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Pandemia: 10 boas práticas para o seu negócio ganhar mais fôlego

O sucesso dos negócios será alcançado com uma liderança forte e empática, gerenciamento de custos, modelos de negócios ágeis e estratégias flexíveis

 (Unsplash/Unsplash)
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Fernando Mantovani — Sua Carreira, Sua Gestão

Publicado em 14 de agosto de 2020 às, 09h30.

Última atualização em 20 de agosto de 2020 às, 15h10.

Há meses estamos enfrentando um grande teste de resiliência, tanto na vida pessoal quanto profissional. Eu sigo focado na ideia de que cada dia de pandemia é um a menos para vivermos dentro dela. Mas não dá para negar que fico incomodado por não saber quando vamos recuperar nosso direito de ir e vir sem grandes preocupações. Isso, tanto pelo rumo dos negócios, do País e do mundo, quanto pela minha saúde, a sua, a da nossa família e de todo o planeta. 

Como gestor, nunca fui de brigar contra as incertezas. No lugar dessa resistência, prefiro buscar formas de adaptação. Acredito ser uma estratégia eficaz para vivenciar o período desafiador, enquanto me torno mais capacitado para superar obstáculos futuros, que certamente virão. Pensando nisso, listo a seguir dez sugestões para que a sua companhia ganhe mais fôlego nos próximos meses:

1. Revise seus procedimentos operacionais

Quando o distanciamento social foi recomendado no Brasil, as empresas precisaram agir rapidamente. Agora, acho importante reservar um tempo para refletir sobre quais políticas e táticas têm funcionado bem e quais precisam evoluir ou serem incluídas, sempre de olho no controle da pandemia na região de atuação da companhia. É preciso ser capaz de responder com eficácia às diretrizes dos órgãos de saúde, caso haja alguma alteração nas recomendações.

2. Formalize as políticas de trabalho remoto

Mais da metade dos executivos entrevistados pela Robert Half (62%) disseram que suas expectativas com relação ao trabalho remoto mudaram positivamente durante a pandemia. Na percepção deles, essa mudança de visão se deve a três fatores prioritários: a continuidade dos negócios foi garantida; a produtividade e a colaboração foram mantidas; e a substituição de reuniões presenciais por videochamadas mostrou-se igualmente eficaz. Sendo assim, recomendo que os líderes comecem a avaliar os prós e os contras de, em um futuro próximo, incluir o trabalho remoto no pacote de benefícios dos colaboradores de maneira definitiva.

3. Recalibre o engajamento

Em pesquisa recente, a Robert Half mapeou que 74% dos empregados estão preocupados com a possibilidade de perder seus empregos como resultado da Covid-19. Além disso, boa parte está reavaliando suas prioridades de carreira, inclusive com disponibilidade para considerar novas oportunidades. Então, sugiro aos gestores que iniciem rodadas de feedback para entender qual é o momento dos colaboradores da equipe, como eles têm se sentido, quais têm sido as dificuldades deste período e quais são as expectativas.

4. Gerencie cuidadosamente os acordos de redução de jornada e salário

O período tem sido de conversas difíceis entre empregadores e colaboradores, principalmente quando o tema é redução de jornada e salário. Nesses momentos, é importante que o líder mantenha um tom respeitoso, compassivo e profissional, independentemente da reação do empregado. Em conversas sobre o tema, atenha-se aos fatos essenciais, de forma clara, objetiva e transparente. Não esqueça de esclarecer como as mudanças irão ajudar a estabilizar ou reconstruir o negócio, além de manter o grupo atualizado sobre a evolução do acordo.

5. Não descuide da segurança da informação

Com a rápida migração do modelo tradicional para o trabalho remoto, muitas empresas se preocuparam em garantir a continuidade do negócio, deixando a segurança da informação em segundo plano. Mas essa situação não pode ser sustentada por muito mais tempo. É importante fazer um mapeamento das vulnerabilidades dos ambientes digitais, incluindo nuvem, dispositivos, soluções, aplicações e plataformas de comunicação e colaboração. Não apenas por uma precaução da empresa, mas também para garantir que o negócio esteja em compliance com as exigências da Lei Geral de Proteção de Dados.

6. Agregue inteligência ao negócio

Simplificar e automatizar os processos e fluxos de trabalho, com soluções de business intelligence, é o segredo das organizações que têm mantido a produtividade com eficiência, independentemente do local de trabalho dos colaboradores. Neste período, a capacidade de reunir, cruzar e analisar dados tem sido fundamental para as estratégias do negócio, seja com relação à produtividade dos colaboradores, aos movimentos do mercado ou a desejos, necessidades e expectativas dos clientes.

7. Reveja as suas práticas como líder

Quase metade (47%) dos 240 profissionais entrevistados pela Robert Half para uma pesquisa sobre home office afirmou que ficam mais produtivos trabalhando de casa. A notícia é um alívio para os gestores que defendem o trabalho remoto ou para aqueles que ainda se mantinham resistentes sobre esse novo modelo de operação e tiveram que fazer a migração às pressas, diante da pandemia. Mas para que o profissional esteja confortável neste novo modelo de trabalho, é importante que ele continue se sentindo parte do time, tenha metas e prazos exequíveis, se sinta valorizado e esteja rodeado por um clima de empatia.

8. Mantenha atenção às horas extras desnecessárias

Em muitos casos, o home office está acontecendo em um ambiente atípico, com a vida pessoal e profissional se esbarrando a todo momento. Então, como gestor, encoraje o colaborador a manter o foco para não precisar fazer horas extras desnecessárias. Com essa iniciativa você contribuirá para que ele conquiste o tão sonhado equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Mantenha atenção também às oportunidades de oferecer férias.

9. Avalie a composição das equipes

Pouco mais da metade dos profissionais entrevistados pela Robert Half (52%), afirmou estar trabalhando mais horas do que antes da pandemia. Então, recomendo que você faça um mapeamento da realidade do seu time. A ideia é avaliar a necessidade de redistribuir tarefas, aumentar a equipe ou contratar um profissional de projetos, cujo cargo pode variar de analista a diretor, para assumir alguma demanda extra pontual. A pandemia tem muito a nos ensinar sobre composição de equipes.

10. Priorize a saúde dos colaboradores

No retorno ao escritório, os empregadores entrevistados pela Robert Half dividem-se entre algumas medidas, tais como: recomendar que os funcionários usem máscaras; implementar melhores protocolos de limpeza; realizar menos reuniões e treinamentos presenciais; escalonar o horário ou o dia de trabalho dos colaboradores; e alterar o layout do escritório. Já com relação ao bem-estar emocional dos profissionais, as medidas incluem oferecer aconselhamento confidencial e oportunidades adicionais de treinamento voltadas ao desenvolvimento pessoal ou profissional. Todas essas medidas são importantes para que o colaborador se sinta acolhido em um momento tão delicado.

Acredito que, nos próximos meses, o sucesso dos negócios será alcançado por uma combinação de liderança forte e empática, gerenciamento de custos eficaz, modelos de negócios ágeis e estratégias flexíveis. Em casos como o que estamos vivendo, a proatividade na gestão de risco será sempre um bom caminho para garantir a saúde da equipe e dos negócios.

Aqui neste Blog você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.

 

*por Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half