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Perguntas movem transformações

Com tantas mudanças e perguntas, é imprescindível que as organizações se transformem perante o horizonte que se abre para o futuro

Transformação: a leitura de cenário não pode mais se restringir apenas ao ambiente organizacional e de mercado (Getty Images/Getty Images)
Transformação: a leitura de cenário não pode mais se restringir apenas ao ambiente organizacional e de mercado (Getty Images/Getty Images)
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Viviane Martins

Publicado em 26 de outubro de 2021 às, 14h53.

Por Viviane Martins

Como será o futuro? O que aprendemos com o passado? Como gerar valor e impacto positivo? Crescer ou ser sustentável? Qual o valor dos dados? Como mantê-los seguros? O que é ESG? Com tantas mudanças e perguntas, é imprescindível que as organizações se transformem perante o horizonte que se abre para o futuro.

Atualmente, o tempo é cada vez mais elástico. Mudanças que levavam séculos, passaram a ocorrer em décadas e o que demorava anos passou a acontecer em meses, ou, até mesmo, minutos. Satya Nadella, CEO da Microsoft, anunciou, por meio dos últimos relatórios de resultados da empresa, no início de 2020, que a companhia viu a sua transformação digital de dois anos ser acelerada para um período de apenas dois meses. Essa rápida transição vem sendo sentida não apenas pela gigante de Albuquerque (EUA), mas por outras milhares de empresas, inclusive, na América Latina.

Com o surgimento de novos unicórnios e o amadurecimento do ecossistema de tecnologia na região, o estudo Latin American Digital Transformation Report 2021, feito pelo fundo de capital de risco Atlantico, demonstrou de forma muito certeira a velocidade destas transformações. Especialmente para a pesquisa, foi criado o Índice Atlantico de Transformação Digital, que leva em consideração fatores como expansão da internet, complexidade de crescimento de empresas e do ecossistema de inovação.

Segundo o estudo, na América Latina, esse padrão aumentou de 2,3%, no ano passado, para 3,4% em 2021. Olhando especificamente para o Brasil, esse salto foi de 2,8% em 2020 para 4,5% este ano. Mesmo sendo uma demonstração clara de diversos avanços na região, esses indicativos ainda estão “anos-luz” de distância dos números apresentados por países que estão à frente das revoluções digitais, como Estados Unidos, que ostenta um índice de 69,8%.

A distância entre essas duas realidades e a eminência de mudanças demonstram que não existe mais a opção de continuar como estamos. É imprescindível alterar a composição de conselhos e diretorias, procurar ofertas de valor voltadas para novos mercados, ampliar o impacto positivo, diversificar receitas e investir pesado em tecnologia. A transformação precisa ser constante e atenta tanto para quem está ao nosso lado quanto para o que está ao nosso redor. Já não podemos mais pensar em futuro, sem antes pensar para quem construiremos este futuro.

Dessa maneira, a leitura de cenário não pode mais se restringir apenas ao ambiente organizacional e de mercado. É necessário acolher questões de impacto ao meio-ambiente, clientes e sociedade, humanizando propostas de valor.  Em síntese, além de ter prosperidade e longevidade, toda empresa tem que ser sustentável. Esta é a melhor forma de construir futuros. Dentro desse cenário, surgirão desafios e também, inúmeras oportunidades. Por isso, é essencial ter escuta ativa, aprender sempre, se preparar, fazer as perguntas certas e evoluir para aproveitar todas as possibilidades que surgem a cada segundo.

Nessa jornada, é necessário ter parcerias e se aprofundar no conhecimento de Inteligência Artificial, Machine Learning, estudo de dados e outras áreas tecnológicas. Sem deixar os aprendizados das lições do passado a fim de poder olhar para frente com a coragem e discernimento que cada gestor necessita para ampliar sua visão de futuro. Valorizando cada vez mais a diversidade, estruturas ágeis, a linearidade dos times e a colaboração para fazer essa travessia de modo perene.

Com incontáveis dúvidas e mudanças no meio do trajeto, esse, com certeza, não é um caminho fácil, mas necessário. É gerando resultados de forma perene, adaptando-se com agilidade e se preocupando, cada vez mais, com o seu entorno, que construiremos empresas e relações melhores, que poderão impactar e se conectar positivamente com toda a sociedade. Este é o real valor. Afinal, com tantas perguntas que nos movem e uma velocidade absurda de inovações, também nos transformamos a cada instante.