Consistência exige competência
Na maior parte das vezes, a posição de destaque não pode ser atribuída apenas à sorte
Publicado em 24 de janeiro de 2020 às, 10h11.
Você já leu o livro Eleven Rings? Nele estão relatados detalhes da brilhante carreira de um dos melhores técnicos de basquete da história, Phil Jackson, que conquistou onze títulos da NBA como líder de lendárias estrelas do basquete norte-americano, sendo seis à frente do Chicago Bulls (1991, 1992, 1993, 1996, 1997 e 1998) e cinco com o Los Angeles Lakers (2000, 2001, 2002, 2009 e 2010).
Recuso-me a acreditar que um profissional desse nível mantenha essa consistência de bons resultados apenas por dinheiro, vício em ser o melhor ou ego. É claro que ser um profissional de destaque diante da torcida tem suas recompensas, mas até chegar ao degrau mais alto existe a parte menos glamurosa de viagens, treinos, concentração e cobranças de todas as partes.
Para mim, ficou claro que, no caso de Jackson, a consistência dele está diretamente relacionada à competência. Ele sabe o que faz, busca qualificação, acredita no trabalho que desenvolve, tem paixão pelos projetos que assume e inspira e lidera pelo exemplo.
Um ponto muito interessante do perfil de Phil Jackson como técnico era fazer o que precisava ser feito, sem medo de se indispor com a equipe ou necessidade de ser amado. Na visão do norte-americano: “Às vezes, não importa se você é um cara muito legal. Em certos momentos, você tem que ser sórdido, antipático e desagradável. Isso não faz de você um monstro, mas, sim, faz parte do jogo.”
No mundo corporativo acontece o mesmo. Sem competência e trabalho duro uma organização ou um profissional podem até dar a sorte de alcançar uma posição de destaque vez ou outra, mas dificilmente terão um desempenho consistente que lhes garantam real vantagem diante dos competidores.
E, você, trabalha com a sorte ou é realmente competente?
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* Fernando Mantovani é diretor geral da Robert Half