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Um improvável plano para Haddad virar o jogo

Haddad segue se esquivando de dizer que não dará indulto a Lula caso seja eleito. Só isso já é suficiente para qualquer eleitor ficar com os dois pés atrás

HADDAD EM VISITA A LULA: o candidato precisa encontrar um vídeo como o que pode custar a eleição a Witzel, no Rio / REUTERS | Rodolfo Buhrer
DR

Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2018 às 06h15.

Última atualização em 16 de outubro de 2018 às 06h53.

A pesquisa Ibope divulgada na noite desta segunda-feira (15) não deixa dúvidas. Com 59% de intenções de voto contra 41% de Fernando Haddad (PT), Jair Bolsonaro (PSL) tem larga vantagem na disputa que se encerra em 28 de outubro. É provável que seja eleito presidente do Brasil. Faz vinte anos que o PT perdeu sua última eleição presidencial. Ainda há chance para reverter o quadro, mas é muito improvável. Como o PT e Haddad fariam isso?

O filósofo Marcos Nobre (Unicamp) sugeriu, em entrevista para a Folha de S. Paulo, alguns bons pontos. Afirmou que Haddad tem que fazer concessões programáticas a Ciro Gomes, Marina Silva e o PSDB sem pedir nada em troca. Deveria também, segundo o filósofo, convidar Joaquim Barbosa e Nelson Jobim – este último é o establishment encarnado.

Uma outra dica é chamar Ciro Gomes e dizer que abre mão de se candidatar à reeleição se for eleito, dando a Ciro a chance de encabeçar a chapa presidencial em 2022. São ótimas sugestões, uma mais improvável que a outra. Mesmo que Haddad vá para esse “tudo ou nada”, ainda haverá tempo para virar o jogo contra o candidato do PSL?

Em entrevista ao “El País” publicada no domingo, Haddad perdeu a chance de repetir, claramente, que não dará indulto a Lula caso seja eleito. Já havia dito isso há algumas semanas e agora se esquiva. Só isso já é suficiente para qualquer eleitor contra a corrupção ficar com dois pés atrás com a candidatura de Haddad. O desgaste de todo o sistema político por conta de atos corruptos afeta a candidatura petista de modo inequívoco.

Haddad só chegará perto de Bolsonaro se encontrar um vídeo do ex-capitao ensinando colegas a entrar em conluio com outros funcionários para aumentar seu salário, lesando os cofres públicos. Um vídeo desses caiu no colo de Eduardo Paes (DEM), candidato ao governo do Rio de Janeiro contra o ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC). Witzel fazia um acordo com seu juiz substituto para ganhar R$ 4 mil mensais a mais. Isso pode lhe custar a cadeira no Palácio Guanabara. A de Bolsonaro no Palácio do Planalto parece mais assegurada.

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O filósofo Marcos Nobre (Unicamp) sugeriu, em entrevista para a Folha de S. Paulo, alguns bons pontos. Afirmou que Haddad tem que fazer concessões programáticas a Ciro Gomes, Marina Silva e o PSDB sem pedir nada em troca. Deveria também, segundo o filósofo, convidar Joaquim Barbosa e Nelson Jobim – este último é o establishment encarnado.

Uma outra dica é chamar Ciro Gomes e dizer que abre mão de se candidatar à reeleição se for eleito, dando a Ciro a chance de encabeçar a chapa presidencial em 2022. São ótimas sugestões, uma mais improvável que a outra. Mesmo que Haddad vá para esse “tudo ou nada”, ainda haverá tempo para virar o jogo contra o candidato do PSL?

Em entrevista ao “El País” publicada no domingo, Haddad perdeu a chance de repetir, claramente, que não dará indulto a Lula caso seja eleito. Já havia dito isso há algumas semanas e agora se esquiva. Só isso já é suficiente para qualquer eleitor contra a corrupção ficar com dois pés atrás com a candidatura de Haddad. O desgaste de todo o sistema político por conta de atos corruptos afeta a candidatura petista de modo inequívoco.

Haddad só chegará perto de Bolsonaro se encontrar um vídeo do ex-capitao ensinando colegas a entrar em conluio com outros funcionários para aumentar seu salário, lesando os cofres públicos. Um vídeo desses caiu no colo de Eduardo Paes (DEM), candidato ao governo do Rio de Janeiro contra o ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC). Witzel fazia um acordo com seu juiz substituto para ganhar R$ 4 mil mensais a mais. Isso pode lhe custar a cadeira no Palácio Guanabara. A de Bolsonaro no Palácio do Planalto parece mais assegurada.

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