Labirinto de escolhas

*Por Juliana Schlesinger Felippe

Para o profissional que pretende seguir na área de comunicação e marketing as alternativas são variadas e é preciso entender os perfis de cada uma das opções. O importante é identificar com que atividade o profissional terá maior afinidade e consequentemente maior chance de sucesso.

Quando se pensa em comunicação corporativa, empresas nas quais a comunicação não é a atividade fim, o profissional acaba acumulando a experiência em lidar com profissionais que não sejam da comunicação, como Recursos Humanos, Jurídico, Operação, Financeiro, pois no dia a dia há estreito envolvimento com as outras áreas das empresas. Neste caso, ele tem que viver e conhecer o negócio de atuação da organização. Em geral, a adaptação é mais fácil para pessoas com viés mais conservador, já que o crescimento tende a ser mais lento e a rotina mais burocrática.

Já o perfil dos profissionais de agência de marketing e publicidade é totalmente diferente. De forma geral, a trajetória faz com que sejam muito versáteis para lidar com diferentes tipos de cliente e mercado, mas sempre de forma mais superficial se comparado àquele que está dentro da comunicação de uma empresa. O ambiente informal das agências favorece quem tem perfil menos conservador, habituado a trabalhar por projetos, sem rotina previamente definida.

Acumular experiência tanto em agências quanto em departamento de comunicação de empresas é algo bastante valioso neste meio. Além de enriquecer o currículo, o profissional consegue apresentar um diálogo mais alinhado e com a compreensão exata de como funcionam os dois lados.

Dentro da área de comunicação e marketing há também espaço para os profissionais free lancers. A autonomia de poder trabalhar na própria casa ou escritório exige a contrapartida da autodisciplina. O trabalho tem característica solitária e é preciso estrutura para poder atuar com projetos e viés comercial, afinal de contas para haver trabalho será necessário prospectar clientes de forma constante.

Entender o perfil de atuação de cada área pode ajudar e muito na escolha e trajetória profissional. Porém tão ou mais importante é entender qual o talento ou habilidades que encaixam dentro de um perfil. Muitas pessoas deixam esta lição de casa para depois e acabam sonhando com uma carreira que não “casa” com o perfil pessoal e profissional. Em médio e longo prazo é comum surgir problemas como frustração e adaptação. É sempre bom lembrar que hoje há muito material e informação disponível sobre o posicionamento e atuação de cada empresa e pesquisar o mercado com afinco pode minimizar ainda mais o risco de uma escolha equivocada.

*Juliana Schlesinger Felippe é especialista em recrutamento da divisão de Vendas & Marketing da Robert Half no Rio de Janeiro