Upskilling e reskilling não é “bondade” e, sim, estratégia de sustentabilidade dos negócios
Algumas organizações que têm receio de investir e perder seus talentos para os concorrentes, mas é preciso mudar essa mentalidade
Luciana Lima
Publicado em 30 de novembro de 2022 às 07h30.
Tem uma pergunta clássica que sempre aparece quando se começa a discutir o orçamento voltado para os programas de desenvolvimento: e se eu investir em treinamento, capacitar as pessoas e elas forem embora? Pior ainda: e se elas forem para o meu concorrente?
LEIA TAMBÉM:O custo de uma demissão malfeita
Para esse “clássico corporativo”, a resposta costuma ser aquela também já conhecida: formação de talentos não é um custo nem uma ameaça para a empresa, é um investimento. Essa resposta continua atual e é muito verdadeira, mas recentemente eu aprendi uma ainda melhor que planejo incorporar nas minhas conversas.
Quem me ensinou foi Dan Cockerell, ex-vice-presidente da Disney, em um workshop no Rio de Janeiro. Lá, ele explicou que, quando o questionam sobre o “risco” de gastar muito dinheiro com treinamento e as pessoas irem para outro lugar, ele simplesmente diz que a pergunta correta não é essa.
Quando perguntamos “e se eu treinar as pessoas e elas forem embora?”, estamos sinalizando que um caminho possível é não treiná-las, certo?
Estamos querendo dizer que o risco maior é gastar dinheiro capacitando alguém que pode simplesmente trocar a sua organização por outra e que, por isso, é melhor minimizar esse risco deixando as coisas como estão.
Contudo, para Dan, o dilema deveria ser outro: e se você não treinar as pessoas e elas ficarem na sua empresa? É disso, na verdade, que deveríamos ter medo.
Mais do que isso: e se você não investir em capacitação e os talentos se tornarem obsoletos? E se as pessoas que trabalham na sua empresa não acompanharem a velocidade da transformação do mercado? E se o seu negócio ficar para trás porque todos continuam usando as mesmas competências, habilidades e conhecimentos de dez anos atrás?
Uma liderança estratégica é aquela que, dentre outras coisas, sabe fazer análise de risco e, diante de todos esses questionamentos, acho que está bem claro qual cenário apresenta mais ameaças para a prosperidade de um negócio.
Se você ainda tem dúvidas, compartilho alguns dados que mostram que investir em upskilling e reskilling não é “bondade corporativa”, mas uma ação para garantir o futuro da sua empresa:
- Até 2030, mais de 85 milhões de empregos poderão não ser preenchidos porque não teremos um número suficiente de pessoas qualificadas para assumir essas posições, segundo a Korn Ferry;
- A mesma consultoria calculou que esse cenário significaria uma perda de potencial — aproximadamente 8,5 trilhões de dólares em receitas anuais não realizadas;
- Já a McKinsey prevê que, em 2030, até 375 milhões de profissionais — mais ou menos 14% da força de trabalho global — precisarão mudar de função por conta dos efeitos da digitalização, da automação e dos avanços da inteligência artificial.
Para que nenhuma dessas previsões se concretizam, o caminho é investir cada vez mais na atualização de conhecimento, no desenvolvimento de novas competências e habilidades, no aprendizado contínuo. E isso tudo começa por uma lição básica: aprender que, pior do que os talentos irem embora, é profissionais desatualizados ficarem na sua organização.
Tem uma pergunta clássica que sempre aparece quando se começa a discutir o orçamento voltado para os programas de desenvolvimento: e se eu investir em treinamento, capacitar as pessoas e elas forem embora? Pior ainda: e se elas forem para o meu concorrente?
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Para esse “clássico corporativo”, a resposta costuma ser aquela também já conhecida: formação de talentos não é um custo nem uma ameaça para a empresa, é um investimento. Essa resposta continua atual e é muito verdadeira, mas recentemente eu aprendi uma ainda melhor que planejo incorporar nas minhas conversas.
Quem me ensinou foi Dan Cockerell, ex-vice-presidente da Disney, em um workshop no Rio de Janeiro. Lá, ele explicou que, quando o questionam sobre o “risco” de gastar muito dinheiro com treinamento e as pessoas irem para outro lugar, ele simplesmente diz que a pergunta correta não é essa.
Quando perguntamos “e se eu treinar as pessoas e elas forem embora?”, estamos sinalizando que um caminho possível é não treiná-las, certo?
Estamos querendo dizer que o risco maior é gastar dinheiro capacitando alguém que pode simplesmente trocar a sua organização por outra e que, por isso, é melhor minimizar esse risco deixando as coisas como estão.
Contudo, para Dan, o dilema deveria ser outro: e se você não treinar as pessoas e elas ficarem na sua empresa? É disso, na verdade, que deveríamos ter medo.
Mais do que isso: e se você não investir em capacitação e os talentos se tornarem obsoletos? E se as pessoas que trabalham na sua empresa não acompanharem a velocidade da transformação do mercado? E se o seu negócio ficar para trás porque todos continuam usando as mesmas competências, habilidades e conhecimentos de dez anos atrás?
Uma liderança estratégica é aquela que, dentre outras coisas, sabe fazer análise de risco e, diante de todos esses questionamentos, acho que está bem claro qual cenário apresenta mais ameaças para a prosperidade de um negócio.
Se você ainda tem dúvidas, compartilho alguns dados que mostram que investir em upskilling e reskilling não é “bondade corporativa”, mas uma ação para garantir o futuro da sua empresa:
- Até 2030, mais de 85 milhões de empregos poderão não ser preenchidos porque não teremos um número suficiente de pessoas qualificadas para assumir essas posições, segundo a Korn Ferry;
- A mesma consultoria calculou que esse cenário significaria uma perda de potencial — aproximadamente 8,5 trilhões de dólares em receitas anuais não realizadas;
- Já a McKinsey prevê que, em 2030, até 375 milhões de profissionais — mais ou menos 14% da força de trabalho global — precisarão mudar de função por conta dos efeitos da digitalização, da automação e dos avanços da inteligência artificial.
Para que nenhuma dessas previsões se concretizam, o caminho é investir cada vez mais na atualização de conhecimento, no desenvolvimento de novas competências e habilidades, no aprendizado contínuo. E isso tudo começa por uma lição básica: aprender que, pior do que os talentos irem embora, é profissionais desatualizados ficarem na sua organização.