Dados da Bain & Company mostram que 85% das empresas já consideram que implementar a inteligência artificial é a prioridade para os próximos anos. (pixdeluxe/iStockphoto)
Colunista
Publicado em 1 de março de 2024 às 08h30.
A onda alarmista sobre os impactos da Inteligência Artificial (IA) no mercado de trabalho diminuiu, mas as preocupações e as dúvidas a respeito desse tema certamente continuam no ar. A pergunta que não quer calar é: o que acontecerá com as profissões e empregos no curto, médio e longo prazo?
Esse não é um território de certezas, mas o horizonte apresenta perspectivas interessantes. Há a expectativa de que, ao longo deste ano, a IA seja cada vez mais regulamentada a fim de um uso responsável e ético, sob supervisão humana. Esse movimento ajuda a proteger direitos garantidos pela Constituição e mantém viva as discussões sobre as vantagens e desvantagens das tecnologias.
Outra tendência refere-se às diferentes categorias profissionais. Entre os qualificados e em serviços mais complexos, predomina a visão de que a IA vem muito menos para substituir a mão de obra e mais para complementar o trabalho humano. Já em postos mais operacionais e em atividades repetitivas, o risco de substituição de trabalhadores e redução de vagas é maior.
A história prova, entretanto, que o mercado de trabalho dá guinadas e toma rumos inesperados. Profissões novas surgem a todo momento, outras são reinventadas e funções que não eram valorizadas passam a valer ouro. Tudo isso é reflexo não apenas de fatores como a transformação digital, mas de grandes mudanças culturais, sociais e econômicas.
Educação continuada é indispensável
Atravessar os desafios advindos da inovação requer uma educação continuada que prepare e qualifique os profissionais não somente para as novas funções que serão criadas, mas também para que possam supervisionar a própria IA.
Já abordei em artigos anteriores a importância da constante busca por atualização e aprimoramento profissional, bem representados pelos conceitos de upskilling e reskilling:
Adotar a atitude de eterno aprendiz, mantendo-se aberto e dedicado a assimilar novos conhecimentos e experiências é obrigatório para prosperar no cenário atual. A transformação digital requer a nossa própria transformação.
Aqui, neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o episódio 60 do Robert Half Talks, que aborda os impactos da Inteligência Artificial no recrutamento.
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar