Apesar da pandemia, Bolsonaro merece aumento de popularidade
Dinheiro na conta de 63 milhões de brasileiros pode aliviar muitos pobres e desempregados – mas não para sempre
Ivan Padilla
Publicado em 15 de agosto de 2020 às 18h56.
Uma pesquisa de opinião da DataFolha revelou o que muitos imaginavam: com o auxílio-emergencial de R$ 600 mensais para cerca de 63 milhões de brasileiros, a popularidade de Jair Bolsonaro (sem partido) aumento de modo significativo. Agora 37% acham seu governo “ótimo ou bom” (em junho eram 32%) e 34% consideram-no “ruim e péssimo” (44% em junho). Ótima notícia para o presidente. Horrível para quem quer seu impeachmen t, hoje praticamente impossível. E preocupante para quem teme sua reeleição em 2022.
É o caso de Elena Landau, economista e presidente do Conselho Acadêmico do Movimento Livres. Ela tuítou que “a pesquisa mostra o quanto o brasileiro gosta de um populismo”. Soou elitista. Essa ideia deslegitima cidadãos que aprovam políticos por motivos, digamos, “egoístas” como o de receber dinheiro direto na conta sem contrapartida. Conheço, aliás, um filiado ao PT que está desempregado e acha ótimo o auxílio. Nem por isso votará em Bolsonaro.
A afirmação de Landau mostra que parte da elite econômica gostaria que os eleitores formassem suas preferências sem se preocuparem com a renda imediata. Melhor seria se recompensassem bons políticos que implementam ideias baseadas em evidências científicas.
Aliás, há boas evidências de que dinheiro na conta sem contrapartida rende excelentes frutos, como mostram Johannes Haushofer e Jeremy Shapiro em “The Short-term Impact of Unconditional Cash Transfers to the Poor: Experimental Evidence from Kenya”, artigo publicado no Quarterly Journal of Economics em 2016.
Mas 2022 está longe e Bolsonaro não manterá o auxílio nesse nível, pois as consequências econômicas seriam desastrosas. Resta ver se ele e o Congresso Nacional saberão identificar a hora certa para diminui-lo.
(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)
Uma pesquisa de opinião da DataFolha revelou o que muitos imaginavam: com o auxílio-emergencial de R$ 600 mensais para cerca de 63 milhões de brasileiros, a popularidade de Jair Bolsonaro (sem partido) aumento de modo significativo. Agora 37% acham seu governo “ótimo ou bom” (em junho eram 32%) e 34% consideram-no “ruim e péssimo” (44% em junho). Ótima notícia para o presidente. Horrível para quem quer seu impeachmen t, hoje praticamente impossível. E preocupante para quem teme sua reeleição em 2022.
É o caso de Elena Landau, economista e presidente do Conselho Acadêmico do Movimento Livres. Ela tuítou que “a pesquisa mostra o quanto o brasileiro gosta de um populismo”. Soou elitista. Essa ideia deslegitima cidadãos que aprovam políticos por motivos, digamos, “egoístas” como o de receber dinheiro direto na conta sem contrapartida. Conheço, aliás, um filiado ao PT que está desempregado e acha ótimo o auxílio. Nem por isso votará em Bolsonaro.
A afirmação de Landau mostra que parte da elite econômica gostaria que os eleitores formassem suas preferências sem se preocuparem com a renda imediata. Melhor seria se recompensassem bons políticos que implementam ideias baseadas em evidências científicas.
Aliás, há boas evidências de que dinheiro na conta sem contrapartida rende excelentes frutos, como mostram Johannes Haushofer e Jeremy Shapiro em “The Short-term Impact of Unconditional Cash Transfers to the Poor: Experimental Evidence from Kenya”, artigo publicado no Quarterly Journal of Economics em 2016.
Mas 2022 está longe e Bolsonaro não manterá o auxílio nesse nível, pois as consequências econômicas seriam desastrosas. Resta ver se ele e o Congresso Nacional saberão identificar a hora certa para diminui-lo.
(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)