O que andam falando de você?
Ao checarem suas referências, os headunters querem confirmar se você é quem diz ser e isso do ponto de vista de uma terceira pessoa.
Publicado em 14 de novembro de 2018 às, 08h00.
Última atualização em 14 de novembro de 2018 às, 08h01.
Acompanhei, aqui na Robert Half, o processo seletivo de um profissional que se expressava muito bem e tinha ótimas qualificações técnicas no currículo. No campo de referências do documento, ele ostentava os contatos do CEO de uma das companhias na qual trabalhou. Parece perfeito, não? Nem sempre.
É claro que consideramos a opinião do CEO indicado. Também, por conta própria, ampliamos a lista com outras referências que acreditávamos fazer sentido para o momento. Porém, no último instante, o gestor interessado em efetivar a contratação, nos enviou o contato de um amigo pessoal, que, por coincidência, tinha sido parceiro de trabalho do tal candidato.
Para felicidade de todos, foram reportados a nós vários elogios sobre o desempenho do candidato nos projetos que participou e o relacionamento com clientes e profissionais de diferentes níveis hierárquicos. Agora, imagine se o tal amigo do futuro empregador tivesse ficado com uma má impressão do candidato? Qual das referências falaria mais alto para quem quer contratar?
É muito provável que, neste caso, para os rumos da contratação do candidato, de nada adiantaria a amizade dele com o CEO, os cursos do currículo e a boa articulação diante do recrutador. Entenda: as empresas buscam profissionais capazes de gerar resultados, mas também anseiam por pessoas que agreguem valores positivos para o ambiente corporativo.
Ao checarem suas referências, os headunters querem confirmar se você é quem diz ser e isso do ponto de vista de uma terceira pessoa. Além disso, esperam complementar a percepção com informações que não foram ditas por você durante a entrevista. Então, para não ter que quebrar a cabeça ao formular a lista de referências, mantenha um comportamento ético e cordial, de maneira que as pessoas que cruzem o seu caminho tenham boas memórias sobre o período em que conviveram.
Construa bons laços na vida pessoal e profissional. Você nunca sabe de onde pode vir sua próxima indicação!
* Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half