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Aceitar um salário inferior: seis pontos a serem considerados

Aceitar ou não essa proposta é uma decisão individual e legítima, mas que pode ser facilitada pela avaliação de alguns fatores

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Fernando Mantovani — Sua Carreira, Sua Gestão

Publicado em 13 de agosto de 2021 às, 08h30.

Qual é a sua disposição para aceitar um salário inferior ao que recebe atualmente ou recebia no seu emprego mais recente, caso não esteja trabalhando? Mais da metade (60%) dos profissionais desempregados entrevistados pela Robert Half durante a sondagem do Match Perfeito, estudo em parceria com o Centro de Liderança da Fundação Dom Cabral, revelaram ter alta disposição para tomar essa decisão. Já entre os que estão empregados, 43% disseram que, durante uma movimentação, se renderiam a uma remuneração inferior dependendo da oportunidade.

Aos que estão em dúvida sobre aceitar uma proposta com salário inferior, sugiro a avaliação de seis fatores, antes de tomar a decisão.

1) Realidade do salário desejado

A remuneração que você deseja receber condiz com a média praticada pelo mercado ou está inflacionada? É possível ter esse entendimento conversando com profissionais da sua confiança, pesquisando em anúncios de emprego ou consultando estudos especializados, como o Guia Salarial da Robert Half.

2) Habilidades técnicas e comportamentais

Caso descubra que o salário pretendido está inflacionado, vale, ainda, fazer uma avaliação sincera para entender se você possui todas as habilidades técnicas e comportamentais para desempenhar as funções à frente do cargo desejado.

3) Remuneração mínima para pagar custos básicos

Caso tenha algum interesse em aceitar um salário inferior, verifique se com o valor proposto pelo empregador você terá condições de pagar suas contas básicas. Caso contrário, em pouco tempo certamente você se verá em uma situação de insatisfação.

4) Benefícios totais

Considere todo o pacote de benefícios e não apenas o salário. Ter flexibilidade de horário, programas de bem-estar ou plano de saúde são fatores que tendem a agregar muito em qualidade de vida e economia no médio e longo prazo.

5) Oportunidades de crescimento

Na conversa com o recrutador, procure entender o que o gestor espera de você à frente do cargo, se a empresa possui ações de apoio ao desenvolvimento profissional dos funcionários e o que precisaria ser feito para usufruir desse benefício. Mapeie o cenário no médio e longo prazo.

6) Ambiente de trabalho

Muitos profissionais pedem demissão por ter um mau relacionamento com o gestor ou um colega de trabalho. Então, veja se consegue informações sobre o ambiente de trabalho, os valores praticados pela companhia, o estilo de gestão e o perfil da equipe.

Em geral, vejo pessoas aceitando um salário inferior ao desejado por diversos motivos. Alguns aceitam essa condição pela falta de experiência em uma nova área e indústria, pelo desafio de participar de um startup, pelo desejo de ingressar em uma organização muito desejada ou puramente pelo desafio da nova oportunidade. Todas essas razões são legítimas e possíveis de encontrar argumentos para deixar o empregador seguro quanto ao comprometimento do candidato, mesmo com uma remuneração inferior à desejada.

De uma forma não menos legítima, muitas pessoas também aceitam receber menos do que o de costume pelo fato de estarem há muito tempo desempregadas. Nesse caso, recomendo que o profissional busque entender com o recrutador quais devem ser os seus esforços para conseguir recuperar o nível de remuneração mensal.

Conversas sinceras e com bom senso e definição de direitos, deveres e responsabilidades sempre são parceiras dos bons acordos no mundo corporativo.

Aqui neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.

*por Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar