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“Ser rico” versus “parecer rico”

Vamos falar um pouco sobre desigualdade… Um dos assuntos que vêm dando o que falar esses dias é uma reportagem da BBC (link aqui), que procura estimar qual o patrimônio que uma pessoa precisa ter para estar entre as 1% mais ricas do mundo. Aliás, a desigualdade também foi tema de um dos livros mais comentados (e possivelmente menos lidos) de 2013: “O Capital no Século XXI”, do economista francês […] Leia mais

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 13h28.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h09.

Vamos falar um pouco sobre desigualdade… Um dos assuntos que vêm dando o que falar esses dias é uma reportagem da BBC (link aqui ), que procura estimar qual o patrimônio que uma pessoa precisa ter para estar entre as 1% mais ricas do mundo. Aliás, a desigualdade também foi tema de um dos livros mais comentados (e possivelmente menos lidos) de 2013: “O Capital no Século XXI”, do economista francês Thomas Piketty.

Falar sobre desigualdade acaba, inevitavelmente, suscitando outro questionamento: Qual é a origem da riqueza? Este é mais um assunto que gera debates inflamados. A lista dos 400 mais ricos do mundo, da revista Forbes, mostra que a maioria dos bilionários construiu sua própria fortuna, e a proporção de ricaços de primeira geração em relação aos herdeiros segue aumentando. Segundo a Forbes, nos EUA (país que tem o maior número de bilionários), aproximadamente 70% dos membros da lista construíram suas fortunas sozinhos…

Sozinhos? Aí é que a coisa começa a pegar, pois sempre podemos argumentar que essas pessoas podiam até não ser bilionárias de nascença, mas muitas nasceram em berço de ouro e foram muito bem preparadas, estudando nas melhores escolas, fazendo bons contatos e tirando proveito de outros recursos familiares.

Mas, enfim, o objetivo deste artigo não é entrar numa discussão sobre desigualdade, e sim tentar explorar o que faz com que as pessoas enriqueçam, assumindo, de acordo com as evidências, que a maioria das pessoas ricas constrói suas próprias fortunas. O objetivo é tentar explorar por que algumas pessoas ficam ricas enquanto outras ficam “girando em falso” (ou, mesmo, nem tentam).

O “segredo” das pessoas ricas (se é que existe algum segredo) é que elas investem grande parte do tempo e energia na construção de riqueza (que óbvio…). Podemos definir “riqueza” como um patrimônio que as permita viver de forma extravagante, se quiserem, mas não necessariamente (muitos ricos optam pelo caminho da frugalidade).

Porém, para as pessoas que não se enquadram na categoria de “ricas” e não têm outras pessoas ricas em seu círculo social/familiar mais próximo, a ideia de riqueza está, muitas vezes, mais associada à estética ou a um certo estilo de vida do que, propriamente, ao patrimônio e à capacidade financeira.

Muitos sequer conhecem alguém rico “de verdade”, e acabam tendo referências de riquezas que vêm de filmes, novelas, fofocas e mitos em geral.

Podemos dizer que muita gente não é rica, pois não tem, nem nunca teve, a intenção de ser rica. São pessoas que sonham em gastar uma fortuna, mas não passa pela cabeça delas POSSUIR uma fortuna. Riqueza, na mente dessas pessoas, está associada ao que se gasta, e não ao que se tem.

Nem todo rico segue a cartilha da frugalidade. Muitos gostam de exibir seus brinquedos e símbolos de status. Porém, uma parcela significativa dos ricos prefere adotar um perfil um pouco mais discreto, entre outras coisas, porque eles não precisam impressionar outras pessoas para parecerem ricos: Eles JÁ SÃO.

Pessoas que “forçam a barra” para parecerem ricas são, em muitos casos, pessoas que nada têm de ricas, ou até pior: Pessoas com patrimônio líquido negativo (ou seja, se pegar tudo o que têm e tudo o que devem, o resultado será negativo).

Falamos, no início do artigo, do livro do Thomas Piketty, que chama a atenção para a desigualdade. Vamos encerrar falando de outro livro, menos acadêmico e mais pop (mas nem por isso menos relevante), chamado “O milionário mora ao lado”, de Thomas J. Stanley e William D. Danko.

O livro trata exatamente da frugalidade dos “ricos de verdade” nos EUA e é, sem dúvidas, um clássico do universo das finanças pessoais. Ele foi lançado, nos EUA, em 1996. No ano que vem estará fazendo vinte anos. É uma leitura ainda atual e que vale a pena, especialmente naqueles momentos em que somos tentados a nos sentir vítimas das circunstâncias.

Vamos falar um pouco sobre desigualdade… Um dos assuntos que vêm dando o que falar esses dias é uma reportagem da BBC (link aqui ), que procura estimar qual o patrimônio que uma pessoa precisa ter para estar entre as 1% mais ricas do mundo. Aliás, a desigualdade também foi tema de um dos livros mais comentados (e possivelmente menos lidos) de 2013: “O Capital no Século XXI”, do economista francês Thomas Piketty.

Falar sobre desigualdade acaba, inevitavelmente, suscitando outro questionamento: Qual é a origem da riqueza? Este é mais um assunto que gera debates inflamados. A lista dos 400 mais ricos do mundo, da revista Forbes, mostra que a maioria dos bilionários construiu sua própria fortuna, e a proporção de ricaços de primeira geração em relação aos herdeiros segue aumentando. Segundo a Forbes, nos EUA (país que tem o maior número de bilionários), aproximadamente 70% dos membros da lista construíram suas fortunas sozinhos…

Sozinhos? Aí é que a coisa começa a pegar, pois sempre podemos argumentar que essas pessoas podiam até não ser bilionárias de nascença, mas muitas nasceram em berço de ouro e foram muito bem preparadas, estudando nas melhores escolas, fazendo bons contatos e tirando proveito de outros recursos familiares.

Mas, enfim, o objetivo deste artigo não é entrar numa discussão sobre desigualdade, e sim tentar explorar o que faz com que as pessoas enriqueçam, assumindo, de acordo com as evidências, que a maioria das pessoas ricas constrói suas próprias fortunas. O objetivo é tentar explorar por que algumas pessoas ficam ricas enquanto outras ficam “girando em falso” (ou, mesmo, nem tentam).

O “segredo” das pessoas ricas (se é que existe algum segredo) é que elas investem grande parte do tempo e energia na construção de riqueza (que óbvio…). Podemos definir “riqueza” como um patrimônio que as permita viver de forma extravagante, se quiserem, mas não necessariamente (muitos ricos optam pelo caminho da frugalidade).

Porém, para as pessoas que não se enquadram na categoria de “ricas” e não têm outras pessoas ricas em seu círculo social/familiar mais próximo, a ideia de riqueza está, muitas vezes, mais associada à estética ou a um certo estilo de vida do que, propriamente, ao patrimônio e à capacidade financeira.

Muitos sequer conhecem alguém rico “de verdade”, e acabam tendo referências de riquezas que vêm de filmes, novelas, fofocas e mitos em geral.

Podemos dizer que muita gente não é rica, pois não tem, nem nunca teve, a intenção de ser rica. São pessoas que sonham em gastar uma fortuna, mas não passa pela cabeça delas POSSUIR uma fortuna. Riqueza, na mente dessas pessoas, está associada ao que se gasta, e não ao que se tem.

Nem todo rico segue a cartilha da frugalidade. Muitos gostam de exibir seus brinquedos e símbolos de status. Porém, uma parcela significativa dos ricos prefere adotar um perfil um pouco mais discreto, entre outras coisas, porque eles não precisam impressionar outras pessoas para parecerem ricos: Eles JÁ SÃO.

Pessoas que “forçam a barra” para parecerem ricas são, em muitos casos, pessoas que nada têm de ricas, ou até pior: Pessoas com patrimônio líquido negativo (ou seja, se pegar tudo o que têm e tudo o que devem, o resultado será negativo).

Falamos, no início do artigo, do livro do Thomas Piketty, que chama a atenção para a desigualdade. Vamos encerrar falando de outro livro, menos acadêmico e mais pop (mas nem por isso menos relevante), chamado “O milionário mora ao lado”, de Thomas J. Stanley e William D. Danko.

O livro trata exatamente da frugalidade dos “ricos de verdade” nos EUA e é, sem dúvidas, um clássico do universo das finanças pessoais. Ele foi lançado, nos EUA, em 1996. No ano que vem estará fazendo vinte anos. É uma leitura ainda atual e que vale a pena, especialmente naqueles momentos em que somos tentados a nos sentir vítimas das circunstâncias.

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