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Diversidade, equidade e inclusão: como têm sido vistos pelo mercado

Dados do Guia Salarial da Robert Half indicam benefícios e melhores práticas desses importantes conceitos

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Fernando Mantovani — Sua Carreira, Sua Gestão

Publicado em 22 de outubro de 2021 às, 08h30.

Acredito que você já tenha se deparado com a sigla DEI, que deriva de diversidade, equidade e inclusão. Toda e qualquer organização que deseja construir e manter a reputação diante de colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros de negócio, não podem mais ignorar essas iniciativas. Isso, enquanto desfrutam de mais capacidade para resolver problemas, tomar decisões e inovar. 

Fazer com que esse conceito seja incorporado ao dia a dia da organização não é uma tarefa simples. Mas, além de necessária, é algo que, quando bem orquestrado, tende a se integrar à cultura de uma maneira bastante natural. O que não dá é para ficar de fora desse movimento. 

O que os profissionais esperam encontrar em uma organização que pratica DEI

Na hora de implementar ações de diversidade, equidade e inclusão, ainda vejo algumas organizações um pouco perdidas sobre as direções a serem seguidas. Acredito que os caminhos começam a ficar mais claros quando as empresas se guiam por iniciativas que ajudem todo e qualquer profissional a sentir que tem:

  • Segurança e apoio para ser quem é;
  • Tratamento de forma justa, com acesso a iguais oportunidades para evoluir na empresa;
  • Reconhecimento e valorização, independentemente de sua origem, gênero, orientação sexual, etnia, deficiências ou nível hierárquico;
  • Oportunidade de ter sua opinião ouvida e avaliada com sinceridade.

Cinco benefícios da diversidade, equidade e inclusão

Já ouviu ou usou aquela expressão “juntos somos mais fortes”? Pois bem. Ela não é apenas slogan para convencer pessoas. Na colaboração existe realmente um poder transformador de elevar carreiras, projetos e organizações a um nível de destaque. Mas, para oferecer mais do que sua mão de obra e inteligência, as pessoas precisam realmente se sentir parte do todo.

Os dados do Guia Salarial 2022 mostram que as práticas de diversidade, equidade e inclusão impactam prioritariamente em melhor produtividade, na percepção de 41% dos entrevistados. Mas, quando bem desenvolvidas, as iniciativas também têm potencial para impactar positivamente na cultura da empresa (38%), atrair e reter talentos (37%), tornar o ambiente mais criativo e inovador (34%) e atrair investidores (30%).

O conceito na prática

Cada organização é um universo e, por isso, implementa ações com base em desejos, necessidades e expectativas particulares. Mas acredito ser importante compartilhar com vocês algumas iniciativas de DEI interessantes que temos visto no contato com empresas de diferentes portes e setores. São elas:

  • promoção de palestras, comitês, grupos de discussão e treinamentos sobre o tema para a equipe interna;
  • treinamento para apoiar o desenvolvimento da carreira dos grupos sub-representados; 
  • seleção com base em currículos que ocultam informações que podem gerar discriminação;
  • investimento em tecnologias que evitam vieses discriminatórios na contratação;
  • adaptação dos anúncios de emprego para atrair talentos mais diversos;
  • apoio a programas e organizações que apoiam o tema DEI. 

A importância do recrutamento nesse processo

Os dados do Guia Salarial 2022 mostram que 90% das empresas entrevistadas já fizeram alguma mudança em seu processo de recrutamento e seleção para garantir mais diversidade e inclusão nas contratações. Aqui na Robert Half, nossa equipe de headhunters tem sentido esse movimento positivo e se mantém incansável no trabalho de orientar os empregadores mais resistentes sobre a importância e as vantagens de ter um ambiente com diversidade, equidade e inclusão

Apesar das poucas resistências que ainda encontramos, acredito, de verdade, que é uma questão de tempo para que essa cultura seja internalizada de maneira genuína por grande parte das organizações. Vejo, por exemplo, empresas do agronegócio, historicamente tidas como conservadoras e prioritariamente masculinas, se abrindo para ter um grupo de candidatos cada vez mais diversos. De qualquer forma, na busca pelos melhores candidatos, seja para os clientes ou para integrar a nossa equipe interna, sempre nos preocupamos em ampliar a comunicação da oportunidade para atingir os públicos mais diversos. 

O discurso da minha porta para dentro

O compromisso da Robert Half com o ser humano é antigo. Ele começou na década de 1960, quando nosso fundador, Bob Half, testemunhou perante o Congresso contra práticas discriminatórias de contratação, que eram comuns na época. Hoje, temos uma política global que formaliza o nosso compromisso com os direitos humanos, além de uma cultura que estimula a inclusão, a diversidade, a equidade e o apoio a ações filantrópicas.

Entendo que diversidade, equidade e inclusão são questões que devem nortear diversas ações dentro e ao redor de uma organização. Mas também é uma iniciativa que deve partir de cada um de nós, como profissionais e cidadãos, auditando ações, reações, pensamentos, percepções e sentimentos que temos uns com os outros, na nossa vida e no nosso trabalho. Todos têm a ganhar. 

Aqui neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar.