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Ansiedade pré-eleitoral

Não temos grande influência sobre aquilo que pode acontecer na política, mas temos influência sobre as nossas próprias decisões financeiras

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Você e o Dinheiro

Publicado em 30 de agosto de 2018 às, 12h41.

Última atualização em 2 de maio de 2020 às, 16h36.

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Falta pouco tempo para aquelas eleições que, ao que tudo indica, serão uma das mais tensas da história do Brasil.

Estamos finalizando um ciclo em que a economia foi lançada em uma situação de caos (com a possibilidade – nada remota – de que o caos perdure), os ânimos estão acirrados e temos fake news para todos os lados.

Não é (e nunca foi) objetivo deste blog fazer comentários políticos ou “se posicionar” (bem... pelo menos não de forma explícita); então, a ideia é falar das eleições (e seus possíveis efeitos) numa perspectiva de investimentos e planejamento financeiro.

No momento em que eu escrevo estas palavras, as pesquisas de opinião apontam um cenário nebuloso. Os favoritos são candidatos com posturas explicitamente antimercado ou, então, que estão usando um discurso pró-mercado, mas que, ao longo de suas carreiras políticas, agiram de forma oposta (será mero oportunismo ou houve, de fato, uma “conversão”?).

De qualquer forma, para o pequeno investidor, é um momento de grande ansiedade e incerteza. Por isso, gostaria de abordar o assunto por três perspectivas: das fake news, do patrimônio e da renda.

Fake news e terrorismo econômico

Estamos tendo menos terrorismo econômico do que eu esperava (apesar de as fake news, em outros segmentos, estarem “a todo vapor”). Mas, ainda assim, de tanto em tanto surge um “o Governo vai dar calote nos títulos públicos” ou “vão meter a mão na Poupança”.

O problema do terrorismo econômico é que ele pode levar o investidor a uma postura de reatividade, em que ele fica “reagindo” às notícias, tomando atitudes impulsivas e “pulando de galho em galho”.

Desta forma, pessoas que até têm alguma consistência e estratégia nos investimentos acabam abandonando esse comportamento e “seguindo a manada”.

Então, não custa lembrar do velho mandamento fundamental do mundo dos investimentos: siga o seu plano. Diga não à reatividade!

Patrimônio

Grandes oportunidades surgem no caos. Para quem tem dinheiro sobrando, o caos é a melhor coisa do mundo, pois os ativos entram em liquidação (como dizem em Inglês, cash is king).

Essas pessoas com alta liquidez podem adotar posturas mais especulativas e se beneficiar com isso (presume-se que estão usando uma parcela pequena de seu capital). Mas, para o pequeno investidor (que tem poucos recursos), fazer movimentos especulativos e oportunistas pode ser um caminho para a ruína. E se der certo, é como se fosse “ganhar na loteria” – pura sorte.

Por isso, o caminho defensivo ainda é o mais adequado, mesmo que isso gere um grande remorso depois (na linha “devia ter comprado XYZ, que eu estaria milionário agora”). É melhor ter remorso por deixar de ganhar do que por perder (e, às vezes, perder MUITO).

Renda

Aqui é, na minha visão, o ponto mais sensível. Estamos com desemprego bastante alto e, se a coisa “desandar”, mais postos de trabalho poderão sumir.

Eu venho, há algum tempo, insistindo na ideia de que temos que tratar a renda na lógica de “portfólio”, do mesmo jeito que fazemos (ou deveríamos fazer) com os investimentos. Inclusive, há alguns meses publiquei, aqui no blog, um artigo chamado “A importância das fontes de renda alternativas”.

Podemos tentar “defender” as fontes de renda investindo em empregabilidade, mas até isso tem um limite. Talvez seja, então, a hora de pensar em um pouco de diversificação nas fontes de renda.

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