Pares ou concorrentes?

Dentro e fora das empresas sabemos que o mundo é competitivo. Cada vez mais somos bombardeados por volumes enormes de informação e não podemos parar de aprender. Sem dúvida o aprendizado técnico/acadêmico é importante, mas o aprendizado empírico é tão ou mais rico e não pode ser desprezado, em minha opinião.

Sabemos ainda que as posições de gestão nas empresas causam uma espécie de isolamento. Você tem alguns pares e de repente é promovido. Aí não dá mais para almoçar junto para falar mal do chefe. Seu almoço pode passar a ser mais solitário ou com outros pares.

A questão é que a afinidade é diferente. Somos chefes! Não temos fraquezas! Por vezes não nos expomos pensando na próxima promoção e o isolamento vai crescendo. Pior: além de meu chefe com quem posso conversar? Trocar?

Procuro incentivar diariamente meu time para não deixar isso acontecer. Troquem, conversem, exponham problemas e fraquezas. Seu problema hoje pode ser meu problema amanhã, às vezes já passei pelo que você está passando e tenho respostas; respostas não com o objetivo de ser o “sabe-tudo”, mas no sentido puro de poder ajudar meu par a levar a empresa para um lugar melhor. Objetivo comum de todos!

Não é uma disputa é a evolução mútua. Quem nunca ouviu dizer que jogar com gente boa faz com que nosso jogo melhore? É ter com quem conversar e dividir. É suportar-se mutuamente.

Bons profissionais sempre terão espaço no mercado de trabalho, seja na empresa atual, seja em outra. Sem barreiras o aprendizado e a troca ajudam a todos. O problema não é não saber, mas sim não aprender.

Ahhh mas na empresa que atuo não há espaço para isso, meu chefe não cria o ambiente para isso, meus pares são fechados. Dê o primeiro passo. Exponha idéias e problemas, baixe a guarda, conquiste seus pares um a um para perceberem como pode ser proveitoso, mostre suas fraquezas e receios mostram aos outros que podem fazer o mesmo. Isso é corporativismo positivo!! Sejam cúmplices para atingirem o objetivo comum!

Por experiência própria, posso garantir que quem trabalha em um ambiente como esse percebe claramente a diferença.

Muitas vezes comparo a situação de um gestor a um pequeno barquinho no meio do oceano em uma noite escura, sem lua (nublada), com uma tempestade violenta, ondas gigantes, mar revolto, resumindo: morte iminente. A única coisa que sabemos desde que o mundo é mundo é que o Sol nasce todo dia, chuvas passam e mares acalmam…só é mais fácil passar por isso acompanhado.