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Desesperança com corruptos é o marco da eleição carioca

Pesquisa EXAME/IDEIA mostra que apenas 22% dos cariocas esperam que o próximo prefeito saiba combater a corrupção

(Fred Cardoso/Getty Images)
GG

Gilson Garrett Jr.

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 20h35.

A pesquisa EXAME/IDEIA Big Data sobre as eleições em São Paulo e Rio de Janeiro revelam, antes de mais nada, o favoritismo de dois candidatos de centro: Bruno Covas (PSDB) e Eduardo Paes (DEM).

Em São Paulo, Celso Russomano (Republicanos) tenta colar sua imagem à do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) faz o mesmo, mas terá menos sucesso do que Russomano. Sua gestão é reprovada por 65% dos cidadãos. Paes ganharia de Crivella, no segundo turno, por 39% a 22%.

Bruno Covas teria vida mais difícil se as eleições fossem hoje. É aprovado por 53%. No primeiro turno, empataria com Russomano (22% contra 21%). No segundo turno, sua vantagem sobre o candidato dos Republicanos é de apenas seis pontos percentuais (37% a 31%). Ainda assim, Covas está em uma boa posição para ser reeleito.

O que mais me chamou a atenção na pesquisa carioca é a desesperança dos eleitores com relação à corrupção. A pesquisa trata de eleições municipais, é claro. Mas todos os governadores eleitos após 1988 no Rio de Janeiro foram implicados em casos gravíssimos de corrupção. Apenas Benedita da Silva (PT), que ocupou o cargo por poucos meses, não foi presa nem afastada do cargo.

No entanto, perguntados sobre o que “preferem que o prefeito saiba”, os cariocas colocam o combate à corrupção como quinta prioridade, atrás de saúde, educação, emprego e segurança.

Há poucos dados para afirmar isso, por enquanto, mas o “rouba mas faz” parece, para muitos cidadãos, melhor do que outras opções.

(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)

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A pesquisa EXAME/IDEIA Big Data sobre as eleições em São Paulo e Rio de Janeiro revelam, antes de mais nada, o favoritismo de dois candidatos de centro: Bruno Covas (PSDB) e Eduardo Paes (DEM).

Em São Paulo, Celso Russomano (Republicanos) tenta colar sua imagem à do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) faz o mesmo, mas terá menos sucesso do que Russomano. Sua gestão é reprovada por 65% dos cidadãos. Paes ganharia de Crivella, no segundo turno, por 39% a 22%.

Bruno Covas teria vida mais difícil se as eleições fossem hoje. É aprovado por 53%. No primeiro turno, empataria com Russomano (22% contra 21%). No segundo turno, sua vantagem sobre o candidato dos Republicanos é de apenas seis pontos percentuais (37% a 31%). Ainda assim, Covas está em uma boa posição para ser reeleito.

O que mais me chamou a atenção na pesquisa carioca é a desesperança dos eleitores com relação à corrupção. A pesquisa trata de eleições municipais, é claro. Mas todos os governadores eleitos após 1988 no Rio de Janeiro foram implicados em casos gravíssimos de corrupção. Apenas Benedita da Silva (PT), que ocupou o cargo por poucos meses, não foi presa nem afastada do cargo.

No entanto, perguntados sobre o que “preferem que o prefeito saiba”, os cariocas colocam o combate à corrupção como quinta prioridade, atrás de saúde, educação, emprego e segurança.

Há poucos dados para afirmar isso, por enquanto, mas o “rouba mas faz” parece, para muitos cidadãos, melhor do que outras opções.

(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)

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