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Com pessoas no centro, felicidade se torna um dos direcionadores de desempenho

Em sua coluna desta semana, Viviane Martins, CEO da Falconi, discute o novo papel da motivação das pessoas nas corporações

 (ASIFE/Thinkstock)
(ASIFE/Thinkstock)
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Viviane Martins

Publicado em 21 de junho de 2022 às, 13h10.

Seja no campo social ou mesmo na ponta do lápis das finanças, funcionários felizes nunca trouxeram tanto valor para as corporações quanto agora. Não à toa o professor de economia da Duke University Dan Ariely, um dos palestrantes mais presentes do ecossistema de inovação, decidiu mensurar quanto vale o “score” de motivação das pessoas no trabalho em seu mais novo estudo - na prática, ele desenvolveu uma metodologia capaz de quantificar o engajamento e a felicidade entre os empregados.

O trabalho foi conduzido junto de sua startup, a Irrational Capital, e leva em conta análise de dados para gerar o Fator de Capital Humano (HCF, do inglês, Human Capital Fator), indicador que consegue traduzir o quanto de “motivação” há entre os funcionários de uma determinada empresa. E chamou tanto a atenção do mercado que uma gestora norte-americana decidiu usá-lo como base para construir um fundo de investimento na bolsa, baseado na “felicidade” dos líderes corporativos: segundo o JP Morgan, o HCF se mostrou relevante por analisar novas camadas de sentimentos dos funcionários, como orgulho, propósito e segurança psicológica.

Em seu perfil no LinkedIn, Ariely afirma que o HCF captura “tendências comportamentais que não estão prontamente disponíveis em outras bases de dados”. Além disso, diz, muitas características únicas dos seres humanos não eram facilmente encontradas nas métricas públicas - ou no noticiário - até então. “Acima de tudo, este trabalho, acredito, mostra que cultivar uma cultura corporativa forte é uma das maneiras mais eficazes de criar valor econômico e crescimento sustentável”.

De forma geral, o movimento trazido pelo acadêmico engrossa o caldo de uma discussão cada vez mais urgente: pessoas no centro das corporações. Outra pesquisa que reforça a latência do tema foi ilustrada por um estudo da OCDE, lembrando que até 2025 (ou seja, dentro de parcos três anos) 27% da força de trabalho dos países do grupo serão formados por profissionais da Geração Z – aqueles nascidos entre os anos 1990 e 2010. Segundo outro estudo, desta vez da Workmonitor e que ouviu 35 mil profissionais em 34 mercados globais, os jovens da Geração Z preferem o desemprego a serem infelizes no trabalho.

Na confluência desses pontos - e comportamentos - fica claro o quanto as corporações devem estar mais atentas ao que têm a falar os seus funcionários e ao seu bem-estar. Afinal, o perfil da classe trabalhadora está passando por uma grande mudança e o mercado tem se adaptado cada vez mais a ela. Uma coisa, porém, já é certa: definitivamente entramos na era da felicidade enquanto índice de desempenho.