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O plano dos democratas para derrotar Trump

Aos 77 anos, mais conservador do que seu partido gostaria, o mérito de Joe Biden é não ser “the Donald”

Donald Trump x Joe Biden (Bússola/Reprodução)
JR

Janaína Ribeiro

Publicado em 21 de agosto de 2020 às 20h20.

A vitória do Partido Democrata nas eleições presidenciais norte-americanas em novembro parece cada vez mais provável. O site FiveThirtyEight, um dos poucos a não passar vergonha quatro anos atrás, mostra que 51% dos americanos votariam em Joe Biden (Partido Democrata), contra 42,5% das preferências para o presidente Donald Trump (Partido Republicano). A taxa de aprovação do presidente é 42%. 54% consideram seu mandato ruim ou péssimo.

Outra notícia que pode preocupá-lo é a prisão de Steve Bannon, ideólogo de extrema-direita que foi crucial para a vitória de Trump em 2016, não atrapalha sua tentativa de reeleição. Bannon durou sete meses no governo. Tentou ser uma espécie de José Dirceu e fracassou – não só pelo diferente desenho organizacional da Casa Branca, mas também porque sua xenofobia foi menos popular na prática do que nas redes sociais.

No entanto, Trump conta com apoio de parcela significativa do eleitorado mesmo após sofrer impeachment na Câmara dos Deputados (tendo sido, como Bill Clinton, absolvido pelo Senado) e enterrar mais de 170 mil vítimas do coronavírus. De acordo com uma pesquisa do Financial Times, 48% dos americanos acreditam que a política econômica de Trump está ajudando o país. Quase metade!

A sorte dos democratas é que estão, hoje, muito mais unidos do que estiveram nos últimos anos. A extrema-esquerda do partido, representada por Bernie Sanders, apoia Biden sem hesitação. Caso Trump se reeleja, os democratas acreditam que a qualidade da democracia irá piorar ainda mais. Não há clima para Trump ser ditador, pois a oposição é forte. Mas bem que ele está tentando seguir este caminho. Já sinalizou diversas vezes que não aceitará os resultados das urnas caso perca. Terá que ser retirado à força?

Bem, muitos de seus apoiadores merecem camisa-de-força. Segundo uma pesquisa da Yahoo/YouGov, metade dos cidadãos que se identificam como republicanos acreditam que Bill Gates quer implementar dispositivos de rastreamento através da vacina contra o coronavirus.

Com gente assim indo votar, qualquer coisa pode acontecer.

(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)

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A vitória do Partido Democrata nas eleições presidenciais norte-americanas em novembro parece cada vez mais provável. O site FiveThirtyEight, um dos poucos a não passar vergonha quatro anos atrás, mostra que 51% dos americanos votariam em Joe Biden (Partido Democrata), contra 42,5% das preferências para o presidente Donald Trump (Partido Republicano). A taxa de aprovação do presidente é 42%. 54% consideram seu mandato ruim ou péssimo.

Outra notícia que pode preocupá-lo é a prisão de Steve Bannon, ideólogo de extrema-direita que foi crucial para a vitória de Trump em 2016, não atrapalha sua tentativa de reeleição. Bannon durou sete meses no governo. Tentou ser uma espécie de José Dirceu e fracassou – não só pelo diferente desenho organizacional da Casa Branca, mas também porque sua xenofobia foi menos popular na prática do que nas redes sociais.

No entanto, Trump conta com apoio de parcela significativa do eleitorado mesmo após sofrer impeachment na Câmara dos Deputados (tendo sido, como Bill Clinton, absolvido pelo Senado) e enterrar mais de 170 mil vítimas do coronavírus. De acordo com uma pesquisa do Financial Times, 48% dos americanos acreditam que a política econômica de Trump está ajudando o país. Quase metade!

A sorte dos democratas é que estão, hoje, muito mais unidos do que estiveram nos últimos anos. A extrema-esquerda do partido, representada por Bernie Sanders, apoia Biden sem hesitação. Caso Trump se reeleja, os democratas acreditam que a qualidade da democracia irá piorar ainda mais. Não há clima para Trump ser ditador, pois a oposição é forte. Mas bem que ele está tentando seguir este caminho. Já sinalizou diversas vezes que não aceitará os resultados das urnas caso perca. Terá que ser retirado à força?

Bem, muitos de seus apoiadores merecem camisa-de-força. Segundo uma pesquisa da Yahoo/YouGov, metade dos cidadãos que se identificam como republicanos acreditam que Bill Gates quer implementar dispositivos de rastreamento através da vacina contra o coronavirus.

Com gente assim indo votar, qualquer coisa pode acontecer.

(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)

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