Presencial com flexibilidade
É fundamental investir em iniciativas que garantam qualidade de vida aos funcionários que voltaram a trabalhar dentro da empresa
Colunista
Publicado em 3 de novembro de 2023 às 08h30.
O retorno ao trabalho presencial cresce no mundo inteiro, mesmo entre as empresas consideradas mais modernas e arejadas, como as de tecnologia. Os motivos alegados são muitos e legítimos: aumentar a produtividade, melhorar a interação entre colegas, fortalecer a cultura corporativa, entre outros.
Mantenho a opinião de que o modelo híbrido pode ser uma ótima solução para organizações e trabalhadores. Entretanto, a realidade é que muitas empresas têm preferido o formato 100% presencial. Seja qual for a razão, uma coisa é certa: não estamos, sob hipótese alguma, voltando para o momento pré-pandemia, quando passar cinco dias por semana no escritório era normal e inquestionável.
Soa repetitivo dizer que a pandemia foi um divisor de águas, mas ainda está bem viva na memória das pessoas a importância de cultivar a qualidade de vida, mantendo-se mais próximo da família, se exercitando, se alimentando bem, entre outras medidas de saúde e bem-estar. Tanto é que a opção de trabalhar remotamente ainda tem um forte peso na hora de aceitar ou deixar um emprego.
Dados da 25ª edição do Índice de Confiança da Robert Half (ICRH) dão a dimensão dessa realidade. De acordo com o estudo, 45% dos profissionais empregados disseram que, em um processo seletivo, além do salário, a flexibilidade de horário é o aspecto mais importante na escolha de uma vaga.
Ainda conforme os trabalhadores empregados, há diversas maneiras de as empresas investirem na flexibilidade no modo presencial. As cinco iniciativas mais citadas foram:
- valorizando o equilíbrio entre vida pessoal e profissional (71%);
- oferecendo mais opções de horários de trabalho e dias remotos (67%);
- flexibilizando os horários de entrada e saída do escritório (59%);
- promovendo um ambiente de trabalho saudável e inclusivo (55%);
- estabelecendo um canal de comunicação aberto a sugestões e feedbacks (35%).
No entendimento dos profissionais ouvidos, a flexibilidade é essencial porque traz mais tempo para cuidados pessoais e familiares. A conta é simples: menos deslocamentos pela cidade e mais autonomia para gerir os próprios horários são fatores que impactam positivamente a disposição, o sono e o humor das pessoas. Gastar duas ou três horas por dia em trânsito, ao contrário, esgota a energia de qualquer um.
E as empresas, como elas têm respondido aos novos desafios do trabalho presencial? Segundo os recrutadores que participaram do estudo, as organizações estão adotando principalmente estas cinco alternativas:
- uso de tecnologias que facilitam a comunicação e a colaboração a distância (52%);
- horários flexíveis de entrada e saída (49%);
- trabalho remoto em dias específicos (47%);
- ambientes de trabalho adaptáveis e colaborativos (32%);
- canal de comunicação aberto a sugestões e feedbacks (31%).
Na opinião de mais da metade das empresas (56%), flexibilizar as “regras do jogo” tem como principal benefício a satisfação dos funcionários. Contribuir para a qualidade de vida, a retenção de talentos e o bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional também foram bastante citados como efeitos positivos desse movimento.
Empresas do futuro serão flexíveis
Mesmo que o home office seja reduzido, é fato que flexibilizar normas e hábitos se tornou uma questão de sobrevivência para as empresas. Com o avanço contínuo das tecnologias de comunicação e de colaboração, temas como trabalho remoto, jornadas flexíveis e nomadismo digital tendem a permanecer no horizonte dos trabalhadores.
Destaco, a seguir, três pontos cruciais para empregados e empregadores fazerem o melhor uso possível da flexibilidade, com vantagens para todos:
- tecnologia – as empresas precisam investir pesado nesse sentido, especialmente no aprimoramento contínuo dos colaboradores. Mesmo quem não é de TI deve se manter atualizado. O domínio tecnológico melhora a autonomia e o desempenho dos times;
- projetos – trabalhar por projetos vem ganhando força no Brasil e esse é mais um caminho para incrementar tanto a variedade de experiências quanto a liberdade de escolher quando e onde trabalhar. Para as empresas, essa alternativa significa ter um especialista para demandas específicas, evitando os custos associados a uma contratação por tempo indeterminado;
- competências comportamentais – iniciativa, responsabilidade, organização e boa comunicação são qualidades cruciais para que um ambiente flexível funcione bem. O teletrabalho depende totalmente disso. As empresas e profissionais podem apostar nessas competências por meio de treinamentos, conversas, entre outras ações.
A prosperidade de uma empresa apoia-se amplamente na sua capacidade de adaptação ao mundo. Ignorar a realidade dentro e fora de casa não é uma opção para quem deseja crescer. Que tal tentar compreender melhor os times e se abrir para mudanças?
Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar
O retorno ao trabalho presencial cresce no mundo inteiro, mesmo entre as empresas consideradas mais modernas e arejadas, como as de tecnologia. Os motivos alegados são muitos e legítimos: aumentar a produtividade, melhorar a interação entre colegas, fortalecer a cultura corporativa, entre outros.
Mantenho a opinião de que o modelo híbrido pode ser uma ótima solução para organizações e trabalhadores. Entretanto, a realidade é que muitas empresas têm preferido o formato 100% presencial. Seja qual for a razão, uma coisa é certa: não estamos, sob hipótese alguma, voltando para o momento pré-pandemia, quando passar cinco dias por semana no escritório era normal e inquestionável.
Soa repetitivo dizer que a pandemia foi um divisor de águas, mas ainda está bem viva na memória das pessoas a importância de cultivar a qualidade de vida, mantendo-se mais próximo da família, se exercitando, se alimentando bem, entre outras medidas de saúde e bem-estar. Tanto é que a opção de trabalhar remotamente ainda tem um forte peso na hora de aceitar ou deixar um emprego.
Dados da 25ª edição do Índice de Confiança da Robert Half (ICRH) dão a dimensão dessa realidade. De acordo com o estudo, 45% dos profissionais empregados disseram que, em um processo seletivo, além do salário, a flexibilidade de horário é o aspecto mais importante na escolha de uma vaga.
Ainda conforme os trabalhadores empregados, há diversas maneiras de as empresas investirem na flexibilidade no modo presencial. As cinco iniciativas mais citadas foram:
- valorizando o equilíbrio entre vida pessoal e profissional (71%);
- oferecendo mais opções de horários de trabalho e dias remotos (67%);
- flexibilizando os horários de entrada e saída do escritório (59%);
- promovendo um ambiente de trabalho saudável e inclusivo (55%);
- estabelecendo um canal de comunicação aberto a sugestões e feedbacks (35%).
No entendimento dos profissionais ouvidos, a flexibilidade é essencial porque traz mais tempo para cuidados pessoais e familiares. A conta é simples: menos deslocamentos pela cidade e mais autonomia para gerir os próprios horários são fatores que impactam positivamente a disposição, o sono e o humor das pessoas. Gastar duas ou três horas por dia em trânsito, ao contrário, esgota a energia de qualquer um.
E as empresas, como elas têm respondido aos novos desafios do trabalho presencial? Segundo os recrutadores que participaram do estudo, as organizações estão adotando principalmente estas cinco alternativas:
- uso de tecnologias que facilitam a comunicação e a colaboração a distância (52%);
- horários flexíveis de entrada e saída (49%);
- trabalho remoto em dias específicos (47%);
- ambientes de trabalho adaptáveis e colaborativos (32%);
- canal de comunicação aberto a sugestões e feedbacks (31%).
Na opinião de mais da metade das empresas (56%), flexibilizar as “regras do jogo” tem como principal benefício a satisfação dos funcionários. Contribuir para a qualidade de vida, a retenção de talentos e o bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional também foram bastante citados como efeitos positivos desse movimento.
Empresas do futuro serão flexíveis
Mesmo que o home office seja reduzido, é fato que flexibilizar normas e hábitos se tornou uma questão de sobrevivência para as empresas. Com o avanço contínuo das tecnologias de comunicação e de colaboração, temas como trabalho remoto, jornadas flexíveis e nomadismo digital tendem a permanecer no horizonte dos trabalhadores.
Destaco, a seguir, três pontos cruciais para empregados e empregadores fazerem o melhor uso possível da flexibilidade, com vantagens para todos:
- tecnologia – as empresas precisam investir pesado nesse sentido, especialmente no aprimoramento contínuo dos colaboradores. Mesmo quem não é de TI deve se manter atualizado. O domínio tecnológico melhora a autonomia e o desempenho dos times;
- projetos – trabalhar por projetos vem ganhando força no Brasil e esse é mais um caminho para incrementar tanto a variedade de experiências quanto a liberdade de escolher quando e onde trabalhar. Para as empresas, essa alternativa significa ter um especialista para demandas específicas, evitando os custos associados a uma contratação por tempo indeterminado;
- competências comportamentais – iniciativa, responsabilidade, organização e boa comunicação são qualidades cruciais para que um ambiente flexível funcione bem. O teletrabalho depende totalmente disso. As empresas e profissionais podem apostar nessas competências por meio de treinamentos, conversas, entre outras ações.
A prosperidade de uma empresa apoia-se amplamente na sua capacidade de adaptação ao mundo. Ignorar a realidade dentro e fora de casa não é uma opção para quem deseja crescer. Que tal tentar compreender melhor os times e se abrir para mudanças?
Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar