Boris Johnson e os limites da guinada conservadora
O Partido Conservador sofre derrota histórica no Brexit e mostra que os chefes do Executivo nem sempre mandam
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2019 às 19h37.
A vida de primeiro-ministro britânico não é das mais difíceis. Ao contrário de um presidente, o primeiro-ministro, ao menos na Inglaterra, só governa se tem maioria parlamentar. Pode ignorar todas as pesquisas Datafolha que quiser: o apoio popular só importa na medida em que influencia o apoio legislativo. Boris Johnson acaba de perdê-lo. Johnson, do Partido Conservador, conquistou o cargo após a renúncia de Theresa May, do mesmo partido. É um apaixonado pela saída total do Reino Unido da União Europeia, o “Brexit” mais radical. Agora sofreu um revés: perdeu o apoio da maioria dos parlamentares e convocará eleições para o próximo mês.
Johnson já foi comparado a Donald Trump e, por tabela, a políticos como Jair Bolsonaro e Recep Erdogan – este último o presidente da Turquia. Fazem parte de uma nova leva de líderes que chegam ao topo do Executivo por vias constitucionais e tomam medidas sutis (ou nem tanto, como é o caso de Erdogan) para burlar o espírito da Constituição e manter-se no poder. Mas sofrem limitações do sistema político (de novo, à exceção de Erdogan) para implementar suas ideias mais bizarras. O muro que Trump quer construir na fronteira com o México, por exemplo, não saiu do papel por causa da oposição democrata, que não libera a verba porque tem maioria na Câmara dos Deputados.
O novo (e talvez breve) primeiro-ministro do Reino Unido tomou uma péssima medida para aumentar as chances de conseguir o Brexit do jeito que gostaria. Semana passada, decidiu mandar os deputados mais cedo para casa, em setembro, com autorização da Rainha, para diminuir a chance de o Partido Trabalhista conseguir aprovar uma alternativa ao Brexit radical. Isso caiu muito mal com todos. O resultado acaba de acontecer: uma derrota legislativa e o possível fim de sua estada no número 10 da Downing Street. O centro engoliu Johnson.
A vida de primeiro-ministro britânico não é das mais difíceis. Ao contrário de um presidente, o primeiro-ministro, ao menos na Inglaterra, só governa se tem maioria parlamentar. Pode ignorar todas as pesquisas Datafolha que quiser: o apoio popular só importa na medida em que influencia o apoio legislativo. Boris Johnson acaba de perdê-lo. Johnson, do Partido Conservador, conquistou o cargo após a renúncia de Theresa May, do mesmo partido. É um apaixonado pela saída total do Reino Unido da União Europeia, o “Brexit” mais radical. Agora sofreu um revés: perdeu o apoio da maioria dos parlamentares e convocará eleições para o próximo mês.
Johnson já foi comparado a Donald Trump e, por tabela, a políticos como Jair Bolsonaro e Recep Erdogan – este último o presidente da Turquia. Fazem parte de uma nova leva de líderes que chegam ao topo do Executivo por vias constitucionais e tomam medidas sutis (ou nem tanto, como é o caso de Erdogan) para burlar o espírito da Constituição e manter-se no poder. Mas sofrem limitações do sistema político (de novo, à exceção de Erdogan) para implementar suas ideias mais bizarras. O muro que Trump quer construir na fronteira com o México, por exemplo, não saiu do papel por causa da oposição democrata, que não libera a verba porque tem maioria na Câmara dos Deputados.
O novo (e talvez breve) primeiro-ministro do Reino Unido tomou uma péssima medida para aumentar as chances de conseguir o Brexit do jeito que gostaria. Semana passada, decidiu mandar os deputados mais cedo para casa, em setembro, com autorização da Rainha, para diminuir a chance de o Partido Trabalhista conseguir aprovar uma alternativa ao Brexit radical. Isso caiu muito mal com todos. O resultado acaba de acontecer: uma derrota legislativa e o possível fim de sua estada no número 10 da Downing Street. O centro engoliu Johnson.