Os profissionais mais felizes do EUA (Getty Images)
Colunista
Publicado em 21 de março de 2025 às 08h00.
Você se considera feliz no trabalho? Essa pergunta, aparentemente simples, carrega reflexões profundas sobre propósito, reconhecimento e equilíbrio. De acordo com a mais recente pesquisa da Robert Half e da The School Of Life, lançada oficialmente hoje, 73% dos profissionais empregados afirmam estar satisfeitos em seus cargos atuais. Entre líderes, esse percentual é praticamente o mesmo: 72%. No entanto, para pouco mais de um quarto dos entrevistados, a realidade é bem diferente.
A felicidade corporativa, há muito tempo vista como um fator secundário frente a salários e benefícios, hoje ocupa um espaço central nas discussões sobre produtividade e retenção de talentos. Companhias que investem tempo e recursos no bem-estar de seus funcionários observam impactos diretos em engajamento, fortalecimento da marca empregadora, redução de afastamentos e custos com saúde, além da melhoria do clima organizacional.
Diante desse cenário, como líderes e liderados podem trabalhar juntos para garantir um ambiente corporativo mais gratificante? Os resultados do estudo trazem insights interessantes sobre os fatores que impactam o sentimento de felicidade no trabalho. Na avaliação dos trabalhadores, os principais elementos que contribuem para a satisfação são:
1) Clima organizacional e relacionamentos positivos – um ambiente colaborativo e respeitoso melhora a qualidade do dia a dia;
2) Equilíbrio entre vida pessoal e profissional – desde o advento da pandemia, a flexibilidade e a autonomia vêm sendo extremamente valorizadas pelos trabalhadores;
3) Realização profissional e propósito – sentir que seu trabalho tem um impacto significativo é importante para o sentimento de motivação.
Entre gestores, a satisfação também está atrelada à sensação de realização e ao "worklife balance", mas também aos desafios e aprendizados contínuos. Esses fatores reforçam que, independentemente do nível hierárquico, alguns aspectos parecem indispensáveis.
Por que cerca de um quarto dos entrevistados está insatisfeito?
Os 27% dos empregados e 28% dos gestores que não estão felizes apontam razões como: salário insuficiente; falta de propósito; ausência de um plano de carreira e relacionamentos tóxicos (no caso dos líderes).
Um dado bem curioso da pesquisa é que muitos desses profissionais permanecem em seus cargos por acreditarem que a situação pode melhorar. Isso reforça a importância de ações estratégicas por parte das empresas para transformar a experiência do colaborador.
Se você sente que seu nível de satisfação está abaixo do desejado, considere fazer uma autoavaliação:
Caso a resposta para a maioria dessas perguntas for "não", pode ser o momento de buscar mudanças, desde conversas abertas com a liderança até a busca por novas oportunidades no mercado. Por outro lado, lembre-se de que ninguém é feliz o tempo inteiro, em nenhuma esfera da vida. Faça uma autoreflexão madura e pondere sobre os aspectos que, para você, são realmente inegociáveis.
Para as empresas, se times felizes são comprovadamente mais produtivos, inovadores e leais, por que não incentivar a criação de ambientes onde colaboradores se sintam valorizados e motivados? É uma equação na qual todos saem ganhando, então vale a aposta.
Aqui, neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks.
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar