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Os efeitos de Oswaldo Eustáquio na competição política

Ao prender o blogueiro bolsonarista, o STF limita (ainda bem!) o “dizível” na disputa partidária

Fake news (Divulgação/Thinkstock)
MG

Maurício Grego

Publicado em 27 de junho de 2020 às 12h36.

A semana terminou de modo péssimo para “jornalistas” que simpatizam com o governo Bolsonaro – especialmente aqueles cujo modus operandi é a disseminação de mentiras e teorias conspiratórias. Oswaldo Eustáquio, dono do perfil @oswaldojor, foi preso pela Polícia Federal. No Twitter, intitula-se “jornalista investigativo, apaixonado pela verdade, inimigo da corrupção. Conservador”.

Oswaldo é investigado pelo Supremo Tribunal Federal por integrar uma “rede estruturada de comunicação virtual voltada tanto para a sectarização da política quanto para a desestabilização do regime democrático para auferir ganhos econômicos diretos e políticos indiretos”, de acordo com a Procuradoria-Geral da República.

De fato, ele e colegas como Allan dos Santos, do site Terça Livre, compartilham mentiras adoidado. Uma das últimas no Twitter de Oswaldo, oito dias atrás, foi essa: “O juiz carioca que mandou prender Fabrício Queiroz traiu a nação por 30 moedas de prata. O valor cai na conta da sua filha todos os meses através de um cargo de confiança para a filha no governo Witzel. A corrupção no judiciário acontece da primeira instância ao STF. Estado de Exceção”. Evidências que sustentariam as graves acusações? Zero.

Mas não há nada criminoso na primeira parte do que a PGR afirma: “comunicação virtual voltada para a sectarização da política”. Esse raciocínio se assemelha ao bom-mocismo dos movimentos Direitos Já/Somos 70%. Espalhar mentiras com apoio de políticos eleitos de fato pode ser criminoso, mas combater algo como o facciosismo na política é ir contra a própria natureza da política, caracterizada pelo pêndulo competição-cooperação.

O risco é entrar na competição política buscando diminuir sua equidade – seja através de financiamento ilegal de campanhas, como na era petista-tucano-emedebista, seja por meio de grupos de whatsapp e “subidores” de hashtags financiados por sabe-se-lá-quem.

(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)

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A semana terminou de modo péssimo para “jornalistas” que simpatizam com o governo Bolsonaro – especialmente aqueles cujo modus operandi é a disseminação de mentiras e teorias conspiratórias. Oswaldo Eustáquio, dono do perfil @oswaldojor, foi preso pela Polícia Federal. No Twitter, intitula-se “jornalista investigativo, apaixonado pela verdade, inimigo da corrupção. Conservador”.

Oswaldo é investigado pelo Supremo Tribunal Federal por integrar uma “rede estruturada de comunicação virtual voltada tanto para a sectarização da política quanto para a desestabilização do regime democrático para auferir ganhos econômicos diretos e políticos indiretos”, de acordo com a Procuradoria-Geral da República.

De fato, ele e colegas como Allan dos Santos, do site Terça Livre, compartilham mentiras adoidado. Uma das últimas no Twitter de Oswaldo, oito dias atrás, foi essa: “O juiz carioca que mandou prender Fabrício Queiroz traiu a nação por 30 moedas de prata. O valor cai na conta da sua filha todos os meses através de um cargo de confiança para a filha no governo Witzel. A corrupção no judiciário acontece da primeira instância ao STF. Estado de Exceção”. Evidências que sustentariam as graves acusações? Zero.

Mas não há nada criminoso na primeira parte do que a PGR afirma: “comunicação virtual voltada para a sectarização da política”. Esse raciocínio se assemelha ao bom-mocismo dos movimentos Direitos Já/Somos 70%. Espalhar mentiras com apoio de políticos eleitos de fato pode ser criminoso, mas combater algo como o facciosismo na política é ir contra a própria natureza da política, caracterizada pelo pêndulo competição-cooperação.

O risco é entrar na competição política buscando diminuir sua equidade – seja através de financiamento ilegal de campanhas, como na era petista-tucano-emedebista, seja por meio de grupos de whatsapp e “subidores” de hashtags financiados por sabe-se-lá-quem.

(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)

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