Netflix está garantindo uma morte lenta e dolorosa para TV paga
Cada vez mais pessoas estão deixando pacotes de TV paga por serviços de streaming. E esse é um fenômeno irreversível, crê Maurício Moura, da IDEIA Big Data
Gabriela Ruic
Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 06h00.
Última atualização em 6 de dezembro de 2017 às 10h13.
Nos idos de 2007, o jornal The New York Times fez uma matéria lembrando todas as vezes que o mercado apostou no fim da Netflix: a primeira previsão veio do Walmart, que em 2002 passaria a oferecer aluguel digital de DVD, depois, em 2006, foi a vez da Apple e Amazon traçarem suas profecias ao anunciarem serviços de downloads de filmes.
O tempo voou, o tempo passou e se tem uma empresa que não morreu, e está bem longe disso, é a Netflix . Hoje, dez anos depois de a empresa capitaneada por Reed Hastings ter lançado o botão “Watch Now”, que revolucionaria de vez a maneira como consumimos conteúdo, serviços de streaming tornaram-se presença garantida nas casas das pessoas.
O blog, por exemplo, é usuário da Netflix e HBO Go (cujo funcionamento e a usabilidade do app ainda deixam muito a desejar). Temos TV paga em casa? Sim. Por quanto tempo mais? Pouco. E as operadoras já sentem esse movimento: entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, o setor perdeu 364.400 assinantes, segundo a Anatel.
Essa retração é sintoma de um fenômeno que há muito tempo era antecipado e que ainda deve ir longe: cada vez mais, as pessoas estão deixando de lado modelo tradicional de assinatura de televisão paga por serviços “à la Netflix”.
Hastings, evidentemente, é um dos figurões que mais vem apostando nessa previsão. O que se percebe, no entanto, é que esse é o caminho que vem se consolidando e uma pesquisa cedida com exclusividade ao site EXAME pela IDEIA Big Data, realizada entre os dias 23 e 25 de outubro de 2017, mostra exatamente como isso está se desenrolando no Brasil.
A maioria dos entrevistados disse ainda assinar TV paga (76%) e 59% deles pretende seguir com essa assinatura, combinando-a com um serviço de streaming. No entanto, quando olhamos para a fatia de pessoas que não tem TV paga (24%), 34% confirmou ter cancelado esse serviço após assinar a Netflix e 10% disse que pretende fazer isso nos próximos meses.
“Esses dados revelam que as pessoas não enxergam mais a TV paga como forma principal para consumir conteúdo”, explica Maurício Moura, CEO da empresa. “O conceito on demand é o futuro e esses números (das pessoas que abandonaram a TV paga) não irão retrair, só aumentar”, prevê.
Ele ainda arrisca que, em doze meses, a percentagem de pessoas que cancelaram TV paga em prol do streaming saltará para 50%. “Isso vai acabar com o modelo de negócios das TV pagas, lembrando que o hábito das pessoas também está mudando”, nota Moura, “e isso não é só sobre a Netflix, mas sobre o conceito de serviço que a empresa representa”.
As vantagens dos serviços sob demanda ficam evidentes quando se olha para a forma como as pessoas os utilizam: 40% dos entrevistados acessa diariamente e 78% assiste a conteúdos durante a noite. 59% das pessoas é assinante, 24% mora com alguém que empresta o login e 16% usa o acesso de uma pessoa com a qual não vive junto.
Em relação ao que os assinantes estão assistindo, 70% das pessoas citou as séries e 70% disse preferir o gênero “Ação e Aventura”. 92% se lembra do que viu por último no serviço e os seriados reinaram soberanos nesse ponto novamente, com “Suits” (5%) e “Narcos” (4%) como os mais populares.
Nos idos de 2007, o jornal The New York Times fez uma matéria lembrando todas as vezes que o mercado apostou no fim da Netflix: a primeira previsão veio do Walmart, que em 2002 passaria a oferecer aluguel digital de DVD, depois, em 2006, foi a vez da Apple e Amazon traçarem suas profecias ao anunciarem serviços de downloads de filmes.
O tempo voou, o tempo passou e se tem uma empresa que não morreu, e está bem longe disso, é a Netflix . Hoje, dez anos depois de a empresa capitaneada por Reed Hastings ter lançado o botão “Watch Now”, que revolucionaria de vez a maneira como consumimos conteúdo, serviços de streaming tornaram-se presença garantida nas casas das pessoas.
O blog, por exemplo, é usuário da Netflix e HBO Go (cujo funcionamento e a usabilidade do app ainda deixam muito a desejar). Temos TV paga em casa? Sim. Por quanto tempo mais? Pouco. E as operadoras já sentem esse movimento: entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, o setor perdeu 364.400 assinantes, segundo a Anatel.
Essa retração é sintoma de um fenômeno que há muito tempo era antecipado e que ainda deve ir longe: cada vez mais, as pessoas estão deixando de lado modelo tradicional de assinatura de televisão paga por serviços “à la Netflix”.
Hastings, evidentemente, é um dos figurões que mais vem apostando nessa previsão. O que se percebe, no entanto, é que esse é o caminho que vem se consolidando e uma pesquisa cedida com exclusividade ao site EXAME pela IDEIA Big Data, realizada entre os dias 23 e 25 de outubro de 2017, mostra exatamente como isso está se desenrolando no Brasil.
A maioria dos entrevistados disse ainda assinar TV paga (76%) e 59% deles pretende seguir com essa assinatura, combinando-a com um serviço de streaming. No entanto, quando olhamos para a fatia de pessoas que não tem TV paga (24%), 34% confirmou ter cancelado esse serviço após assinar a Netflix e 10% disse que pretende fazer isso nos próximos meses.
“Esses dados revelam que as pessoas não enxergam mais a TV paga como forma principal para consumir conteúdo”, explica Maurício Moura, CEO da empresa. “O conceito on demand é o futuro e esses números (das pessoas que abandonaram a TV paga) não irão retrair, só aumentar”, prevê.
Ele ainda arrisca que, em doze meses, a percentagem de pessoas que cancelaram TV paga em prol do streaming saltará para 50%. “Isso vai acabar com o modelo de negócios das TV pagas, lembrando que o hábito das pessoas também está mudando”, nota Moura, “e isso não é só sobre a Netflix, mas sobre o conceito de serviço que a empresa representa”.
As vantagens dos serviços sob demanda ficam evidentes quando se olha para a forma como as pessoas os utilizam: 40% dos entrevistados acessa diariamente e 78% assiste a conteúdos durante a noite. 59% das pessoas é assinante, 24% mora com alguém que empresta o login e 16% usa o acesso de uma pessoa com a qual não vive junto.
Em relação ao que os assinantes estão assistindo, 70% das pessoas citou as séries e 70% disse preferir o gênero “Ação e Aventura”. 92% se lembra do que viu por último no serviço e os seriados reinaram soberanos nesse ponto novamente, com “Suits” (5%) e “Narcos” (4%) como os mais populares.