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Rage Applying: a pressa e a frustração na busca por emprego

Quando a insatisfação no trabalho leva a candidaturas impulsivas, os riscos dessa prática são latentes para candidatos e empregadores

Quando a insatisfação no trabalho leva a candidaturas impulsivas, os riscos dessa prática são latentes para candidatos e empregadores (Paperkites/iStockphoto)

Publicado em 2 de agosto de 2024 às 09h00.

O mercado de trabalho contemporâneo tem testemunhado o surgimento de diversos fenômenos impulsionados pelas redes sociais, como o "rage applying" e o "job hopping". O termo "rage applying" refere-se à prática de candidatar-se a diversas vagas de emprego de forma impulsiva, movido por contrariedade ou frustração com o trabalho atual.

A insatisfação com o ambiente de trabalho é um dos principais motivadores do "rage applying", isso é evidente. Ambientes tóxicos, fluxos ineficazes de comunicação e lideranças despreparadas podem levar profissionais a buscarem novas oportunidades de forma desesperada. Segundo informações do Índice de Confiança Robert Half, com base em dados do CAGED, a representatividade de saídas voluntárias no total de desligamentos entre profissionais qualificados, aqueles com formação superior completa e mais de 25 anos, foi de 39% em 2023.

A ausência de reconhecimento pelo trabalho realizado é outro fator crucial. Talentos que se sentem desvalorizados tendem a buscar novas posições onde esperam ser mais reconhecidos. Além disso, a taxa de desemprego está em níveis historicamente baixos, tanto da população em geral quanto dos profissionais qualificados, o que pode incentivar profissionais-chave a buscar novas oportunidades.

Outro dado que me chama a atenção é do Ministério do Trabalho, coletado em 2020. De acordo com o estudo, quase 20% dos jovens da geração Z, nascidos a partir de 1995, tendem a permanecer dentro de uma empresa por menos de três meses, o que representa 2,47 milhões de profissionais.

O turnover voluntário, ou a taxa de rotatividade de funcionários, é um indicador crítico para as empresas. Para mantê-lo em um volume saudável, os empregadores devem focar na promoção de uma cultura de transparência. Isso significa criar um ambiente onde os funcionários se sintam seguros e à vontade para expressar suas preocupações, dúvidas e frustrações.

Quando os colaboradores percebem que suas vozes são ouvidas e valorizadas, a tendência é que o nível de frustração e descontentamento diminua. Priorize essa abertura para o diálogo com o intuito de identificar e resolver problemas antes que eles se tornem motivos para que os funcionários busquem novas oportunidades.

Riscos do rage applying

  1. Posições insatisfatórias: a pressa pode levar a escolhas precipitadas, resultando em novos empregos que são igualmente insatisfatórios;
  2. Imagem profissional: candidaturas impulsivas tendem a prejudicar a imagem profissional, fazendo com que o candidato seja percebido como pouco comprometido, desorganizado ou instável.
  3. Ciclo de “job hopping”: a prática pode resultar em um ciclo de trocas frequentes de emprego, conhecido como "job hopping" e mal visto por muitos recrutadores.

Compartilho, a seguir, estratégias para uma busca de emprego mais ponderada:

O "rage applying" é um fenômeno impulsionado pelo sentimento de frustração, que nenhum de nós gosta de sentir, é claro. No entanto, por mais que possa parecer uma boa solução em um primeiro momento, é inegável que essa prática traz inúmeros riscos tanto para os candidatos quanto para os empregadores.

Devemos ser protagonistas de nossa carreira, lidando com ela de forma estratégica. Uma abordagem mais ponderada na busca por emprego, aliada a melhorias no ambiente de trabalho e na cultura organizacional, pode beneficiar todas as partes envolvidas. Enquanto profissionais investem em autoconhecimento e planejamento, as empresas devem focar na construção de ambientes de trabalho positivos e instigantes. Esse é o caminho com mais chances de sucesso, pode apostar.Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

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O mercado de trabalho contemporâneo tem testemunhado o surgimento de diversos fenômenos impulsionados pelas redes sociais, como o "rage applying" e o "job hopping". O termo "rage applying" refere-se à prática de candidatar-se a diversas vagas de emprego de forma impulsiva, movido por contrariedade ou frustração com o trabalho atual.

A insatisfação com o ambiente de trabalho é um dos principais motivadores do "rage applying", isso é evidente. Ambientes tóxicos, fluxos ineficazes de comunicação e lideranças despreparadas podem levar profissionais a buscarem novas oportunidades de forma desesperada. Segundo informações do Índice de Confiança Robert Half, com base em dados do CAGED, a representatividade de saídas voluntárias no total de desligamentos entre profissionais qualificados, aqueles com formação superior completa e mais de 25 anos, foi de 39% em 2023.

A ausência de reconhecimento pelo trabalho realizado é outro fator crucial. Talentos que se sentem desvalorizados tendem a buscar novas posições onde esperam ser mais reconhecidos. Além disso, a taxa de desemprego está em níveis historicamente baixos, tanto da população em geral quanto dos profissionais qualificados, o que pode incentivar profissionais-chave a buscar novas oportunidades.

Outro dado que me chama a atenção é do Ministério do Trabalho, coletado em 2020. De acordo com o estudo, quase 20% dos jovens da geração Z, nascidos a partir de 1995, tendem a permanecer dentro de uma empresa por menos de três meses, o que representa 2,47 milhões de profissionais.

O turnover voluntário, ou a taxa de rotatividade de funcionários, é um indicador crítico para as empresas. Para mantê-lo em um volume saudável, os empregadores devem focar na promoção de uma cultura de transparência. Isso significa criar um ambiente onde os funcionários se sintam seguros e à vontade para expressar suas preocupações, dúvidas e frustrações.

Quando os colaboradores percebem que suas vozes são ouvidas e valorizadas, a tendência é que o nível de frustração e descontentamento diminua. Priorize essa abertura para o diálogo com o intuito de identificar e resolver problemas antes que eles se tornem motivos para que os funcionários busquem novas oportunidades.

Riscos do rage applying

  1. Posições insatisfatórias: a pressa pode levar a escolhas precipitadas, resultando em novos empregos que são igualmente insatisfatórios;
  2. Imagem profissional: candidaturas impulsivas tendem a prejudicar a imagem profissional, fazendo com que o candidato seja percebido como pouco comprometido, desorganizado ou instável.
  3. Ciclo de “job hopping”: a prática pode resultar em um ciclo de trocas frequentes de emprego, conhecido como "job hopping" e mal visto por muitos recrutadores.

Compartilho, a seguir, estratégias para uma busca de emprego mais ponderada:

O "rage applying" é um fenômeno impulsionado pelo sentimento de frustração, que nenhum de nós gosta de sentir, é claro. No entanto, por mais que possa parecer uma boa solução em um primeiro momento, é inegável que essa prática traz inúmeros riscos tanto para os candidatos quanto para os empregadores.

Devemos ser protagonistas de nossa carreira, lidando com ela de forma estratégica. Uma abordagem mais ponderada na busca por emprego, aliada a melhorias no ambiente de trabalho e na cultura organizacional, pode beneficiar todas as partes envolvidas. Enquanto profissionais investem em autoconhecimento e planejamento, as empresas devem focar na construção de ambientes de trabalho positivos e instigantes. Esse é o caminho com mais chances de sucesso, pode apostar.Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

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