5 erros de quem perde uma vaga de emprego
Os profissionais brasileiros passam por um período desafiador. Porém, não estar preparado só agrava a situação de quem busca oportunidades
Publicado em 14 de setembro de 2018 às, 07h50.
Última atualização em 14 de setembro de 2018 às, 09h11.
Um dia desses, no retorno do almoço, fui abordado por um jovem interessado em me convencer a adquirir um produto. Mesmo com os minutos contados para um compromisso, resolvi investir um tempo naquele bate-papo na calçada. Quando percebi que a conversa estava pouco objetiva e, por isso, se estenderia por um período que excedia o limite da minha agenda, fiz um pedido: “você tem um cartão ou panfleto com o site onde eu possa pegar mais informações?”.
Para minha surpresa, após consultar os bolsos, o garoto disse que estava sem os tais papéis, lamentou por terem acabado minutos antes e nem se deu ao trabalho de verificar se mais algum parceiro do grupo dispunha de cartão ou panfleto com a tal informação. Conclusão, eu fiquei sem os dados e a empresa em questão perdeu a chance de ampliar o número de clientes.
No mercado de trabalho, essa situação se assemelha à de um profissional que deseja muito se recolocar ou movimentar na carreira e, quando tem a oportunidade de “fisgar” a atenção de um recrutador simplesmente perde a oportunidade por um (ou mais) dos cinco erros abaixo:
- Não se mostrar disponível – Em geral, ao sentar diante do telefone para convocar candidatos para uma entrevista, um recrutador dispõe de algumas (ou muitas) opções de profissionais em mãos e pouco tempo para preencher a vaga. Dessa forma, profissionais que não são encontrados com facilidade ou pedem para que o contato seja feito fora do horário de expediente sem demonstrar muito interesse correm o risco de serem desconsiderados do processo. Também causa má impressão quando mudanças de datas e horários das entrevistas são justificadas pelo rodízio do veículo ou quando atrasos são atribuídos ao trânsito.
- Não ser objetivo no contato inicial – O ideal é que a conversa inicial não dure mais do que cinco minutos. Ao entrar em contato, o recrutador espera entender seu momento atual de carreira, o que busca na nova oportunidade de trabalho, qual é o seu pacote de remuneração atual e a pretensão salarial e se a vaga oferecida faz sentido para a sua carreira. Seja transparente quanto as informações fornecidas. Lembre-se que qualquer mentira descoberta tende a colocar em dúvida todas as verdades que você disse.
- Não ter justificativa para a movimentação ou o salário pretendido – Não há problema em pleitear um salário superior ao que está recebendo atualmente, desde que os argumentos considerem dados do mercado, do segmento de atuação e da empresa em questão. Para quem busca movimentação na carreira, tenha a atenção de estruturar os argumentos da mudança com base em um plano, evitando comentários negativos do atual empregador.
- Não avisar a família que está em busca de uma nova oportunidade – É muito desagradável quando, ao telefone, um recrutador se depara com familiares que desconfiam da veracidade do contato. E isso acontece muito. Dessa forma, ao mencionar telefones de recado no currículo, avise aos familiares sobre a possibilidade da ligação.
- Não se preparar para a entrevista presencial – Um dos grandes erros dos candidatos é sair da sala de entrevista com dúvidas sobre o que foi conversado. Não suponha as informações. Estude seu currículo, o escopo da vaga e o possível novo empregador para estabelecer o melhor diálogo com o recrutador. Nunca é demais lembrar que, hoje, o perfil comportamental tem tanto peso no processo de seleção quanto as qualificações técnicas.
Não dá para negar que os profissionais do Brasil atravessam um período desafiador. Porém, não estar preparado para as oportunidades que possam surgir só agrava a situação!
Boa sorte!
* Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half