Este é o “Janeiro Branco”, um período de reflexão que nos convida a olhar com mais atenção para a saúde mental que, felizmente, está ganhando cada vez mais espaço nas organizações e precisa de maior compromisso de todos os envolvidos.

A quinta edição da pesquisa “Inteligência Emocional & Saúde Mental no Ambiente de Trabalho”, realizada em 2024 pela Robert Half em parceria com a The School of Life, mostrou que algumas tendências identificadas nos anos anteriores seguem bastante preocupantes.  

De acordo com o levantamento, mais de 40% dos profissionais enfrentam problemas com saúde mental. Além disso, 50% dos liderados consideram que ela é negativamente impactada pela maneira como a cobrança por produtividade acontece na sua empresa. Como consequência, quase 20% dos respondentes admitiram fazer uso de alguma medicação psicofarmacológica. Esses números são um chamado à ação.

Trabalhar em um ambiente que prioriza a saúde mental faz toda a diferença. Um passo importante para esse caminho é entender que o tema não é um tabu e deve ser discutido abertamente. O fato é que, hoje, quase 40% dos profissionais afirmam nunca ter discutido questões de saúde mental com seu líder. Isso indica que há muito a ser feito para criar um ecossistema corporativo que, de fato, valorize o bem-estar. Empresas com lideranças empáticas e políticas claras de apoio psicológico têm mais chances de atrair e reter talentos.

Além disso, para os profissionais, buscar oportunidades em organizações alinhadas aos seus valores e princípios é fundamental. Nessa escolha, priorizar um ambiente que ofereça suporte emocional e encoraje o desenvolvimento humano é um investimento na própria carreira e qualidade de vida.

A capacitação também desempenha um papel relevante nesse cenário. Profissionais que investem continuamente em seu aprimoramento têm mais chances de acessar as melhores oportunidades e escolher ambientes de trabalho que correspondam às suas expectativas. Ainda, a educação continuada promove mais autoconfiança e autonomia, fatores que fortalecem a resiliência diante dos mais variados desafios.

Por outro lado, as organizações também precisam assumir a responsabilidade de oferecer programas de formação, tanto técnica quanto comportamental. Líderes capacitados para lidar com questões emocionais — e que compreendem o impacto do bem-estar no desempenho — têm o potencial de transformar equipes e impulsionar resultados. No entanto, como aponta a pesquisa, 63% dos liderados sentem que o seu gestor ainda não possui as ferramentas necessárias para apoiar a saúde mental da equipe.  

Estratégias para avançar

Para promover a saúde mental no ambiente de trabalho e construir um futuro mais equilibrado, algumas ações podem ser implementadas: 

• Incentivar o diálogo aberto: Estabeleça canais seguros e confidenciais para que os colaboradores possam discutir questões emocionais sem medo de represálias;
   

• Treinar lideranças empáticas: Invista na formação de gestores que saibam reconhecer sinais de sofrimento e oferecer apoio adequado;
   

• Oferecer recursos de bem-estar: Programas de apoio psicológico, espaços de descompressão e incentivos à prática de atividades físicas são excelentes aliados;
   

• Fomentar o desenvolvimento pessoal: Promova a capacitação não apenas em competências técnicas, mas também em habilidades como inteligência emocional e gestão do tempo. 

A saúde mental deixou de ser um assunto marginal para ocupar o centro das estratégias empresariais. Esse é um caminho sem volta, e é nossa responsabilidade coletiva garantir que o ambiente de trabalho, onde passamos grande parte da nossa vida, não seja apenas um lugar de produtividade, mas também de realização pessoal.

O Janeiro Branco nos lembra que sempre há espaço para recomeçar. Que tal transformar seu local de trabalho em um ponto de partida para esse futuro?

Aqui, neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks.

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar