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Contratação por projetos: fatores que atraem as diferentes gerações

Quase metade das organizações entrevistadas pela Robert Half para o 16º ICRH praticam a contratação por projetos

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Fernando Mantovani — Sua Carreira, Sua Gestão

Publicado em 9 de julho de 2021 às, 09h00.

Não tenho dúvidas de que profissionais de projeto são a solução estratégica para momentos desafiadores. Porém, mais do que isso, esse modelo de contratação é uma tendência do mundo corporativo bastante madura na Europa e nos Estados Unidos e praticada por, pelo menos, 49% das organizações entrevistadas pela Robert Half durante a sondagem do 16º ICRH. Além disso, é considerada uma experiência positiva por 84% dos profissionais de projetos questionados no mesmo estudo. 

Felizmente, noto que as empresas brasileiras estão cada vez mais cientes de que não há necessidade de inflar o quadro de colaboradores permanentes para resolver uma demanda de trabalho emergencial ou programada, com data para início e término. Essa iniciativa, além de otimizar os investimentos e custos da companhia, ainda agrega mais agilidade aos processos internos, tendo em vista que as ações são desenvolvidas por especialistas que, fazendo uma analogia bastante simples, entram na rotina das organizações para trocar o pneu com o carro em movimento.

Por acreditar muito nesse modelo de contratação, há anos a Robert Half mapeia os movimentos deste mercado, tanto do ponto de vista dos profissionais quanto dos empregadores. Na 16ª edição do ICRH resolvemos apurar um pouco mais a nossa compreensão procurando entender o que atrai as diferentes gerações na atuação por projetos. Vejam o que descobrimos:

Geração Z é a mais adepta ao modelo de trabalho e busca de flexibilidade

Composta por profissionais nascidos a partir de 1998, a Geração Z tende a ser altamente criativa e ter necessidade de fazer contribuições relevantes desde o primeiro dia de trabalho. Em virtude dessas características, não é surpresa que eles sejam apontados como os mais adeptos ao trabalho por projetos. O 16º ICRH mapeou que essa atração se dá prioritariamente pela demanda desses jovens pela flexibilidade, pelo pouco apego às empresas e pela valorização do propósito. É importante destacar que essa é a mesma geração que valoriza empresas éticas e a gestão horizontal. Mas é fundamental destacar que, em projetos, há oportunidade para profissionais de todas as gerações.

Geração Y: miram leque de vantagens na contratação por projetos

O mapeamento do ICRH mostra que os profissionais pertencentes à geração Y, nascidos entre 1981 e 1997, são mais propensos a atuar por projetos por quatro fatores prioritários: experiência acumulada na carreira; adaptabilidade; demanda por flexibilidade; e por ser um caminho mais curto para se manter no mercado de trabalho. Em geral, eles valorizam hierarquias menos rígidas e acreditam que a organização precisa se adaptar ao indivíduo, e não o contrário. 

Geração X: a busca pelo acúmulo de experiência é o principal atrativo

As pessoas nascidas entre 1961 e 1980, integrantes da Geração X, foram as primeiras a pensarem que “a empresa não é tudo”. Em geral, para esse grupo, a hierarquia deve existir, porém de uma forma menos rígida. Essa geração também é caracterizada por profissionais comprometidos e consistentes. No modelo de trabalho temporário, esse grupo é mais propenso a atuar pela experiência acumulada.

Baby Boomers: desejam desfrutar de mais qualidade de vida

Conhecidos por apreciar a estabilidade e passar muitos anos na mesma empresa ou, até mesmo, no mesmo cargo ou área, os baby boomers, nascidos entre 1946 e 1960, têm a qualidade de vida como o principal fator para atuar em projetos.

Considerando o aumento da expectativa de vida e a longevidade da carreira das pessoas, a tendência é que as equipes de trabalho - permanentes, de projetos e mistas - sejam cada vez mais diversificadas também quanto à variedade de gerações. Nesse sentido, o desafio dos RHs está em estimular o time a superar os possíveis estereótipos e orquestrar os diferentes perfis extraindo o melhor de cada profissional.

Todos têm a ganhar com essa união de forças. Não tenho dúvidas quanto a isso.

Aqui neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.

*por Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar