Porque toda empresa deveria experimentar os NFTs e o metaverso?
Entenda como as empresas podem utilizar tokens não-fungíveis e a tecnologia blockchain para alcançar seus clientes neste novo ambiente digital
Publicado em 7 de novembro de 2021 às, 12h35.
Última atualização em 7 de novembro de 2021 às, 12h45.
Já exploramos nos artigos anteriores que blockchain é uma tecnologia de núcleo, que se diferencia das demais tecnologias por ter resolvido o gasto duplo com o surgimento do Blockchain Bitcoin em 2008. Vimos também como os NFTs foram impulsionados pela tecnologia blockchain.
Hoje, vamos entender qual o significado do Metaverso, e como ele está impactando grandes marcas globais, após sua integração com NFTs.
O Metaverso
O termo 'metaverso' surgiu pela primeira vez em 1992, quando Neal Stephenson lançou seu romance de ficção científica, 'Snow Crash'. Nesse livro, os humanos interagem entre si e com agentes de software, como avatares, em um espaço tridimensional que atua como metáfora para o mundo real.
Conquanto tenha sido Stephenson quem usou o termo pela primeira vez, a ideia de um sucessor da Internet baseado na realidade virtual já era discutida pelos pioneiros da Internet no final da década de 70, início dos anos 80, que anteviam a Internet do futuro como um espaço virtual compartilhado, um lugar onde nosso mundo físico se mistura com o virtual e cria novos espaços digitalizados em algum lugar intermediário.
Nesses espaços, as regras mudam.
As pessoas se tornam aquilo com que sonham em sua vida cotidiana. Elas expressam seu eu interior através de avatares digitais, e podem até mesmo trazer seus ídolos digitais para este mundo.
Agora que a palavra “Metaverso” ganhou o mainstream, alguns têm se arriscado a conceituar o metaverso que, segundo Meaghan Fitzgerald, Chefe de Marketing de Produtos de Experiências no Facebook Reality Labs, seria "Um espaço compartilhado, tridimensional e digital", um espaço que "combina, em última instância, elementos físicos e online".
Mas definir o metaverso ainda é algo arriscado. Da mesma forma, no início da Internet muitos não tinham noção do que ela se tornaria, e muito menos que seria utilizada para modelos de negócio como Uber, Amazon e Netflix, quando as pessoas dizem que o Metaverso será isso ou aqui, na minha opinião, ninguém realmente tem ideia da exata dimensão e amplitude do Metaverso “ainda”.
Para quem ainda não entende o que é metaverso, vale muito a pena conferir o filme “Jogador Número 1”, dirigido por Steven Spielberg e baseado no romance “Ready Player One”, escrito por Zak Penn.
Metaverso e Web 3
Duas tendências que irão moldar o mundo nos próximos 10-15 anos são:
- O metaverso, e sua proliferação em todos os aspectos da sociedade
- Web3 e a democratização da Internet
Mas o metaverso e Web 3 não são a mesma coisa?
Assim como ainda não existe uma definição concreta para metaverso, também não existe um conceito para o que é a Web 3.0, ambos ainda em amadurecimento.
Já é possível, contudo, identificar algumas das características da Web 3 como: o foco no usuário (e não em empresas), o uso massivo de inteligência artificial (como poderosa ferramenta para fornecer as melhores análises e o melhor resultado às pessoas), bem como de redes distribuídas (não dependeremos mais dos gigantescos servidores centralizados de dados); além disso, o conteúdo da Web 3 será mais gráfico, (com mais vídeos e imagens em 3D). Também, na Web3, a realidade aumentada (AR) e a realidade virtual (VR) serão algo comum a todos, trazendo gráficos mais realistas e a aplicativos e games.
Levando isto em consideração, podemos dizer que o metaverso, ainda incipiente, está sendo construído em várias esferas, sendo a Web a maior delas.
Ele suporta tanto jogos quanto espaços sociais como o Second Life, uma das tentativas de sucesso para criar um portal para o metaverso, mas não se pode dizer que o metaverso seja a própria Web.
Metaverso e NFTs
Como vimos nos parágrafos anteriores, os membros da comunidade tecnológica já previam uma Era Exponencial, onde a “Internet do futuro” nos levaria ao metaverso.
Pois bem, o futuro já está batendo à porte, mas até pouco tempo não se sabia como este espaço, com diversos mundos virtuais, alcançaria seu potencial pleno.
Seria possível que o metaverso transformasse fundamentalmente não só a maneira como as pessoas interagem com o mundo digital, mas também alterasse parte do mundo real?
É a integração dos NFTs ao metaverso que deu início à transformação de nossas interações nos mundos virtuais, com impacto em parte do mundo real.
A Gucci tem buscado alcançar novos consumidores no metaverso, no game Roblox. A estratégia utilizada é vender NFTs para avatares da edição limitada “Gucci Collection” no game Roblox, que inclui bolsas, óculos e chapéus.
Em julho deste ano, a Coca-Cola lançou vestimentas virtuais da marca como tokens não fungíveis (NFTs), incluindo uma jaqueta “wearable” para ser usada em avatares dentro do mundo virtual do Decentraland, realizando inclusive uma Rooftop Party” na plataforma para comemorar o lançamento.
Agora em novembro, a NASCAR lançará um carro digital no jogo Jailbreak breakout da plataforma do game Roblox, e venderá roupas para os avatares dos jogadores. Os jogadores também poderão criar seus próprios uniformes NASCAR, como parte de um concurso de fãs, com os desenvolvedores do jogo atuando como influenciadores para promovê-los nas mídias sociais.
NFTs são a porta de entrada para muitas partes no metaverso
No último trimestre, diversas marcas globais criaram seus próprios NFTs e lançaram seus tokens não-fungíveis em mundos virtuais.
O motivo?
Há tantos globos oculares e oportunidades interativas. Na Roblox, mais de 200 milhões de usuários ativos mensais, cerca da metade dos quais têm menos de 13 anos, jogam centenas de milhares de jogos virtuais, muitos dos quais agora incorporam ativações de marca. A Mulher Maravilha da WarnerMedia: A Experiência Themyscira foi visitada quase 30 milhões de vezes na plataforma.
E o interessante desta iniciativa é que ela reflete a tendência das empresas de encontrar seus consumidores onde eles estão.
Como a Coca-Cola e Gucci nos mostram, independentemente do produto ou da declaração de missão da empresa, todas as empresas deveriam estar pensando em apostar nesta nova esfera.
Apesar de agora o metaverso ainda ser muito incipiente, e as marcas ainda estarem no início de sua própria transformação digital, os NFTs estão provando ser uma ótima porta de entrada para muitas marcas experimentarem muitas partes do metaverso como, por exemplo, o funcionamento da propriedade digital, os impactos da migração de parte da Economia para o metaverso, o comportamento dos usuários, dentre outros.
A nova roupagem dos NFTs com a tecnologia blockchain
Vimos, em outro artigo desta coluna, que um NFT é a representação de um ativo não fungível em meio digital. Isto é, numa definição mais técnica, um NFT é um pedaço de código de software que verifica se você detém a propriedade de um ativo digital não-fungível, ou a representação digital do ativo físico não-fungível em meio digital.
Também já mostramos que NFTs já existiam antes do primeiro blockchain (o blockchain do bitcoin), mas que a tecnologia blockchain transformou os mercados de NFTs, ao resolver o problema do gasto duplo e conferir escassez, singularidade e autenticidade a um token não-fungível.
Daí, se registrado em um blockchain, um NFT passou a ser realmente um ativo “único”, que não pode ser falsificado, adulterado ou fraudado. A tecnologia blockchain trouxe a padronização a atributos básicos dos NFTs como propriedade, transferência e controle de acesso, e a atributos adicionais como especificações de como exigir um NFT, por exemplo.
A padronização dos NFTs via tecnologia blockchain também viabilizou a interoperabilidade, permitindo que NFTs se movessem mais facilmente entre vários ecossistemas.
Desde 2017, os NFTs podem ser visualizados imediatamente em dezenas de diferentes provedores de carteira, negociáveis em vários mercados e, exigidos em vários mundos virtuais, porque os padrões abertos possibilitados pela tecnologia blockchain fornecem uma API clara, consistente, confiável e com permissão para leitura e gravação de dados.
A interoperabilidade, por sua vez, ampliou a negociabilidade dos NTFs, ao permitir que sejam transacionados fora de seus ambientes originais, e em qualquer moeda – desde stablecoins e moedas digitais à criptoativos. E essa vantagem da negociabilidade trouxe, ainda, uma transição de uma economia de NFTs inicialmente fechada, para uma economia de mercado livre.
Por conta disto, os mercados dos NFTs, antes fechados e restritos a plataforma em que foram criados, passou a ser um mercado livre, com negociação no mundo real e, recentemente, também nos mundos virtuais.
Conquanto muitos ainda enxerguem os NFTs como moda passageira, os líderes da indústria já perceberam que a incorporação da tecnologia blockchain aos NFTs, e sua integração ao metaverso, é a peça que faltava para a criação de um “metaverso Funcional”.
Takeaway
Olhando para onde estávamos no início da Internet, onde estamos e, mais importante, para onde estamos indo, percebemos a inevitabilidade dos espaços virtuais compartilhados, ressignificando nossas vidas públicas e privadas.
Neste artigo, buscamos identificar como a tecnologia blockchain, trazendo escassez aos NFTs , possui importante papel na evolução do metaverso.
E você, já comprou um NFT num mundo virtual? Consegue identificar, com o que vimos aqui, como NFTs e o metaverso podem impactar ou afetar seu dia a dia?
Pense nisto até nosso próximo encontro.