Se Bolsonaro quiser, 2019 será como os protestos de 2013
Cidadãos normalmente não se mobilizam para ir às ruas em busca de melhores serviços públicos. Mas foram nesta quarta-feira, 15 de maio de 2019
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2019 às 19h12.
Última atualização em 15 de maio de 2019 às 21h39.
É quase como se o governo se esforçasse para criar crises e, uma vez instituídas, quisesse aumentá-las. Com centenas de milhares de pessoas nas ruas protestando contra os cortes orçamentários (congelamentos, na verdade) na educação, Jair Bolsonaro (PSL) achou por bem chamar os manifestantes de “idiotas úteis” e “massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais”. Não se pode superestimar a inteligência do presidente, mas essa postura é particularmente ingênua. Professores são queridos por todos os brasileiros, exceto pelo séquito mais radical do olavismo. E mesmo esses “alunos” do “curso de filosofia” querem mais educação – mesmo que a concepção deles sobre o que é educação de qualidade seja bastante estranha.
Simplificando: Bolsonaro estendeu para a materialidade política sua atitude bélica, típica das guerras culturais em que sente tanto conforto. Provocou alunos, professores e mães e pais de alunos. Ao contrário do que Bolsonaro pensa, as universidades federais não são dirigidas por “comunistas”. Elas têm muitos problemas – de professores faltosos a corrupção e, especialmente, ineficiência administrativa –, mas o “marxismo cultural” não é um deles.
Enquanto Bolsonaro insultava cidadãos, seu ministro da Educação, Abraham Weintraub, passava a tarde no plenário da Câmara dos Deputados explicando as decisões orçamentárias do governo. Aproveitou para ironizar parlamentares da oposição, insinuando que não trabalham. Assim o ministro continua a garantir que Bolsonaro não terá maioria parlamentar tão cedo e, muito menos, a anuência de parte da oposição para implementar sua agenda.
Cidadãos normalmente não se mobilizam para ir às ruas em busca de melhores serviços públicos. O 15-Maio-2019 será algo difícil de repetir tão cedo. Mas, se Bolsonaro fizer muita questão, voltaremos seis anos e teremos 2013 de novo.
É quase como se o governo se esforçasse para criar crises e, uma vez instituídas, quisesse aumentá-las. Com centenas de milhares de pessoas nas ruas protestando contra os cortes orçamentários (congelamentos, na verdade) na educação, Jair Bolsonaro (PSL) achou por bem chamar os manifestantes de “idiotas úteis” e “massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais”. Não se pode superestimar a inteligência do presidente, mas essa postura é particularmente ingênua. Professores são queridos por todos os brasileiros, exceto pelo séquito mais radical do olavismo. E mesmo esses “alunos” do “curso de filosofia” querem mais educação – mesmo que a concepção deles sobre o que é educação de qualidade seja bastante estranha.
Simplificando: Bolsonaro estendeu para a materialidade política sua atitude bélica, típica das guerras culturais em que sente tanto conforto. Provocou alunos, professores e mães e pais de alunos. Ao contrário do que Bolsonaro pensa, as universidades federais não são dirigidas por “comunistas”. Elas têm muitos problemas – de professores faltosos a corrupção e, especialmente, ineficiência administrativa –, mas o “marxismo cultural” não é um deles.
Enquanto Bolsonaro insultava cidadãos, seu ministro da Educação, Abraham Weintraub, passava a tarde no plenário da Câmara dos Deputados explicando as decisões orçamentárias do governo. Aproveitou para ironizar parlamentares da oposição, insinuando que não trabalham. Assim o ministro continua a garantir que Bolsonaro não terá maioria parlamentar tão cedo e, muito menos, a anuência de parte da oposição para implementar sua agenda.
Cidadãos normalmente não se mobilizam para ir às ruas em busca de melhores serviços públicos. O 15-Maio-2019 será algo difícil de repetir tão cedo. Mas, se Bolsonaro fizer muita questão, voltaremos seis anos e teremos 2013 de novo.