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Com o fracasso de Bloomberg, o Partido Democrata abraça Joe Biden

Em tempos de radicalização e redes sociais, os democratas estão conseguindo a façanha de se unirem contra Bernie Sanders

BLOOMBERG: o ex-pré-candidato democrata amargou o terceiro lugar na “super terça”. / REUTERS/Carlo Allegri
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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2020 às 15h11.

Quando Donald Trump (Partido Republicano) ganhou de Hillary Clinton (Partido Democrata) em 2016, até ele próprio ficou surpreso. Sua campanha não foi apoiada pelo establishment do partido. Após uma acusação de forte assédio a uma mulher anos antes, com áudio e tudo, alguns dirigentes republicanos ameaçaram jogar Trump aos leões. Poucos cumpriram a promessa e acabaram se juntando a ele depois da vitória em novembro. O presidente carismático, digamos, venceu porque agradou a uma parcela do eleitorado que não se via representado pelos republicanos moderados. (Aliás, cada vez menos moderados desde os anos noventa.)

Nesta semana, o Partido Democrata deu um passo decisivo para não permitir que um “outsider” acabasse sendo nomeado candidato à presidência. Os dois postulantes que não são do establishment partidário – o senador socialista Bernie Sanders e o empresário-político Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York – foram os grandes perdedores da “Super Terça”, o dia em que o Partido Democrata realiza prévias em 14 estados. Vice de Barack Obama por oito anos, o senador Joe Biden venceu 10 estados, contra 4 de Bernie Sanders, que levou a imensa Califórnia. Os dois contendores estão agora praticamente empatados no número de delegados.

Mas Biden tem pelo menos duas grandes vantagens com relação a Sanders. A primeira é que os outros dois candidatos inicialmente fortes – Bloomberg e a senadora Elizabeth Warren, a mais inteligente da tropa – desistiram de continuar a campanha e tendem a apoiar Biden praticamente sem restrições. Biden também se mostrou capaz de animar os eleitores que votaram em Barack Obama quase uma década atrás – incluindo os negros e os brancos “liberais moderados”. Sanders têm forte apoio entre os milennials, encantados com as promessas de perdoar dívidas estudantis (à Ciro Gomes) e instalar um sistema universal de saúde.

O establishment partidário jogou água em Sanders, mas a disputa está aberta.

(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)

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Nesta semana, o Partido Democrata deu um passo decisivo para não permitir que um “outsider” acabasse sendo nomeado candidato à presidência. Os dois postulantes que não são do establishment partidário – o senador socialista Bernie Sanders e o empresário-político Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York – foram os grandes perdedores da “Super Terça”, o dia em que o Partido Democrata realiza prévias em 14 estados. Vice de Barack Obama por oito anos, o senador Joe Biden venceu 10 estados, contra 4 de Bernie Sanders, que levou a imensa Califórnia. Os dois contendores estão agora praticamente empatados no número de delegados.

Mas Biden tem pelo menos duas grandes vantagens com relação a Sanders. A primeira é que os outros dois candidatos inicialmente fortes – Bloomberg e a senadora Elizabeth Warren, a mais inteligente da tropa – desistiram de continuar a campanha e tendem a apoiar Biden praticamente sem restrições. Biden também se mostrou capaz de animar os eleitores que votaram em Barack Obama quase uma década atrás – incluindo os negros e os brancos “liberais moderados”. Sanders têm forte apoio entre os milennials, encantados com as promessas de perdoar dívidas estudantis (à Ciro Gomes) e instalar um sistema universal de saúde.

O establishment partidário jogou água em Sanders, mas a disputa está aberta.

(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)

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