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Profissionais de TI: valorizados e disputados

O setor é o que mais contrata no país e, por isso, requer das empresas estratégias específicas para atrair e reter talentos

 (shutterstock/Reprodução)
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Fernando Mantovani — Sua Carreira, Sua Gestão

Publicado em 15 de julho de 2022 às, 12h28.

Última atualização em 15 de julho de 2022 às, 12h48.

*Por Fernando Mantovani

Não é de hoje que os profissionais de Tecnologia da Informação (TI) são alguns dos mais requisitados e bem pagos pelo mercado. E, por isso mesmo, eles também frequentemente são os campeões de turnover, mudando de emprego mais vezes e em menor tempo do que trabalhadores de outros segmentos. Não bastasse a transformação digital, que se tornou um imperativo para empresas de todos os portes e tipos de atividade, outros fatores entraram em cena para desequilibrar ainda mais a relação entre a oferta e demanda por essa mão de obra.

Um deles é antigo e tem a ver com uma realidade global, que é a insuficiência de investimentos na formação em TI. As formações universitárias e cursos à disposição ainda não são capazes de contemplar as necessidades do País, que acaba formando menos profissionais nessa área do que o necessário. Somam-se a esse contexto, a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em 2020, que praticamente tornou obrigatória a contratação de um especialista em segurança de dados na maioria das empresas, e a pandemia, que acelerou bruscamente a migração de negócios para o formato online, ampliando a procura por experts em tecnologia em todos os segmentos.

Números recentes confirmam esse panorama. A 20ª edição do Índice de Confiança Robert Half 20 (ICRH) analisou dados levantados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para elaborar um ranking dos setores que mais contrataram no primeiro trimestre de 2022. Adivinhem quem aparece em primeiro lugar? O setor de tecnologia, que foi responsável pela criação de 5.775 postos de trabalho no período. A posição de liderança no saldo de contratações também já havia sido identificada ao longo de todo o segundo semestre de 2021. No futuro, essa tendência deve ser ainda mais acentuada, já que vivemos em um mundo cada vez mais tecnológico e automatizado.

Diante disso tudo, o que as empresas podem e devem fazer para atrair e reter talentos dessa área? Antes de mais nada é importante lembrar que um bom salário, por si só, não garante a permanência de um funcionário em uma companhia, muito menos se ele for de TI, pelos motivos já expostos. E, embora, hipoteticamente seja sempre possível pagar mais do que a concorrência e, assim, encontrar ótimos candidatos, é fato que os processos de admissão e demissão geram custos e desgastes na operação das empresas, que se veem em ciclos infindáveis de recrutamento, seleção e treinamento.

Atração e retenção de TI requerem estratégia diferenciada

Gosto de chamar atenção para algumas especificidades dos profissionais de TI, pois elas devem nortear a construção de estratégias de atração e retenção efetivas. Elas podem parecer óbvias, mas fazem toda a diferença se forem devidamente respeitadas e valorizadas nas políticas e nas rotinas das organizações. Vamos lá.

Enquanto a tecnologia é apenas um meio de trabalho para boa parte dos colaboradores, para os profissionais de TI ela é a própria razão de ser de suas carreiras e empregos. Se para alguns funcionários um upgrade de software ou de equipamento pode ser um mal necessário, para os funcionários de TI a inovação tecnológica é o ar que respiram. Sem isso, eles param no tempo.

Sendo assim, é muito importante que as empresas levem em conta os seguintes aspectos para atrair e reter esses talentos:

- aprimoramento contínuo – os profissionais de TI precisam se manter sempre atualizados e a melhor forma de ajudá-los é arcar com parte dos custos de treinamentos, dentro ou fora da organização;

- recursos tecnológicos – ofereça tecnologias de ponta para os especialistas trabalharem. É uma forma de motivar e agregar valor à experiência e ao conhecimento que já possuem;

- qualidade de vida – para atenuar a pressão que recai sobre esses profissionais, aposte em benefícios que promovam o bem-estar e o equilíbrio, como horários flexíveis, espaços de descompressão, auxílio psicológico e auxílio home office;

plano de carreira – possibilitar que o colaborador cresça dentro da companhia é fundamental para que ele não pense em buscar outras oportunidades no mercado;

- clima organizacional – garantir um ambiente de trabalho agradável, no qual as pessoas se sintam bem, é um fator crucial para manter os funcionários engajados.

Além de oferecer condições de trabalho adequadas e interessantes, é indispensável observar os resultados da estratégia adotada. Métricas relacionadas a absenteísmo, rotatividade e satisfação dos colaboradores devem ser constantemente avaliadas e servirem de subsídios para ajustes e melhorias, se necessário. São investimentos que retornam a longo prazo, tenha isso em mente. Aqui, neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks.

Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar