Downgrade

Mesmo quando se trata de circunstâncias normais (e não um caso de crise), o mais comum é que a segunda carreira fique “abaixo” da primeira, nos quesitos dinheiro e prestígio. Por isso, é preciso se preparar para baixar o padrão de vida.

E, acredite, com algumas medidas de planejamento financeiro, é possível, sim, baixar o padrão de vida sem baixar a QUALIDADE de vida;

– Estudos

Falar da infinidade de coisas que podemos aprender hoje em dia, gratuitamente, na internet, é “chover no molhado”. Isso pode reduzir muito a distância em relação ao pessoal mais jovem, que saiu da escola recentemente.

Particularmente sou fã dos “MOOCs” (aqueles cursos online, geralmente gratuitos, feitos por grandes instituições de ensino).

Aliás, você sabia que eu sou instrutor de um curso desses, sobre finanças pessoais e investimentos, feito pelo Instituto Educacional BM&FBOVESPA? Confira clicando aqui.

– Usando o dinheiro a seu favor

Profissionais mais experientes costumam ter (ou pelo menos é o que se espera) uma situação financeira um pouco mais confortável que os mais jovens. Para alguns empregadores, uma postura mais serena (e não ser tão “desesperado” por dinheiro) pode ser uma vantagem.

– Usando as fraquezas da “geração Y” a seu favor

Hoje em dia, um dos esportes favoritos no mundo profissional é esculhambar a tal “geração Y”, dizendo que os profissionais mais jovens são egocêntricos, descomprometidos, emocionalmente frágeis e se acham a “última bolacha do pacote”.

Não cabe a este modesto blog fazer qualquer julgamento se isso tem ou não algum fundo de verdade, mas há uma forte visão negativa em relação à postura profissional dessa nova geração. Os profissionais mais experientes precisam identificar essas críticas feitas aos mais jovens para reforçarem seu próprio posicionamento, se oferecendo como “alternativas interessantes”.

– Considerando o caminho do empreendedorismo

Virar empreendedor é uma coisa tentadora, mas com muitos perigos. O problema de se lançar numa aventura empreendedorística em tempos de crise é que, se o plano falhar (e falha, na maioria das vezes), pode não haver um caminho alternativo.

Para a maioria das pessoas, o “plano B”, em caso de falha do projeto de empreendedorismo, é retornar ao mercado de trabalho. Mas e quando o mercado de trabalho está “fechado”?

A recomendação, para quem optar por essa via, é buscar negócios onde a necessidade de investimento financeiro seja a menor possível, como atividades de serviços profissionais, que demandam mais “tempo” e “trabalho” do que dinheiro.

Em tempos difíceis, se lançar em aventuras que podem comprometer a “poupança da família” é algo inaceitável, sob uma ótica do gerenciamento de riscos.

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