Ciro Gomes é o anti-Bolsonaro
A ida de Ciro para o segundo turno seria surpreendente, mas faria sentido, já que ele tem propostas concretas que o credenciam como anti-Bolsonaro
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2018 às 13h57.
Última atualização em 5 de outubro de 2018 às 15h41.
Em menos de 60 horas, saberemos se Ciro Gomes (PDT) foi para o segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL). As chances de isso acontecer não são desprezíveis. Fernando Haddad (PT) tem, segundo o Datafolha, 22% das intenções de voto contra 11% de Ciro. Uma virada seria surpreendente, mas faria sentido.
Ciro não tem os dois defeitos mais marcantes associados a seus oponentes: desonestidade (Haddad) e desprezo por direitos de minorias (Bolsonaro). Ao contrário do que escrevi nesta coluna há algumas semanas, o espectro da corrupção tem importado nesse ciclo eleitoral. Haddad não está conseguindo sair do piso de seu partido: seus 22% são equivalentes aos 21% de preferência partidária dos brasileiros pelo PT, também de acordo com o Datafolha.
Para que Ciro consiga virar o jogo, precisa se estabelecer como o centro-esquerdista “honesto”. A falta de punição interna do PT aos seus quadros corruptos, bem como a ausência de qualquer tipo de autocrítica, deixou aberto este caminho. Ciro tem propostas concretas que o credenciam como anti-Bolsonaro. Vale citar duas.
Bolsonaro se destaca pelo discurso misógino. É só discurso? Talvez. Mas palavras significam tudo a esta altura. Por isso Ciro leva vantagem ao propor, por exemplo, “eliminar o uso de material de ensino e educação estereotipados, que reforçam o papel da mulher como menos apta ao mundo da produção ou mais aptas à esfera doméstica”. Seria uma medida simples, de custo praticamente nulo, que renderia mídia e, quem sabe, contribuiria para diminuir a misoginia no país. qualquer coisa é melhor, nesse sentido, do que declarações de Bolsonaro e sua klan.
Além disso, Ciro cita em seu programa de governo diversas iniciativas sensatas para combater a corrupção, como estabelecer mecanismos de coordenação dos sistemas de controle interno dos estados com o do governo federal.
Por sua vez, Bolsonaro afirma, no programa enviado ao TSE, que “o Brasil passará por uma rápida transformação cultural, onde (sic) a impunidade, a corrupção, o crime, a ‘vantagem’, a esperteza, deixarão de ser aceitos como parte de nossa identidade nacional, pois não mais encontrarão guarida no governo”. Difícil acreditar nisso se um dos filhos do candidato paga, para si mesmo, com dinheiro de campanha, R$ 7 mil para usar o próprio carro em busca de votos para se reeleger deputado federal.
Em menos de 60 horas, saberemos se Ciro Gomes (PDT) foi para o segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL). As chances de isso acontecer não são desprezíveis. Fernando Haddad (PT) tem, segundo o Datafolha, 22% das intenções de voto contra 11% de Ciro. Uma virada seria surpreendente, mas faria sentido.
Ciro não tem os dois defeitos mais marcantes associados a seus oponentes: desonestidade (Haddad) e desprezo por direitos de minorias (Bolsonaro). Ao contrário do que escrevi nesta coluna há algumas semanas, o espectro da corrupção tem importado nesse ciclo eleitoral. Haddad não está conseguindo sair do piso de seu partido: seus 22% são equivalentes aos 21% de preferência partidária dos brasileiros pelo PT, também de acordo com o Datafolha.
Para que Ciro consiga virar o jogo, precisa se estabelecer como o centro-esquerdista “honesto”. A falta de punição interna do PT aos seus quadros corruptos, bem como a ausência de qualquer tipo de autocrítica, deixou aberto este caminho. Ciro tem propostas concretas que o credenciam como anti-Bolsonaro. Vale citar duas.
Bolsonaro se destaca pelo discurso misógino. É só discurso? Talvez. Mas palavras significam tudo a esta altura. Por isso Ciro leva vantagem ao propor, por exemplo, “eliminar o uso de material de ensino e educação estereotipados, que reforçam o papel da mulher como menos apta ao mundo da produção ou mais aptas à esfera doméstica”. Seria uma medida simples, de custo praticamente nulo, que renderia mídia e, quem sabe, contribuiria para diminuir a misoginia no país. qualquer coisa é melhor, nesse sentido, do que declarações de Bolsonaro e sua klan.
Além disso, Ciro cita em seu programa de governo diversas iniciativas sensatas para combater a corrupção, como estabelecer mecanismos de coordenação dos sistemas de controle interno dos estados com o do governo federal.
Por sua vez, Bolsonaro afirma, no programa enviado ao TSE, que “o Brasil passará por uma rápida transformação cultural, onde (sic) a impunidade, a corrupção, o crime, a ‘vantagem’, a esperteza, deixarão de ser aceitos como parte de nossa identidade nacional, pois não mais encontrarão guarida no governo”. Difícil acreditar nisso se um dos filhos do candidato paga, para si mesmo, com dinheiro de campanha, R$ 7 mil para usar o próprio carro em busca de votos para se reeleger deputado federal.