Em caso de demissão, procure emprego (apenas) após 15 dias
A ideia é que você se dê esse tempo para digerir sentimentos pouco positivos que podem prejudicar a sua busca por novas oportunidades
Publicado em 20 de setembro de 2019 às, 11h15.
Última atualização em 20 de setembro de 2019 às, 16h49.
Se eu fosse demitido hoje, não começaria a procurar emprego em menos de duas semanas. Isso não quer dizer que meu salário não é importante ou que eu tenho plena convicção de que não faltam oportunidades para mim, e claro, há casos em que simplesmente o tempo é um inimigo. A questão é outra. Idealmente, eu acredito que esse tempo é importante para que o profissional reflita sobre o que aconteceu antes de voltar a olhar para o mercado.
Em geral, quando o desligamento acontece contra a nossa vontade, nos deixamos envolver por sentimentos pouco positivos, como fracasso, raiva, tristeza e decepção. Então, essa pausa é importante para digerir tudo isso e recuperar o seu melhor estado de espírito. Isso porque, com uma vibração mais positiva, evita-se tomar decisões por impulso ou levar esse turbilhão de sentimentos ruins para a sala de entrevistas.
É claro que, para se dar esse tempo, é preciso ter uma vida pessoal e financeira minimamente estruturada, além de alguma certeza de que possui habilidades técnicas e comportamentais com algum valor para o mercado. Entendo também que, em alguns casos, dependendo do momento em que se encontra, a pessoa precisa aceitar a primeira proposta que aparecer. Mas, se for possível, espere um pouco e reorganize-se.
Às vezes, a demissão é a oportunidade que você precisava para trilhar um caminho profissional diferente e que te fará mais feliz. É possível que o seu sucesso esteja na mudança de segmento, cidade, modelo de trabalho, área ou companhia, por exemplo.
No lugar de se lamentar, estruture ou revise seu plano de carreira e envie currículos a empresas que estejam de acordo com os seus valores, com o cuidado de personalizar o documento de acordo com a vaga disponível.
Aproveite a oportunidade e deixe o desespero de lado!
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*Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half