Prepare-se para a IA
Profissionais que se aprimorarem adequadamente terão na Inteligência Artificial uma aliada e fonte de novas oportunidades
Publicado em 1 de março de 2024 às, 08h30.
A onda alarmista sobre os impactos da Inteligência Artificial (IA) no mercado de trabalho diminuiu, mas as preocupações e as dúvidas a respeito desse tema certamente continuam no ar. A pergunta que não quer calar é: o que acontecerá com as profissões e empregos no curto, médio e longo prazo?
Esse não é um território de certezas, mas o horizonte apresenta perspectivas interessantes. Há a expectativa de que, ao longo deste ano, a IA seja cada vez mais regulamentada a fim de um uso responsável e ético, sob supervisão humana. Esse movimento ajuda a proteger direitos garantidos pela Constituição e mantém viva as discussões sobre as vantagens e desvantagens das tecnologias.
Outra tendência refere-se às diferentes categorias profissionais. Entre os qualificados e em serviços mais complexos, predomina a visão de que a IA vem muito menos para substituir a mão de obra e mais para complementar o trabalho humano. Já em postos mais operacionais e em atividades repetitivas, o risco de substituição de trabalhadores e redução de vagas é maior.
A história prova, entretanto, que o mercado de trabalho dá guinadas e toma rumos inesperados. Profissões novas surgem a todo momento, outras são reinventadas e funções que não eram valorizadas passam a valer ouro. Tudo isso é reflexo não apenas de fatores como a transformação digital, mas de grandes mudanças culturais, sociais e econômicas.
Educação continuada é indispensável
Atravessar os desafios advindos da inovação requer uma educação continuada que prepare e qualifique os profissionais não somente para as novas funções que serão criadas, mas também para que possam supervisionar a própria IA.
Já abordei em artigos anteriores a importância da constante busca por atualização e aprimoramento profissional, bem representados pelos conceitos de upskilling e reskilling:
- upskilling – envolve a ideia de melhorar competências e habilidades em funções já exercidas pelo profissional. O resultado desse processo será a obtenção de um domínio ainda maior da área de atuação e a consolidação de um importante diferencial competitivo no mercado.
Exemplo: um advogado que precisará utilizar uma nova ferramenta digital em seu dia a dia;
- reskilling – acontece em casos de migração de uma área para outra, o que exige o aprendizado de novas habilidades e competências, partindo quase do zero.
Exemplo: um analista financeiro que deseje atuar no departamento de marketing;
Adotar a atitude de eterno aprendiz, mantendo-se aberto e dedicado a assimilar novos conhecimentos e experiências é obrigatório para prosperar no cenário atual. A transformação digital requer a nossa própria transformação.
Aqui, neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o episódio 60 do Robert Half Talks, que aborda os impactos da Inteligência Artificial no recrutamento.
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar