De perto, a grama do vizinho pode não ser tão verdinha!
Seguem algumas reflexões para fazer antes de trocar de emprego movido à primeira insatisfação.
patalv01
Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 07h38.
Última atualização em 24 de janeiro de 2019 às 07h38.
Outro dia, enquanto aguardava ser atendido em uma consulta médica, ouvi uma profissional comentando com outra pessoa sobre o arrependimento de ter trocado a antiga companhia pela atual. Ela dizia sofrer com o excesso de pressão, a falta de receptividade do novo grupo e o pouco respeito ao horário de expediente, que muitas vezes excedia o período combinado. Ao final, concluiu que, tudo isso junto, não compensava o salário que recebia no final do mês.
Todos nós estamos sujeitos a esse tipo de arrependimento. Afinal, como dizem por aí, de longe, muitas vezes a grama do quintal do vizinho parece ser mais verdinha se comparada à de onde estamos. Mas, para que você não caia na armadilha de trocar de emprego por impulso, motivado pela primeira insatisfação, sugiro quatro reflexões:
- O que te traz felicidade? - Algumas pessoas são motivadas pelo ambiente, outras por propósitos e há as que valorizam boas parcerias, salários altos ou qualidade de vida. A lista de fatores é bastante extensa. Mas, vale parar para refletir o que te faz acordar feliz às segundas-feiras.
- Já pensou em alterar a rotina no atual emprego? - Caso esteja insatisfeito no atual local de trabalho e ainda não conseguiu identificar o motivo, procure alterar a rotina para identificar se a falta de motivação está relacionada à atividade que executa. Converse com o seu superior direto e se ofereça para assumir tarefas mais desafiadoras, participar de treinamentos ou de novos grupos de trabalho.Avalie como se sente após essas iniciativas.
- Que tal tentar melhorar a relação com o grupo? - Pelo menos uma vez na vida já trabalhamos com gestores, pares ou subordinados com os quais não temos muita afinidade. Mas, como estamos sujeitos a encontrar esse tipo de profissional na atual empresa ou na próxima, o melhor a fazer é tentar reverter a situação a nosso favor. O primeiro passo é focar nas qualidades profissionais do outro, sem levar as questões para o lado pessoal.
- A nova oportunidade é realmente boa? - Se sua opção é realmente mudar de empresa, não faça nenhum movimento no impulso. Avalie os requisitos da vaga, as atribuições do cargo, a idoneidade da companhia, o nível de satisfação de colaboradores e clientes, a estabilidade do mercado de atuação, a saúde financeira da organização e os benefícios e plano de carreira oferecidos, além da sua afinidade com a cultura da empresa. Caso a vaga em questão já tenha sido anunciada outras vezes, em um curto espaço de tempo, isso indica alta rotatividade e é um ponto que merece atenção especial.
Ninguém é obrigado a permanecer em uma companhia na qual não se sinta bem. Minha orientação é que você faça movimentações com planejamento. Afinal, voltar para a antiga empresa nem sempre é uma tarefa fácil.Em alguns casos, nem é possível. Pense nisso!
* Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half
Outro dia, enquanto aguardava ser atendido em uma consulta médica, ouvi uma profissional comentando com outra pessoa sobre o arrependimento de ter trocado a antiga companhia pela atual. Ela dizia sofrer com o excesso de pressão, a falta de receptividade do novo grupo e o pouco respeito ao horário de expediente, que muitas vezes excedia o período combinado. Ao final, concluiu que, tudo isso junto, não compensava o salário que recebia no final do mês.
Todos nós estamos sujeitos a esse tipo de arrependimento. Afinal, como dizem por aí, de longe, muitas vezes a grama do quintal do vizinho parece ser mais verdinha se comparada à de onde estamos. Mas, para que você não caia na armadilha de trocar de emprego por impulso, motivado pela primeira insatisfação, sugiro quatro reflexões:
- O que te traz felicidade? - Algumas pessoas são motivadas pelo ambiente, outras por propósitos e há as que valorizam boas parcerias, salários altos ou qualidade de vida. A lista de fatores é bastante extensa. Mas, vale parar para refletir o que te faz acordar feliz às segundas-feiras.
- Já pensou em alterar a rotina no atual emprego? - Caso esteja insatisfeito no atual local de trabalho e ainda não conseguiu identificar o motivo, procure alterar a rotina para identificar se a falta de motivação está relacionada à atividade que executa. Converse com o seu superior direto e se ofereça para assumir tarefas mais desafiadoras, participar de treinamentos ou de novos grupos de trabalho.Avalie como se sente após essas iniciativas.
- Que tal tentar melhorar a relação com o grupo? - Pelo menos uma vez na vida já trabalhamos com gestores, pares ou subordinados com os quais não temos muita afinidade. Mas, como estamos sujeitos a encontrar esse tipo de profissional na atual empresa ou na próxima, o melhor a fazer é tentar reverter a situação a nosso favor. O primeiro passo é focar nas qualidades profissionais do outro, sem levar as questões para o lado pessoal.
- A nova oportunidade é realmente boa? - Se sua opção é realmente mudar de empresa, não faça nenhum movimento no impulso. Avalie os requisitos da vaga, as atribuições do cargo, a idoneidade da companhia, o nível de satisfação de colaboradores e clientes, a estabilidade do mercado de atuação, a saúde financeira da organização e os benefícios e plano de carreira oferecidos, além da sua afinidade com a cultura da empresa. Caso a vaga em questão já tenha sido anunciada outras vezes, em um curto espaço de tempo, isso indica alta rotatividade e é um ponto que merece atenção especial.
Ninguém é obrigado a permanecer em uma companhia na qual não se sinta bem. Minha orientação é que você faça movimentações com planejamento. Afinal, voltar para a antiga empresa nem sempre é uma tarefa fácil.Em alguns casos, nem é possível. Pense nisso!
* Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half