Os impactos do redesign do trabalho nas nossas conexões
Em seu novo artigo artigo Sofia Esteves, fundadora da Cia de Talentos, reflete sobre o desafio de criar conexões no mundo híbrido
Luciana Lima
Publicado em 27 de julho de 2022 às 08h00.
Onde você está neste exato momento enquanto começa a ler este texto? Na sede da sua empresa? Em uma das unidades da organização espalhadas pelo país? Em um coworking? No escritório da sua casa? Em um café com bom wi-fi? Ou em um espaço aberto, como um parque? Eu tenho mais uma pergunta: com quem você se conecta no dia a dia do trabalho?
Comecei o artigo com essa enxurrada de questões porque gostaria que você, que me lê, refletisse sobre como as mudanças dos últimos anos no modo de trabalhar têm afetado as suas relações na empresa e, por consequência, os resultados da companhia.
Nós, do Grupo Cia de Talentos, fizemos uma reflexão parecida ao analisar os dados da 21ª edição da pesquisa Carreira dos Sonhos e percebemos que existe uma demanda por conexão.
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Conexão entre os(as) colaboradores(as) e a empresa, entre as equipes e sua liderança, e entre a empresa e o ecossistema em torno do seu negócio. Não à toa, um achado importante do nosso levantamento foi: o conjunto de experiências que apoia o crescimento profissional e faz as pessoas se sentirem parte da empresa é um dos aspectos mais valorizados no trabalho.
Ênfase na parte final: se sentirem parte da empresa.
Talvez você esteja se perguntando o que isso tem a ver com as primeiras perguntas sobre a sua localização atual, certo? A questão aqui é que, se de um lado o trabalho à distância nos permitiu atuar em segurança nos momentos de pico da pandemia e nos ensinou a operar de maneira mais digital; de outro ele, aos poucos, foi “abalando” a nossa capacidade de nos conectar e de construir pontes.
Isso porque, no começo da pandemia, existia uma preocupação maior em simular rituais parecidos com o do ambiente físico para, de certa forma, manter a conexão entre as pessoas. A liderança temia que, se as pessoas se sentissem desconectadas, o engajamento e a produtividade poderiam ser prejudicados — além do impacto na cultura corporativa.
Porém, à medida que aprendemos a trabalhar no modelo remoto ou híbrido, parece que fomos nos voltando para nossos próprios silos e olhando para os desafios da nossa própria área.
O aumento da sensação de sobrecarga e de exaustão — percepções que pioraram de uma edição para outra da pesquisa Carreira dos Sonhos — também reduz a interação, pois os profissionais acabam se fechando e trabalhando de forma mais mecânica.
Com isso, não quero dizer que a solução é simplesmente voltar com os rituais online — acho que ninguém mais vai querer fazer happy hour online quando pode ir no presencial — ou obrigar todos a voltarem a trabalhar no escritório todos os dias.
O ponto aqui é que existe uma expectativa que as novas lideranças e as organizações do futuro saibam criar pontes e ajudem seus profissionais a fazerem conexões.
No 5º Encontro Líderes do Amanhã conversamos bastante sobre a necessidade de fomentar o "capital ponte", termo que foi apresentado por Cintia Gonçalves, fundadora da Wiz & Watcher, como "habilidade de se conectar com grupos distantes com diferentes habilidades".
Na palestra, ela compartilhou um dado de uma pesquisa que mostrou que, no início do trabalho remoto, houve uma queda de 30% no capital ponte de uma empresa, apesar do aumento do capital de conexão, ou seja, da habilidade de conectar as pessoas próximas e trabalhar de forma colaborativa.
Quando uma organização se isola do seu entorno e quando as pessoas que lá trabalham não são estimuladas a estarem em contato com o ecossistema, a empresa perde muito. Além da sensação de não pertencimento que já comentei, percebemos impactos na desconexão com o propósito da empresa e na inovação.
Sem conexões de diferentes tipos, a geração de novas ideias é prejudicada e o risco de uma organização cair na mesmice é enorme.
Levando em consideração todos esses impactos do redesign do trabalho, deixo uma última pergunta para você, leitor: como podemos transformar o mundo do trabalho para ampliar e fortalecer as conexões entre pessoas e empresas?
Essa mesma questão foi feita em uma dinâmica no dia do evento, onde profissionais de áreas e de empresas diferentes sentaram-se ao redor de uma mesa para debater o dilema. Meu convite é que você faça o mesmo porque se tem algo que é certo é que conexões são fundamentais hoje e serão cada vez mais necessárias para a construção do futuro.
Onde você está neste exato momento enquanto começa a ler este texto? Na sede da sua empresa? Em uma das unidades da organização espalhadas pelo país? Em um coworking? No escritório da sua casa? Em um café com bom wi-fi? Ou em um espaço aberto, como um parque? Eu tenho mais uma pergunta: com quem você se conecta no dia a dia do trabalho?
Comecei o artigo com essa enxurrada de questões porque gostaria que você, que me lê, refletisse sobre como as mudanças dos últimos anos no modo de trabalhar têm afetado as suas relações na empresa e, por consequência, os resultados da companhia.
Nós, do Grupo Cia de Talentos, fizemos uma reflexão parecida ao analisar os dados da 21ª edição da pesquisa Carreira dos Sonhos e percebemos que existe uma demanda por conexão.
VEJA TAMBÉM:
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Conexão entre os(as) colaboradores(as) e a empresa, entre as equipes e sua liderança, e entre a empresa e o ecossistema em torno do seu negócio. Não à toa, um achado importante do nosso levantamento foi: o conjunto de experiências que apoia o crescimento profissional e faz as pessoas se sentirem parte da empresa é um dos aspectos mais valorizados no trabalho.
Ênfase na parte final: se sentirem parte da empresa.
Talvez você esteja se perguntando o que isso tem a ver com as primeiras perguntas sobre a sua localização atual, certo? A questão aqui é que, se de um lado o trabalho à distância nos permitiu atuar em segurança nos momentos de pico da pandemia e nos ensinou a operar de maneira mais digital; de outro ele, aos poucos, foi “abalando” a nossa capacidade de nos conectar e de construir pontes.
Isso porque, no começo da pandemia, existia uma preocupação maior em simular rituais parecidos com o do ambiente físico para, de certa forma, manter a conexão entre as pessoas. A liderança temia que, se as pessoas se sentissem desconectadas, o engajamento e a produtividade poderiam ser prejudicados — além do impacto na cultura corporativa.
Porém, à medida que aprendemos a trabalhar no modelo remoto ou híbrido, parece que fomos nos voltando para nossos próprios silos e olhando para os desafios da nossa própria área.
O aumento da sensação de sobrecarga e de exaustão — percepções que pioraram de uma edição para outra da pesquisa Carreira dos Sonhos — também reduz a interação, pois os profissionais acabam se fechando e trabalhando de forma mais mecânica.
Com isso, não quero dizer que a solução é simplesmente voltar com os rituais online — acho que ninguém mais vai querer fazer happy hour online quando pode ir no presencial — ou obrigar todos a voltarem a trabalhar no escritório todos os dias.
O ponto aqui é que existe uma expectativa que as novas lideranças e as organizações do futuro saibam criar pontes e ajudem seus profissionais a fazerem conexões.
No 5º Encontro Líderes do Amanhã conversamos bastante sobre a necessidade de fomentar o "capital ponte", termo que foi apresentado por Cintia Gonçalves, fundadora da Wiz & Watcher, como "habilidade de se conectar com grupos distantes com diferentes habilidades".
Na palestra, ela compartilhou um dado de uma pesquisa que mostrou que, no início do trabalho remoto, houve uma queda de 30% no capital ponte de uma empresa, apesar do aumento do capital de conexão, ou seja, da habilidade de conectar as pessoas próximas e trabalhar de forma colaborativa.
Quando uma organização se isola do seu entorno e quando as pessoas que lá trabalham não são estimuladas a estarem em contato com o ecossistema, a empresa perde muito. Além da sensação de não pertencimento que já comentei, percebemos impactos na desconexão com o propósito da empresa e na inovação.
Sem conexões de diferentes tipos, a geração de novas ideias é prejudicada e o risco de uma organização cair na mesmice é enorme.
Levando em consideração todos esses impactos do redesign do trabalho, deixo uma última pergunta para você, leitor: como podemos transformar o mundo do trabalho para ampliar e fortalecer as conexões entre pessoas e empresas?
Essa mesma questão foi feita em uma dinâmica no dia do evento, onde profissionais de áreas e de empresas diferentes sentaram-se ao redor de uma mesa para debater o dilema. Meu convite é que você faça o mesmo porque se tem algo que é certo é que conexões são fundamentais hoje e serão cada vez mais necessárias para a construção do futuro.