Atos pró-Bolsonaro mostram direita dividida
O saldo das manifestações é ruim para os conservadores e mostra que movimentos têm que moderar posições para participar do jogo democrático
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2019 às 07h37.
Última atualização em 27 de maio de 2019 às 17h06.
Mais importante do que a quantidade de pessoas nas manifestações de domingo é saber quais grupos políticos elas representam. Protestos difusos dificilmente resultam em algo. Os protestos do primeiro semestre de 2013, longínquos seis anos atrás, foram marcados pela participação de simpatizantes de partidos políticos. É uma evidência de que a ação política organizada importa bastante para a mobilização popular nas ruas.
Em 2019, três movimentos coletivos de conservadores são os mais relevantes para entender protestos: Movimento Brasil Livre, Partido Novo e o “Bolsonarismo”.
Cunhado pelo cientista político Jairo Nicolau (FGV CPDOC), o “Bolsonarismo” remete ao “Lulismo”, conceito fluido que partia do fato de que Lula (PT) atrai mais apoio do que o partido que fundou. Jair Bolsonaro (PSL) é um deputado experiente que se colocou muito bem como outsider no ano passado. Após as grandes manifestações contra o bloqueio de gastos com educação, Bolsonaro convocou os protestos deste domingo. Com isso, dividiu seus apoiadores e voltou atrás. Decidiu não comparecer. Mas muitos simpatizantes foram às ruas.
O jornalista Afonso Benites relatou, em seu perfil no Twitter, as palavras da auxiliar administrativa Maria Silva em Brasília: “Somos a favor de todas as reformas. E também que troquem todos os ministros do Supremo Tribunal Federal. Se continuarem contra o povo, que feche”. Eduardo Bolsonaro concordaria, mas seu pai teve que dizer, há alguns dias, que fechar instituições é coisa de Nicolás Maduro.
No mesmo sentido, outros movimentos conservadores e profundamente anti-petistas – o Partido Novo e o MBL – têm que moderar suas posições para participar do jogo democrático. Não deram apoio formal às manifestações. Mesmo assim, parlamentares, como Marcel Von Hattem (Novo), discursaram em carros de som contra “a gangue cujo líder está hoje preso em Curitiba”. Suponho que não seja Eduardo Cunha (MDB).
O saldo das manifestações “pró-Bolsonaro” é ruim para os conservadores. A mobilização não foi pífia, mas mostra uma direita muito mais dividida do que estava em 2018.
Mais importante do que a quantidade de pessoas nas manifestações de domingo é saber quais grupos políticos elas representam. Protestos difusos dificilmente resultam em algo. Os protestos do primeiro semestre de 2013, longínquos seis anos atrás, foram marcados pela participação de simpatizantes de partidos políticos. É uma evidência de que a ação política organizada importa bastante para a mobilização popular nas ruas.
Em 2019, três movimentos coletivos de conservadores são os mais relevantes para entender protestos: Movimento Brasil Livre, Partido Novo e o “Bolsonarismo”.
Cunhado pelo cientista político Jairo Nicolau (FGV CPDOC), o “Bolsonarismo” remete ao “Lulismo”, conceito fluido que partia do fato de que Lula (PT) atrai mais apoio do que o partido que fundou. Jair Bolsonaro (PSL) é um deputado experiente que se colocou muito bem como outsider no ano passado. Após as grandes manifestações contra o bloqueio de gastos com educação, Bolsonaro convocou os protestos deste domingo. Com isso, dividiu seus apoiadores e voltou atrás. Decidiu não comparecer. Mas muitos simpatizantes foram às ruas.
O jornalista Afonso Benites relatou, em seu perfil no Twitter, as palavras da auxiliar administrativa Maria Silva em Brasília: “Somos a favor de todas as reformas. E também que troquem todos os ministros do Supremo Tribunal Federal. Se continuarem contra o povo, que feche”. Eduardo Bolsonaro concordaria, mas seu pai teve que dizer, há alguns dias, que fechar instituições é coisa de Nicolás Maduro.
No mesmo sentido, outros movimentos conservadores e profundamente anti-petistas – o Partido Novo e o MBL – têm que moderar suas posições para participar do jogo democrático. Não deram apoio formal às manifestações. Mesmo assim, parlamentares, como Marcel Von Hattem (Novo), discursaram em carros de som contra “a gangue cujo líder está hoje preso em Curitiba”. Suponho que não seja Eduardo Cunha (MDB).
O saldo das manifestações “pró-Bolsonaro” é ruim para os conservadores. A mobilização não foi pífia, mas mostra uma direita muito mais dividida do que estava em 2018.