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Como perder o medo de liderar?

Além do receio dos profissionais em relação às próprias competências, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional também preocupa

(Shutterstock/Shutterstock)
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Publicado em 22 de abril de 2022 às 08h30.

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

É comum, em conversas com headhunters aqui da Robert Half, eu ter a notícia de candidatos que desejam progredir na carreira, mas não almejam ocupar cargos de liderança, ainda que tenham a oportunidade. São profissionais que preferem continuar contribuindo com a empresa enquanto se desenvolvem como especialistas, em vez de se dedicar à ação de gerir uma área e as pessoas que nela estão.

Esse cenário que temos acompanhado foi, inclusive, mapeado por uma pesquisa publicada pela Harvard Business Review. Nela, apenas 34% dos 3.625 profissionais entrevistados disseram buscar posições de liderança e somente 7% do total indicou que o objetivo de carreira é ascender a uma posição c-level. O contexto incentivou o meu time, em conjunto com pesquisadores do Insper, a se questionar sobre quais são as barreiras que impedem que essas porcentagens sejam maiores.

O que preocupa os profissionais

No levantamento que fizemos, mapeamos que uma das principais preocupações que ronda a mente dos profissionais quando o assunto é promoção está relacionada ao nível de equilíbrio entre vida pessoal e profissional quando se é líder. Muitos se questionam se vale mesmo a pena pagar o preço de assumir mais responsabilidades no dia a dia e, talvez, ter menos tempo para o lazer, a família e os amigos.

Outra preocupação prioritária está relacionada à própria competência para desempenhar a função. E, realmente, é comum vermos aspirantes a líderes se questionando se são eficientes no comando de outras pessoas, na resolução de problemas, na interpretação de cenários complexos e no encontro de soluções criativas para os desafios. Até as psychological hardiness foram citadas, caracterizando-se pela resiliência e estabilidade emocional diante de situações de pressão e estresse.

Três sugestões que podem te ajudar a encontrar o melhor caminho

Acho importante destacar que cada pessoa tem desejos, necessidades e expectativas com relação à própria carreira. São decisões pessoais que devem ser analisadas e respeitadas. Mas, caso você esteja em dúvida se direciona ou não o seu plano de carreira para a trajetória de liderança, sugiro três iniciativas:

1) Identifique suas principais preocupações - Mapear e reconhecer medos, inseguranças e dúvidas sobre a carreira é o primeiro passo para iniciar um processo de mudança ou de aceitação do próprio perfil. Nesse processo, vale uma conversa com profissionais de sua confiança que ocupem cargos de gestão, seu líder direto ou alguém do RH da sua empresa. Programas de mentoria também são ótimos nesses momentos.

2) Cogite novos desafios - Caso surja a oportunidade, ofereça-se para liderar um projeto de pequeno porte ou ficar responsável pelo período de adaptação de um novo colaborador do time. Essas iniciativas são importantes porque, muitas vezes, as demandas de um cargo de liderança, incluindo o desenvolvimento de pessoas, podem ser superestimadas ou distorcidas. Talvez, vivenciando a função, ainda que em doses homeopáticas, você se dê conta de que a missão não é tão assustadora e pode até ser gratificante.

3) Treine suas habilidades comportamentais - Muito do que forma um bom líder, além das competências técnicas e da experiência, são as suas habilidades comportamentais. Influenciar pelo exemplo, motivar e inspirar são algumas delas, mas existem outras, como gestão de conflitos, resiliência, delegar tarefas e autogestão. A boa notícia é que são habilidades que ajudam qualquer profissional a se destacar, independentemente do nível hierárquico, e você pode praticar ou aprimorar mesmo não estando no cargo de liderança. E, acredite, é possível desenvolver a liderança em nós mesmos.

Reforço que está tudo bem se, mesmo após ler esse artigo, você seguir firme na ideia de se desenvolver como especialista e não como líder de pessoas. Digo isso por acreditar que, em uma promoção forçada, a empresa corre o risco de, por exemplo, perder um excelente vendedor para ganhar um ineficiente gerente de vendas.

O mais importante de tudo é que você saiba como assumir o controle do seu desenvolvimento profissional e coloque isso em prática. Afinal, não adianta existirem oportunidades no mercado se você não estiver preparado para elas, não é mesmo?

Aqui neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

É comum, em conversas com headhunters aqui da Robert Half, eu ter a notícia de candidatos que desejam progredir na carreira, mas não almejam ocupar cargos de liderança, ainda que tenham a oportunidade. São profissionais que preferem continuar contribuindo com a empresa enquanto se desenvolvem como especialistas, em vez de se dedicar à ação de gerir uma área e as pessoas que nela estão.

Esse cenário que temos acompanhado foi, inclusive, mapeado por uma pesquisa publicada pela Harvard Business Review. Nela, apenas 34% dos 3.625 profissionais entrevistados disseram buscar posições de liderança e somente 7% do total indicou que o objetivo de carreira é ascender a uma posição c-level. O contexto incentivou o meu time, em conjunto com pesquisadores do Insper, a se questionar sobre quais são as barreiras que impedem que essas porcentagens sejam maiores.

O que preocupa os profissionais

No levantamento que fizemos, mapeamos que uma das principais preocupações que ronda a mente dos profissionais quando o assunto é promoção está relacionada ao nível de equilíbrio entre vida pessoal e profissional quando se é líder. Muitos se questionam se vale mesmo a pena pagar o preço de assumir mais responsabilidades no dia a dia e, talvez, ter menos tempo para o lazer, a família e os amigos.

Outra preocupação prioritária está relacionada à própria competência para desempenhar a função. E, realmente, é comum vermos aspirantes a líderes se questionando se são eficientes no comando de outras pessoas, na resolução de problemas, na interpretação de cenários complexos e no encontro de soluções criativas para os desafios. Até as psychological hardiness foram citadas, caracterizando-se pela resiliência e estabilidade emocional diante de situações de pressão e estresse.

Três sugestões que podem te ajudar a encontrar o melhor caminho

Acho importante destacar que cada pessoa tem desejos, necessidades e expectativas com relação à própria carreira. São decisões pessoais que devem ser analisadas e respeitadas. Mas, caso você esteja em dúvida se direciona ou não o seu plano de carreira para a trajetória de liderança, sugiro três iniciativas:

1) Identifique suas principais preocupações - Mapear e reconhecer medos, inseguranças e dúvidas sobre a carreira é o primeiro passo para iniciar um processo de mudança ou de aceitação do próprio perfil. Nesse processo, vale uma conversa com profissionais de sua confiança que ocupem cargos de gestão, seu líder direto ou alguém do RH da sua empresa. Programas de mentoria também são ótimos nesses momentos.

2) Cogite novos desafios - Caso surja a oportunidade, ofereça-se para liderar um projeto de pequeno porte ou ficar responsável pelo período de adaptação de um novo colaborador do time. Essas iniciativas são importantes porque, muitas vezes, as demandas de um cargo de liderança, incluindo o desenvolvimento de pessoas, podem ser superestimadas ou distorcidas. Talvez, vivenciando a função, ainda que em doses homeopáticas, você se dê conta de que a missão não é tão assustadora e pode até ser gratificante.

3) Treine suas habilidades comportamentais - Muito do que forma um bom líder, além das competências técnicas e da experiência, são as suas habilidades comportamentais. Influenciar pelo exemplo, motivar e inspirar são algumas delas, mas existem outras, como gestão de conflitos, resiliência, delegar tarefas e autogestão. A boa notícia é que são habilidades que ajudam qualquer profissional a se destacar, independentemente do nível hierárquico, e você pode praticar ou aprimorar mesmo não estando no cargo de liderança. E, acredite, é possível desenvolver a liderança em nós mesmos.

Reforço que está tudo bem se, mesmo após ler esse artigo, você seguir firme na ideia de se desenvolver como especialista e não como líder de pessoas. Digo isso por acreditar que, em uma promoção forçada, a empresa corre o risco de, por exemplo, perder um excelente vendedor para ganhar um ineficiente gerente de vendas.

O mais importante de tudo é que você saiba como assumir o controle do seu desenvolvimento profissional e coloque isso em prática. Afinal, não adianta existirem oportunidades no mercado se você não estiver preparado para elas, não é mesmo?

Aqui neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .

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