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Ano novo, emprego novo

Crescimento, remuneração e flexibilidade motivam profissionais a mudarem de empresa ou de carreira em 2023

ESG: se as promessas não estiverem diretamente relacionadas à sua essência, elas serão compromissos vazios (Freepik/Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2023 às 08h30.

Por Fernando Mantovani*

Ano novo, trabalho novo. Esse poderia ser um bom lema para os próximos meses, já que quase metade dos profissionais (49%) ouvidos na 22ª edição do Índice Robert Half (ICRH) pretendem procurar um novo emprego em 2023. É um número expressivo, especialmente se considerarmos todos os desafios envolvidos nessa empreitada: tempo, dinheiro, expectativas, imprevistos, possibilidade de negativas. E quando tudo dá certo, ainda há o risco de a troca realizada não corresponder ao esperado.

De acordo com o ICRH, a vontade de mudança está mais relacionada à insatisfação com o atual emprego do que a qualquer outro aspecto. Para 61% dos profissionais entrevistados, a ideia é mudar de empresa e permanecer na mesma área, segmento ou profissão. Apenas entre 39% o plano envolve uma mudança maior na carreira (de área, segmento ou profissão).

Por que tanta gente quer respirar novos ares? As respostas são muitas. Para os que procuram outra empresa (e contrariando o senso comum), a remuneração aparece em segundo lugar entre as motivações, sendo apontada por 53% dos entrevistados. A imensa maioria (72%) afirma que a razão para o desejo de mudança é a busca por melhores oportunidades de crescimento.

Para 48% dos que procuram outra organização, o motivo é encontrar novos desafios. E para 33% dos profissionais ouvidos, a possibilidade de trabalhar de modo híbrido ou remoto impulsiona essa intenção, reafirmando a importância que a flexibilidade adquiriu na vida das pessoas desde o início da pandemia. Horários flexíveis são entendidos como um caminho certo para a o bem-estar e a saúde.

Já no grupo dos profissionais que planejam uma guinada na carreira, 71% têm na mira uma remuneração mais elevada. Para 51% dos entrevistados, a prioridade é ganhar mais qualidade de vida. A busca por realização pessoal aparece como fator decisivo entre 47% dos profissionais ouvidos.

Ainda no grupo dos que gostariam de mudar de área, segmento ou profissão, a perspectiva de aprender algo novo é fundamental para 38% dos que participaram da pesquisa. E a procura por mais flexibilidade vem em seguida, sendo o mais relevante para 35% dos entrevistados.

Vale frisar que demandas como obter mais flexibilidade, crescimento e aprendizados poderiam, teoricamente, ser atendidas pela própria organização onde o profissional se encontra, com uma mudança de área ou de horário.

Na prática, porém, nem todas as empresas estão com o radar ligado para detectar esses anseios. E quando os detectam, muitas vezes não conseguem propor alternativas por conta de inúmeros obstáculos (cultura, hierarquia, tipo de operação etc).

Uma das mensagens-chaves dessa pesquisa é que a recompensa financeira pesa bastante nos dois grupos que desejam mudanças em 2023, mas está longe de ser um fator isolado. Outras aspirações, relacionadas à evolução na carreira e ganho de qualidade de vida, destacam-se cada vez mais.

Benefícios e incentivos que fazem a diferença

É hora, então, de as empresas se concentrarem na necessidade de criar (ou recriar) estratégias de atração e retenção de talentos que contemplem uma gama variada de demandas. O ano será de movimentações, o que pode ser uma boa oportunidade para reforçar os times e garantir a permanência dos bons profissionais.

Um cardápio reforçado e atualizado de benefícios ajuda nesse sentido. Abaixo, relacionei alguns insights sobre esse tema, que está em constante transformação e requer o mesmo das organizações:

- incentivos não-financeiros - flexibilidade, mobilidade, valores e cultura da organização são exemplos de incentivos não-financeiros que estão em alta entre os profissionais;

- benefícios motivacionais – ao lado dos benefícios financeiros (auxílio- médico, odontológico etc), iniciativas dedicadas à qualidade de vida (meditação, psicoterapia, yoga, academia e similares) fazem brilhar os olhos dos colaboradores;

- os top ten das empresas - assistência médica, vale-refeição, notebook, assistência odontológica, vale-alimentação, vale-transporte, celular+chip, estacionamento, auxílio combustível e apoio psicológico são os benefícios mais oferecidos no Brasil;

- os top five dos funcionários – o que os times consideram indispensável em termos de benefícios são assistência médica, vale-refeição, vale-alimentação, assistência odontológica e auxílio-combustível.

Conhecer bem as próprias equipes e o mercado é o primeiro passo para estruturar um pacote de benefícios “certeiro”. Em alguns casos, a solução pode ser melhorar o que já existe (como a assistência médica). Em outros, talvez seja interessante propor ações inovadoras. O principal é manter-se atento às demandas dos profissionais e atendê-las da melhor forma possível.

Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .

*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar.

Por Fernando Mantovani*

Ano novo, trabalho novo. Esse poderia ser um bom lema para os próximos meses, já que quase metade dos profissionais (49%) ouvidos na 22ª edição do Índice Robert Half (ICRH) pretendem procurar um novo emprego em 2023. É um número expressivo, especialmente se considerarmos todos os desafios envolvidos nessa empreitada: tempo, dinheiro, expectativas, imprevistos, possibilidade de negativas. E quando tudo dá certo, ainda há o risco de a troca realizada não corresponder ao esperado.

De acordo com o ICRH, a vontade de mudança está mais relacionada à insatisfação com o atual emprego do que a qualquer outro aspecto. Para 61% dos profissionais entrevistados, a ideia é mudar de empresa e permanecer na mesma área, segmento ou profissão. Apenas entre 39% o plano envolve uma mudança maior na carreira (de área, segmento ou profissão).

Por que tanta gente quer respirar novos ares? As respostas são muitas. Para os que procuram outra empresa (e contrariando o senso comum), a remuneração aparece em segundo lugar entre as motivações, sendo apontada por 53% dos entrevistados. A imensa maioria (72%) afirma que a razão para o desejo de mudança é a busca por melhores oportunidades de crescimento.

Para 48% dos que procuram outra organização, o motivo é encontrar novos desafios. E para 33% dos profissionais ouvidos, a possibilidade de trabalhar de modo híbrido ou remoto impulsiona essa intenção, reafirmando a importância que a flexibilidade adquiriu na vida das pessoas desde o início da pandemia. Horários flexíveis são entendidos como um caminho certo para a o bem-estar e a saúde.

Já no grupo dos profissionais que planejam uma guinada na carreira, 71% têm na mira uma remuneração mais elevada. Para 51% dos entrevistados, a prioridade é ganhar mais qualidade de vida. A busca por realização pessoal aparece como fator decisivo entre 47% dos profissionais ouvidos.

Ainda no grupo dos que gostariam de mudar de área, segmento ou profissão, a perspectiva de aprender algo novo é fundamental para 38% dos que participaram da pesquisa. E a procura por mais flexibilidade vem em seguida, sendo o mais relevante para 35% dos entrevistados.

Vale frisar que demandas como obter mais flexibilidade, crescimento e aprendizados poderiam, teoricamente, ser atendidas pela própria organização onde o profissional se encontra, com uma mudança de área ou de horário.

Na prática, porém, nem todas as empresas estão com o radar ligado para detectar esses anseios. E quando os detectam, muitas vezes não conseguem propor alternativas por conta de inúmeros obstáculos (cultura, hierarquia, tipo de operação etc).

Uma das mensagens-chaves dessa pesquisa é que a recompensa financeira pesa bastante nos dois grupos que desejam mudanças em 2023, mas está longe de ser um fator isolado. Outras aspirações, relacionadas à evolução na carreira e ganho de qualidade de vida, destacam-se cada vez mais.

Benefícios e incentivos que fazem a diferença

É hora, então, de as empresas se concentrarem na necessidade de criar (ou recriar) estratégias de atração e retenção de talentos que contemplem uma gama variada de demandas. O ano será de movimentações, o que pode ser uma boa oportunidade para reforçar os times e garantir a permanência dos bons profissionais.

Um cardápio reforçado e atualizado de benefícios ajuda nesse sentido. Abaixo, relacionei alguns insights sobre esse tema, que está em constante transformação e requer o mesmo das organizações:

- incentivos não-financeiros - flexibilidade, mobilidade, valores e cultura da organização são exemplos de incentivos não-financeiros que estão em alta entre os profissionais;

- benefícios motivacionais – ao lado dos benefícios financeiros (auxílio- médico, odontológico etc), iniciativas dedicadas à qualidade de vida (meditação, psicoterapia, yoga, academia e similares) fazem brilhar os olhos dos colaboradores;

- os top ten das empresas - assistência médica, vale-refeição, notebook, assistência odontológica, vale-alimentação, vale-transporte, celular+chip, estacionamento, auxílio combustível e apoio psicológico são os benefícios mais oferecidos no Brasil;

- os top five dos funcionários – o que os times consideram indispensável em termos de benefícios são assistência médica, vale-refeição, vale-alimentação, assistência odontológica e auxílio-combustível.

Conhecer bem as próprias equipes e o mercado é o primeiro passo para estruturar um pacote de benefícios “certeiro”. Em alguns casos, a solução pode ser melhorar o que já existe (como a assistência médica). Em outros, talvez seja interessante propor ações inovadoras. O principal é manter-se atento às demandas dos profissionais e atendê-las da melhor forma possível.

Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .

*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar.

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