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Roberto Jefferson dá o tom para a defesa de Bolsonaro

Desde 1963 um presidente de partido não pedia, abertamente, o fim da democracia

Presidente do PTB se tornou aliado de Jair Bolsonaro (Pablo Valadares/Agência Câmara/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2020 às 09h16.

Pela primeira vez desde Olavo Bilac Pinto, presidente da UDN (União Democrática Nacional), em 1963, um presidente nacional de partido político com representação na Câmara dos Deputados pediu a interrupção da democracia. No último sábado, Roberto Jefferson (PTB) publicou 17 tuítes.  No mais FORTE, escreveu: “Bolsonaro, para atender o povo e tomar as rédeas do governo, precisa de duas atitudes inadiáveis: demitir e substituir os 11 ministros do STF, herança maldita. Precisa cassar, agora, todas as concessões de rádio e TV das empresas concessionárias GLOBO. Se não fizer, cai”.

Jefferson entende bem de impeachment. Defendeu Fernando Collor até os últimos momentos, em 1992, e aliou-se a Michel Temer (MDB) em troca de influência no Ministério do Trabalho, ajudando a evitar o impeachment após a desastrosa conversa do então presidente com Joesley Batista.

Associadíssimo ao que Bolsonaro mais condenou no sistema político em 2018, Jefferson precisa, mais do que os outros líderes do Centrão, sinalizar que o presidente pode contar com seu apoio. Para isso, precisa se dissociar da imagem de ex-presidiário

A contundência com que pede a “demissão” de ministros do Supremo Tribunal Federal é chocante. Jefferson reproduz os bolsonaristas mais exaltados que carregam faixa pedindo o fechamento da corte. Sabe que tem pouco a perder, pois sua reputação já não é boa, e muito a ganhar, pois Bolsonaro enfraquece cada vez mais e talvez necessite de apoio dos partidos conservadores para evitar um processo de impeachment.

Noticiou-se hoje que durante a famosa reunião ministerial de 22 de abril o STF foi duramente criticado. Parece-me tarde para Bolsonaro admitir, de modo crível, que respeita os onze ministros.

Jefferson aguarda a recriação do Ministério do Trabalho.

(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)

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Jefferson entende bem de impeachment. Defendeu Fernando Collor até os últimos momentos, em 1992, e aliou-se a Michel Temer (MDB) em troca de influência no Ministério do Trabalho, ajudando a evitar o impeachment após a desastrosa conversa do então presidente com Joesley Batista.

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A contundência com que pede a “demissão” de ministros do Supremo Tribunal Federal é chocante. Jefferson reproduz os bolsonaristas mais exaltados que carregam faixa pedindo o fechamento da corte. Sabe que tem pouco a perder, pois sua reputação já não é boa, e muito a ganhar, pois Bolsonaro enfraquece cada vez mais e talvez necessite de apoio dos partidos conservadores para evitar um processo de impeachment.

Noticiou-se hoje que durante a famosa reunião ministerial de 22 de abril o STF foi duramente criticado. Parece-me tarde para Bolsonaro admitir, de modo crível, que respeita os onze ministros.

Jefferson aguarda a recriação do Ministério do Trabalho.

(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)

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