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Cinco passos para uma transformação digital real e produtiva

Em sua coluna desta semana, Viviane Martins, CEO da Falconi, fala sobre um dos maiores desafios dentro das companhias

Metaverso: EXAME lança curso para quem deseja dominar a tecnologia; veja como garantir a sua vaga (Getty Images/Reprodução)
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Viviane Martins

Publicado em 5 de setembro de 2022 às, 09h36.

Pauta obrigatória dos últimos anos, a transformação digital se tornou um dos maiores desafios dentro das companhias, sejam elas empresas tradicionais em busca de inovação ou até mesma as nativas digitais que, apesar de inovadoras, ainda escorregam em termos de estratégia e planejamento. Até tempos atrás, alcançar a liderança com aquelas que se convencionou globalmente chamar de “leading companies”, era trabalho árduo. Mas após chegar lá, a manutenção requeria esforços relativamente estáveis. Daí o destaque para as corporações tradicionais, bem geridas e com foco em produtividade e entrega de resultados. 

Hoje, adentrar em um mar tempestuoso, onde as ondas atendem por siglas como VUCA, BANI e seja lá o que mais estiver por vir, o desafio se tornou infinitamente complexo, em um escopo que vai da gestão de excelência a olhar paralelo e prioritário para inovação. Como de praxe, falar é (muito) mais fácil do que fazer, sobretudo quando as linhas temporais se confundem em um único agora: a conexão entre passado, presente e futuro tem se encontrado dentro da transformação digital.  Para muito além de um buzzword ou mantra, transformação digital é conceito que engloba não apenas a incorporação de ferramentas, mas uma série de medidas e mudanças, inclusive culturais, comportamentais e processuais. 

Principal investimento das empresas ao longo dos próximos anos, a transformação digital exige um profundo entendimento não apenas do próprio negócio quanto das mecânicas que o regem e do cenário onde está inserido, porque transformação digital tem sobretudo a ver com a capacidade de resposta às exigências de novas realidades que chegam em ondas cada vez mais rápidas. Mais que resposta, também tem a ver com estar em sincronia com as forças de sustentação. Ou seja: a sustentação da operação tem de ocorrer na mesma intensidade e paralelamente às ações de inovação, incorporando as melhores práticas para o alinhamento de metas, definição de incentivos e estruturação da governança para atender às novas e intercambiantes necessidades.

Para que isso aconteça para valer no dia a dia - e de forma produtiva - há cinco etapas essenciais:

1. Definição de estratégia e foco

Para se definir a direção e ajustar o foco, uma boa dica é fazer uma reflexão sobre as tendências tecnológicas, potenciais origens de disfunção do seu negócio, avaliar a escalabilidade do seu modelo de negócios, a conexão com o desenvolvimento sustentável. Em complemento, contar com indicadores de empresas para compará-los com os seus, desdobrando-os em dimensões como resultados financeiros, experiência do cliente, do colaborador, integridade dos fornecedores e desenvolvimento de impacto. Aqui vale extrapolar seu segmento, pois nem sempre a comparação de clientes e fornecedores se dá apenas no âmbito de concorrentes diretos. Isso ajudará você a entender em qual momento seu negócio está e iniciar o projeto para onde ele quer chegar. 

2. Priorização

Em segundo lugar, é hora de compreender e priorizar as oportunidades da sua companhia. Agora, é hora de desdobrar os indicadores do seu negócio e identificar as variáveis de maior impacto, enquanto faz simulações de áreas em que a inovação poderá ser mais eficaz. É também o momento de calcular as lacunas de crescimento em inovação com base nas projeções de benchmarks, trabalho do primeiro passo. 

3. Metas que engajam

Nesse momento, é quando as metas aparecerem no negócio. O trabalho da companhia aqui é recomendar métricas que incentivem a colaboração e engajamento dos times, a partir da definição de um melhor equilíbrio entre metas coletivas e individuais, os chamados OKRs (Objectives & Key Results). Ao propô-los, a empresa deve levar em conta também um plano compatível com seus desafios, claro, buscando um melhor refinamento do projeto. 

4. Ações para mudança de patamar

Com os primeiros passos dados, parte-se para a elaboração das ações que irão mudar o jogo. Aqui, o foco principal deve estar no alcance das metas então definidas. Ou seja, na escolha de um caminho. Por exemplo: inovação para resolução de problemas complexos; melhorias para indicadores que precisam alcançar novos patamares; ou estabilização para atividades que demandam segurança. 

5. Acompanhamento de perto

Por fim, é hora de fazer um monitoramento dinâmico e adaptável às necessidades da organização. Ou seja, estar próximo do trabalho realizado, usando ferramentas para apurar e alcançar os resultados. Aqui, ferramentas como dashboards para toma de decisão, atualização de projeções e análise de tendências auxiliam o processo. Tudo isso amparado com adaptabilidade, permitindo que o plano seja reajustado quando necessário, já que os cenários são cada vez mais dinâmicos.