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Game of Thrones: reviravoltas previsíveis e desfecho perigoso

Episódio 6 da temporada 7 de Game of Thrones mostrou que nenhum plano é perfeito e trouxe conflitos por todos os lados. Veja tudo sobre "Além da Muralha"

Game of Thrones: episódio 6 foi tenso, mas trouxe reviravoltas previsíveis (Game of Thrones/Divulgação)
Game of Thrones: episódio 6 foi tenso, mas trouxe reviravoltas previsíveis (Game of Thrones/Divulgação)
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Sobre Filmes e Séries

Publicado em 21 de agosto de 2017 às, 00h16.

Última atualização em 28 de agosto de 2017 às, 16h21.

Que não existe plano perfeito, qualquer pessoa sabe. Mas um plano imperfeito fica ainda mais próximo do desastre quando há um idiota envolvido. E essa é a maior lição que o blog tirou do episódio 6 da temporada 7 de Game of Thrones que acabou de fazer a sua estreia (ao menos oficial) na HBO.

Daqui em diante, cuidado com os spoilers. 

Centrado majoritariamente do outro lado da Muralha (como bem entregou o nome do episódio, “Além da Muralha”), o que vimos na noite deste domingo foi um episódio tenso, é bem verdade, mas com reviravoltas previsíveis e um desfecho muito, mas muito perigoso.

Tivemos conflitos por todos os lados (Daenerys x Tyrion, Sansa x Arya) e confrontos violentos também (Jon Snow e sua gangue x os mortos). No fim das contas, apesar de não ter aparecido um segundo sequer para nos presentear com aquele sorriso assustador, Cersei Lannister ascendeu como a grande vitoriosa.

Hoje, ao invés de uma recapitulação em ordem cronológica, vamos começar pelo ponto mais confuso da noite: a relação Arya x Sansa.

A escalada de tensão entre as irmãs atingiu o ápice neste episódio, especialmente depois que Arya veio confrontar Sansa sobre a tal carta enviada a Robb anos antes. A caçula acusou a irmã mais velha de ter traído a família, mesmo sem fazer a menor ideia de tudo o que a atual Lady Stark viveu para conseguir recuperar Winterfell das mãos dos inimigos.

Sansa fica desesperada ao pensar na reação de seus aliados, na ocasião de a carta se tornar pública (um pânico que o blog vê como justificado), enquanto Arya segue cultivando sua raiva e uma certa escuridão em seu temperamento. A Lady Winterfell procura então conselhos no pior lugar possível, Mindinho, e esse tenta convencê-la a usar Brienne para interceder na confusão entre as duas.

Elas entram em um novo embate mais pra frente, quando Sansa tenta recuperar a carta no quarto de Arya e é surpreendida por ela e seu passado. A tensão entre as duas é confusa, mas o blog tem um palpite otimista: depois de um jogo esquisito de perguntas e respostas, ficamos com a sensação de que a caçula parece ter aprovado as respostas da mais velha, já que termina entregando a adaga nas mãos de Sansa. Temos, agora, a sensação de que esse gesto possa ser um divisor de águas nessa relação.

No entanto, todo o cuidado é pouco na leitura dessa cena e, evidentemente, corremos o risco de estarmos errados. Seguimos na torcida para que as irmãs se entendam e se unam, sem atitudes idiotas e impulsivas que possam colocá-las novamente em perigo. Isso se torna ainda mais importante quando lembramos que esse conflito foi causado por Mindinho e que a dupla está "desprotegida" depois que Sansa enviou Brienne (sim, a Arya é uma assassina treinada, mas nos sentimos melhor quando Brienne está por perto das duas) para encontrar Cersei em Porto Real.

Bom, agora vamos ao momento mais esperado da noite: o resultado do plano insano articulado por Jon Snow, Tyrion, Ser Davos e Ser Jorah. (Relembre aqui tudo o que rolou no episódio 5)

No último episódio, “Eastwatch”, vimos uma reunião nada desprezível entre a trupe do rei do Norte e outros personagens marcantes e não menos importantes de Game of Thrones: Tormund, Gendry Baratheon, Sandor Clegane, Berric Dondarion e Thoros de Myr. Verdade seja dita, todos pensamos que essa entourage traria alegrias para a noite desse domingo, mas tudo quase foi por água abaixo graças ao péssimo humor de Clegane, como veremos em breve.

O grupo caminhava pela neve e a troca de ideias rolava solta. Vemos uma tentativa de reconciliação entre a Irmandade e Gendry, a confirmação do interesse amoroso de Tormund sobre Brienne e um momento sensível entre Jon e Jorah, que lembram nosso querido Lord Commander Jeor e a patifaria que foi a sua morte pelas mãos de homens de sua confiança, um dos momentos mais tristes da história da série.

Um diálogo importante acontece entre Jon e Tormund, que lembrou de Mance Rayder, líder do povo livre, como ele era admirado por nunca ter se curvado diante de um rei. Sabiamente, no entanto, o selvagem fez uma observação pra lá de interessante ao questionar quantas vidas foram perdidas em razão dessa posição de Rayder. A mensagem cai como uma luva para a situação atual de Jon, que ficou pensativo.

De repente, eis que se deparam com uma espécie de urso zumbi, que conseguem abater com certo custo. Clegane fica perturbado ao ver todo aquele fogo (pudera) e é salvo por Thoros, que fica gravemente ferido.

Thoros, inclusive, se revelou o personagem mais interessante e rendeu um dos melhores diálogos. Jorah comenta sobre a sua atuação em uma batalha anterior, em Pyke, quando ele correu enlouquecido com sua espada flamejante. Jorah continua dizendo nunca ter visto um homem tão corajoso e recebe como resposta que essa coragem era, na realidade, embriaguez.

Papo vai, papo vem, novo perigo à vista quando se deparam com uma espécie de “divisão” de mortos. Um novo confronto começa e Jon consegue aniquilar um dos inimigos com sua espada de aço valiriano. A boa notícia foi a de que no momento em que ele acertou o “líder”, todos os outros “soldados” simplesmente se desintegraram!

Eles conseguem finalmente capturar um morto para levar para Cersei (a parte mais difícil do plano), mas não contavam com o fato de que ele soltaria um grito agudo, como um chamado por ajuda. Dito e feito, perceberam que estavam prestes a enfrentar algo ainda maior. Jon prontamente manda Gendry voltar para Eastwatch e enviar um corvo com notícias para Dany.

Enfim uma boa ideia que veio no melhor momento possível. Não demorou até que o grupo se deparasse com um “mar” de mortos. Eles conseguem correr e se proteger em uma formação rochosa em meio a um lado quase que inteiramente congelado. Os mortos ficam parados depois de tentarem avançar, mas afundarem um a um nas águas geladas.

Enquanto organizavam o próximo passo, a primeira baixa com a morte de Thoros. O rei da Noite é visto na montanha e Berric sugere que ele e Jon, os dois ressuscitados, deviam ter como missão fazer alguma loucura para tentar matá-lo naquela circunstância, mas nada sai disso. O tempo passa, todos se entediam e vemos um Clegane não só entediado, mas chateadíssimo com a situação.

Ele decide, então, jogar pedras contra os mortos. O problema é que uma das pedras serviu para mostrar ao inimigo que as águas pareciam congeladas o suficiente para que eles avançassem em segurança. Clegane, Clegane, o que foi que você fez? O que vemos a seguir é o caos, a violência e o desespero...até que um clarão denuncia a chegada de Dany e seus dragões (falaremos como isso aconteceu adiante).

Ela chega triunfante e consegue resgatar a maior parte do grupo, enquanto Jon contém alguns mortos que tentam se aproximar para atacar. E aí vemos o inesperado: o rei da Noite segura uma espécie de lança de gelo e consegue acertar Viserion, que agoniza no ar e cai no lago congelado depois de sangrar muito. Está morto, para o choque de todos.

Mas essa não era a única lança que o líder dos mortos tinha em mãos, mas Dany consegue escapar com Jorah, Tormund, Clegane, Berric e os dragões sobreviventes. Jon fica para trás, para tristeza dos espectadores que logo imaginaram que uma nova quase-morte estava no horizonte do rei do Norte.

O cliffhanger, no entanto, foi curto e previsível e logo vemos que ele está em segurança. Quer dizer, quase em segurança, já que ainda há mortos por todos os lados. De repente, não mais que de repente, vemos bolas de fogo por todos os lados e um homem em um cavalo. Sim, amigos, Benjen Stark apareceu novamente para salvar o dia uma última vez.

Jon fica estarrecido ao ver o tio que não encontrava há anos, mas não hátempo para conversa. Benjen o coloca em cima do cavalo e o mandou de volta para Eastwatch. O que vemos a seguir é o irmão de Ned tentando segurar os mortos para que seu sobrinho conseguisse escapar em segurança. Uma aparição inexplicável que serviu única e exclusivamente para salvar Jon.

Já em segurança em um navio com Dany, que rejeita o uso desse apelido e o blog jura que está tentando parar de usá-lo com tanta frequência, Jon finalmente a chama de “minha rainha”. O momento foi emocionante e trouxe um sinal de humildade na mãe dos dragões que há tempos parecia adormecido. Tomara que essa confiança de Jon sirva para mantê-la no caminho certo e não no caminho da loucura. Veremos!

Agora vamos a dois outros momentos importantes e cujos desdobramentos podem trazer ainda mais instabilidades para Westeros. O primeiro deles está em Pedra do Dragão. Antes de receber o corvo que avisava da confusão do outro lado da Muralha, Dany se reunia com Tyrion e os dois tiveram uma conversa exasperada e inesperada.

O Lannister tenta explicar para a Targaryen que ela precisa pensar como seus inimigos, se deseja derrotá-los, e que precisa agir de modo a não causar apenas medo, já que é justamente por meio dele que Cersei reina. Aponta, ainda, que todos aqueles que temem seus reis e rainhas querem, na realidade, vê-los mortos.

E que conselho! Temos que lembrar que não é de hoje que Dany vem mostrando um temperamento impulsivo. Ao usar as chamas de seus dragões e os Dothraki de forma desenfreada para massacrar seus inimigos, ela se aproximou mais de seu pai, o rei louco, que da rainha que conquistou tanto do outro lado do Mar Estreito. Resta saber se essa mensagem surtirá algum efeito.

Mas não foi só isso. Inspirado, Tyrion começa a tentar conversar com Dany sobre um plano de sucessão, já que ela não pode ter filhos. Essa foi uma informação valiosa para termos em mente já que estamos diante dos episódios finais da trama. Será que devemos agora nos preocupar com o seu destino? Por essa o blog não esperava, mas segue atento.

Por fim, voltamos para os mortos que, sob o olhar, comando e organização do rei da Noite conseguem resgatar Viserion e transformá-lo em um dragão zumbi! E é justo o dragão que recebeu o nome do irmão cretino de Dany.

Isso significa que o inimigo mais importante de Westeros agora tem um dragão e armas capazes de matar esses poderosos animais. O que será dos Sete Reinos agora? Vamos começar a descobrir na semana que vem, quando o último episódio da temporada 7 de Game of Thrones irá estrear.