Inovação prática demanda paciência para o erro e pessoas engajadas
Em sua nova coluna, Viviane Martins, CEO da Falconi, traz lições do maior festival de inovação e tecnologia do mundo para quem busca inovar de verdade
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2022 às 16h27.
Festivais de inovação do porte do Web Summit, realizado em Lisboa na última semana, tendem a ser determinantes para que se fique por dentro das principais tendências tecnológicas, sociais e de negócios para os próximos anos. Veja o South by Southwest, por exemplo, com sua já tradicional palestra da futurista Amy Webb: todo ano ela aponta ali uma pequena lista de palavras-chave para ficarmos de olho. Esses movimentos apontam o que será tendência, como aconteceu com metaverso, cidades inteligentes e tantas outras.
No entanto, o Web Summit deste ano carregou um ar diferente, se assim posso dizer. Primeira edição completa desde a pandemia, superando sua capacidade máxima de 70 mil visitantes, reuniu mais de 2 mil startups em 17 palcos, o evento olhou para o futuro, sim, mas sem tirar o corpo do presente. De pés no chão, trouxe para o debate discussões importantes para o agora, e como métodos inovadores e tecnologias de ponta serão determinantes para mudarmos o mundo de hoje.
É claro que carros voadores, cachorros-robôs e exploração espacial tiveram seu lugar na pauta. Estranho seria se não tivessem. Mas neste ano, ficou claro como a inovação prática é um tema urgente dentro das corporações e da sociedade. Inteligência artificial, velha conhecida dos debates de inovação, ganhou contornos pragmáticos: só será realmente útil se ajudar a sociedade e for de fácil acesso.
Prova desse movimento em busca de uma cultura mais realista do ecossistema foi ver investidores de venture capital com uma nova perspectiva. De forma geral, o momento atual dos fundos é muito diferente da euforia e da abundância de capital dos últimos dois anos. A tônica do festival foi direta e objetiva: unicórnios não são mais o foco dos VCs. Agora é hora de combinar crescimento com eficiência. O crescimento a qualquer custo, focado apenas em fomentar valuation pode se tornar cada vez menos interessante.
Algoritmos complexos e distantes do mundo real serão de menor interesse do que softwares treinados para fazer negócios crescerem e a economia girar. Para isso acontecer, entretanto, é preciso um pouco de paciência. Inovação prática incorre em falhas, erros e, principalmente, constância.
A inovação não deve se restringir a um momento brilhante dentro de um problema específico. Ela não pode ser apenas invenção. Para ser realmente efetiva, ela deve ser constante, fruto de uma construção frequente baseada nos problemas dos seus clientes. Só assim, é possível desenvolver soluções customizadas para ajudar corporações a crescer, de forma duradoura e acertada. É dessa forma que se prospera um fluxo real de inovação.
Mais do que nunca, a grande finalidade da inovação deve ser gerar valor para o negócio. Processo que demandará das pessoas uma liderança e um modo de trabalhar também novo, mais aberto ao erro e sem julgar o trabalho dos seus times por resultados ainda não alcançados.
O valor também está no aprendizado obtido durante este processo de busca por inovação. É aí que líderes devem entrar. É papel da liderança incentivar a transparência e compreender suas falhas em nome do progresso.
Para concluir, devo lembrar que inovação é sobre desenvolver conhecimento. E esse processo só acontece por meio da cooperação entre agentes do ecossistema, colaboração entre times e do networking. Dessa forma, podemos criar uma cultura real de inovação.
Festivais de inovação do porte do Web Summit, realizado em Lisboa na última semana, tendem a ser determinantes para que se fique por dentro das principais tendências tecnológicas, sociais e de negócios para os próximos anos. Veja o South by Southwest, por exemplo, com sua já tradicional palestra da futurista Amy Webb: todo ano ela aponta ali uma pequena lista de palavras-chave para ficarmos de olho. Esses movimentos apontam o que será tendência, como aconteceu com metaverso, cidades inteligentes e tantas outras.
No entanto, o Web Summit deste ano carregou um ar diferente, se assim posso dizer. Primeira edição completa desde a pandemia, superando sua capacidade máxima de 70 mil visitantes, reuniu mais de 2 mil startups em 17 palcos, o evento olhou para o futuro, sim, mas sem tirar o corpo do presente. De pés no chão, trouxe para o debate discussões importantes para o agora, e como métodos inovadores e tecnologias de ponta serão determinantes para mudarmos o mundo de hoje.
É claro que carros voadores, cachorros-robôs e exploração espacial tiveram seu lugar na pauta. Estranho seria se não tivessem. Mas neste ano, ficou claro como a inovação prática é um tema urgente dentro das corporações e da sociedade. Inteligência artificial, velha conhecida dos debates de inovação, ganhou contornos pragmáticos: só será realmente útil se ajudar a sociedade e for de fácil acesso.
Prova desse movimento em busca de uma cultura mais realista do ecossistema foi ver investidores de venture capital com uma nova perspectiva. De forma geral, o momento atual dos fundos é muito diferente da euforia e da abundância de capital dos últimos dois anos. A tônica do festival foi direta e objetiva: unicórnios não são mais o foco dos VCs. Agora é hora de combinar crescimento com eficiência. O crescimento a qualquer custo, focado apenas em fomentar valuation pode se tornar cada vez menos interessante.
Algoritmos complexos e distantes do mundo real serão de menor interesse do que softwares treinados para fazer negócios crescerem e a economia girar. Para isso acontecer, entretanto, é preciso um pouco de paciência. Inovação prática incorre em falhas, erros e, principalmente, constância.
A inovação não deve se restringir a um momento brilhante dentro de um problema específico. Ela não pode ser apenas invenção. Para ser realmente efetiva, ela deve ser constante, fruto de uma construção frequente baseada nos problemas dos seus clientes. Só assim, é possível desenvolver soluções customizadas para ajudar corporações a crescer, de forma duradoura e acertada. É dessa forma que se prospera um fluxo real de inovação.
Mais do que nunca, a grande finalidade da inovação deve ser gerar valor para o negócio. Processo que demandará das pessoas uma liderança e um modo de trabalhar também novo, mais aberto ao erro e sem julgar o trabalho dos seus times por resultados ainda não alcançados.
O valor também está no aprendizado obtido durante este processo de busca por inovação. É aí que líderes devem entrar. É papel da liderança incentivar a transparência e compreender suas falhas em nome do progresso.
Para concluir, devo lembrar que inovação é sobre desenvolver conhecimento. E esse processo só acontece por meio da cooperação entre agentes do ecossistema, colaboração entre times e do networking. Dessa forma, podemos criar uma cultura real de inovação.